O conflito entre racionalista e empiristas marca toda a filosofia Moderna, isto é, o conjunto de obras filosóficas constituído a partir de 1637, altura em que Descartes publica o Discurso do Método, até ao aparecimento das obras de Kant. A filosofia Moderna faz do conhecimento o seu problema central, influenciada que está pelo desenvolvimento da ciência.
Racionalismo
- Define-se, numa primeira aproximação, pela absoluta confiança na razão humana. Para os racionalistas o conhecimento tem a sua origem na razão. A razão é a única fonte de conhecimento válido. As informações dos sentidos são confusos e não podem ser considerados conhecimento. O ideal do conhecimento para os racionalistas (Descartes e Espinosa) é um sistema análogo aos modelos de raciocínio matemático. O poder da razão consiste na capacidade de "extrair" de si mesma verdades primeiras ou fundamentais - chamadas ideias inatas - a partir das quais é possível obter todas as outras e construir assim a realidade. A confiança na razão é tal que se aceita como evidente, sem prévia crítica, o valor da razão. É uma razão dogmática - dirá Kant. As ideias inatas não são princípios que estejam em nós em acto logo que nascemos: um recém-nascido não tem a ideia de triângulo, por exemplo. Ideia inata significa que quando nessa criança, já crescida, surgiu a ideia de triângulo, surgirá independentemente da experiência e que a sua validade não assenta na observação. Para os racionalistas as capacidades da razão só darão frutos se for encontrado um método adequado de raciocínio: o modelo desse método encontra-se no método matemático. Para os racionalistas a metafísica continua a ser a ciência primeira, aquela que responde demonstrativamente às questões essenciais da razão.
Empirismo
- O empirismo é a contraposição do racionalismo.
Teses fundamentais do empirismo:
1) A origem do conhecimento está na experiência. Negam as ideias inatas. A mente humana antes de toda e qualquer experiência é como uma tábua rasa. As ideias não estão na mente humana de forma inata, a mente humana é como um papel em branco no qual nada está escrito antes da experiência começar a escrever nele. Mas o que é que é a experiência? Locke entende por experiência o conhecimento por observação directa, seja de experiências externas (objectos sensíveis), seja de operações internas (reflexão).
2) O conhecimento humano não é ilimitado: a experiência é o seu limite. David Hume diz: "Não podemos ir além da experiência", assim, o campo da filosofia reduz-se consideravelmente - há objectos incognósciveis. Reduz-se também a certeza do conhecimento - sobre muitas questões só é possível um conhecimento provável (D. Hume - causa/efeito). Quanto à metafísica mantém uma postura céptica - consideram-na impossível.
3) Propõe um novo conceito de razão: dependente e limitada aos dados empíricos. Temos uma razão crítica, que examina os seus próprios limites e possibilidades. Kant irá censurar ao empirismo o ter desvalorizado a razão em detrimento da experiência. Diz Kant: se o racionalismo é dogmático, o empirismo é céptico.
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O conflito entre racionalista e empiristas marca toda a filosofia Moderna, isto é, o conjunto de obras filosóficas constituído a partir de 1637, altura em que Descartes publica o Discurso do Método, até ao aparecimento das obras de Kant. A filosofia Moderna faz do conhecimento o seu problema central, influenciada que está pelo desenvolvimento da ciência.
Racionalismo
- Define-se, numa primeira aproximação, pela absoluta confiança na razão humana. Para os racionalistas o conhecimento tem a sua origem na razão. A razão é a única fonte de conhecimento válido. As informações dos sentidos são confusos e não podem ser considerados conhecimento. O ideal do conhecimento para os racionalistas (Descartes e Espinosa) é um sistema análogo aos modelos de raciocínio matemático. O poder da razão consiste na capacidade de "extrair" de si mesma verdades primeiras ou fundamentais - chamadas ideias inatas - a partir das quais é possível obter todas as outras e construir assim a realidade. A confiança na razão é tal que se aceita como evidente, sem prévia crítica, o valor da razão. É uma razão dogmática - dirá Kant. As ideias inatas não são princípios que estejam em nós em acto logo que nascemos: um recém-nascido não tem a ideia de triângulo, por exemplo. Ideia inata significa que quando nessa criança, já crescida, surgiu a ideia de triângulo, surgirá independentemente da experiência e que a sua validade não assenta na observação. Para os racionalistas as capacidades da razão só darão frutos se for encontrado um método adequado de raciocínio: o modelo desse método encontra-se no método matemático. Para os racionalistas a metafísica continua a ser a ciência primeira, aquela que responde demonstrativamente às questões essenciais da razão.
Empirismo
- O empirismo é a contraposição do racionalismo.
Teses fundamentais do empirismo:
1) A origem do conhecimento está na experiência. Negam as ideias inatas. A mente humana antes de toda e qualquer experiência é como uma tábua rasa. As ideias não estão na mente humana de forma inata, a mente humana é como um papel em branco no qual nada está escrito antes da experiência começar a escrever nele. Mas o que é que é a experiência? Locke entende por experiência o conhecimento por observação directa, seja de experiências externas (objectos sensíveis), seja de operações internas (reflexão).
2) O conhecimento humano não é ilimitado: a experiência é o seu limite. David Hume diz: "Não podemos ir além da experiência", assim, o campo da filosofia reduz-se consideravelmente - há objectos incognósciveis. Reduz-se também a certeza do conhecimento - sobre muitas questões só é possível um conhecimento provável (D. Hume - causa/efeito). Quanto à metafísica mantém uma postura céptica - consideram-na impossível.
3) Propõe um novo conceito de razão: dependente e limitada aos dados empíricos. Temos uma razão crítica, que examina os seus próprios limites e possibilidades. Kant irá censurar ao empirismo o ter desvalorizado a razão em detrimento da experiência. Diz Kant: se o racionalismo é dogmático, o empirismo é céptico.