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Normalmente, os países tomam medidas para favorecer as empresas estrangeiras, como redução de impostos, por exemplo, nos famosos tecnopolos. Mas li que muitas vezes esses países tomam medidas para "limitar, restringir" a atuação destas empresas. Porque? Só para manter um bom funcionamento da economia? O que um país que limita a atuação de outras empresas pretende conseguir?

Update:

~~~> S4I LIM|3O! <~~~

Comments

  • Bom...

    Os motivos podem variar tanto para restringir quanto para favorecer a entrada de empresas estrangeiras num país. Isso gira em torno de diversos aspectos que estão intimamente ligados a interesses de grupos econômicos ou à postura governamental em fomentar determinada indústria no pais ou proteger setores na economia. Vamos aos exemplos:

    Uma ilha vulcânica na Europa tem sérios problemas na geração de energia e percebe que pode ter seu problema solucionado aproveitando o potencial geotérmico de seu território, no entanto, dada a baixíssima densidade demográfica percebe que poderia levar décadas para chegar a uma tecnologia capaz de aproveitar este potencial geotermico de forma economicamente viável, com isso ela estimula a vinda de pesquisadores e empresas do ramo a atuarem em seu território impulsionando e fomentando o surgimento de uma indústria muito específica que visa acelerar o processo e alcançar de maneira mais rápida e eficaz uma forma de aproveitar seu potencial geotérmico na geração de energia, por meio de incentivos a pesquisadores e/ou empresas atuando em seu território.

    No entanto, imagine um exemplo de outro país que descobre em seu território uma grande jazida de um minério qualquer. Diversas situações poderiam derivar daí. Uma delas é o lobby das mineradoras nacionais ou até mesmo estrangeiras que já atuam no país, atuar de forma a fazer com que o governo impeça que outras empresas entrem no país para explorar a jazida recém descoberta isso poderá garantir a essas empresas uma reserva de mercado estratégica e possibilidade de lucros ao longo prazo. Outra opção seria se o governo diante de tal descoberta não só limitasse a entrada de empresas estrangeira, mas também proibisse que mesmo empresas nacionais atuassem nessa nova jazida, podendo então o governo local criar uma estatal para realizar a prospecção desse minério, garantindo assim emprego à população. Em caso de minérios ou comódites consideradas estratégicas como urânio ou petróleo, por exemplo, economicamente isso até poderia se justificar, em outros casos, tal decisão é questionável. Em casos específicos o governo pode não querer perder seu monopólio estatal, seja por uma questão estratégica, preservação tecnológica ou ambiental, enfim.

    Um ótimo exemplo são as discussões que acontecem hoje no Brasil acerca da entrada de empresas de biotecnologia em regiões como a Amazônia. Como fiscalizar tais pesquisas é muito difícil, ter a exata noção dos resultados de tais tecnologias é quase impossível e principalmente os riscos de contrabando de espécies endêmicas além das possibilidades de patenteamento de espécies genuinamente brasileiras por entidades estrangeiras no exterior tornando-nos reféns desses laboratórios, hoje muitos defendem a restrição de atuação de laboratórios estrangeiros na Amazônia. Neste caso a restrição deriva de nossa incapacidade de fiscalização e proteção de nossas espécies bem como evitar o contrabando naquela região de complicado acesso.

    A própria Petrobrás que durante décadas foi um monopólio na prospecção e distribuição do petróleo no país sobre a égide do petróleo ser uma comódite estratégica o que até certo ponto pode ser uma verdade pode ser outro exemplo.

    Como forma de estimular o conhecimento interno e fomentar uma tecnologia genuinamente nacional, voltada às características inerentes de seu povo, pode também, o governo impedir que empresas estrangeiras atuem internamente trazendo tecnologias que podem não condizer com o seu povo. Uma tônica muito comum em paises asiáticos como a China ou em economias muito fechadas.

    Enfim, essa discussão gira em torno de interesses de grupos econômicos e governos; da elaboração de políticas sociais de desenvolvimento bem como estratégias governamentais de longo prazo não só no campo social, mas de defesa e mercado. Cada caso é um caso e não cabem generalizações. Mas de forma geral é isso.

    Só ressalto que tais estratégias precisam ser muito bem definidas e articuladas, pois do ponto de vista econômico uma nação fechada ou com histórico demasiadamente restritivo perde em eficiência, produtividade e competitividade de seus produtos e serviços. Portanto se um país opta por tais restrições precisa ter em mente parâmetros muito bem definidos e metas muito solidas para que no longo prazo tais restrições não gere problemas sociais internos. No longo prazos, tais restrições precisam cair. A indústria automobilística brasileira nos últimos 20 anos é um bom exemplo de como é péssimo restringir o mercado e a vinda de novas empresas.

    Minhas opiniões. Valeu?

    Barbosa.

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