JESUS MATA para ROUBAR?

Segurança/Presos assaltantes ‘grã-finos’ que mataram policial

Quadrilha era formada em sua maioria por estudantes de faculdades particulares que moram em bairros nobres

Com a prisão de seis jovens de classe média, envolvidos em assaltos e tráfico de drogas, a polícia desvendou o assassinato do policial civil Yan Milton Oliveira de Souza, 33 anos, morto com um tiro nas costas ao reagir à quadrilha, no Jardim dos Namorados, bairro da Pituba, na madrugada do dia 2 deste mês. Formado em sua maioria por estudantes universitários de faculdades particulares e moradores de bairros considerados nobres, o bando é suspeito de praticar assaltos há pelo menos quatro meses.

Entre os seis presos, três deles participaram do latrocínio do policial civil: o universitário Hélio Ramos Neto, 19, estudante de arquitetura da Unifacs, autor do disparo que matou Yan Milton; Luís Cláudio Holmes Souza, 22, e Antônio Abreu Trindade Júnior, 22, conhecido como “Lacraia”, estudante de cursinho pré-vestibular. O quarto jovem envolvido no assassinato, Christian de Jesus Oliveira, 18, morador de Vilas do Atlântico, está foragido.

Os outros três acusados de pertencerem à quadrilha, presos de posse do Fiat Stilo roubado de placa JQX-6149, são os universitários Pedro pedreira Mercês, 18, estudante de direito da Faculdade Jorge Amado e filho de um policial federal; Robson José de Oliveira Júnior, 18, que cursa o 2º semestre de direito na faculdade Rui Barbosa, e Rafael Silvany Ramos, 19, morador de Vilas do Atlântico e estudante de administração da faculdade Unime, em Lauro de Freitas.

Acaso - O assassinato do policial Yan Milton foi desvendado por acaso, depois que Pedro, Robson José e Rafael foram presos na Avenida Paralela, trecho próximo ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde trocavam um pneu furado do Stilo JQX-8148, no início da madrugada de ontem. A guarnição 4702 da 47º Companhia Independente da Polícia Militar passava pelo local e resolveu checar a placa do veículo, descobrindo que pertencia na verdade a um Honda Civic. Quando os PMs se aproximaram, os três tentaram fugir correndo e descartaram uma mochila contendo maconha, mas acabaram sendo capturados.

Os três foram conduzidos à Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), onde acabaram revelando que sabiam quem tinha matado o policial Yan Milton. Na tentativa de se livrar do flagrante de receptação de carro roubado, contaram que o veículo tinha sido tomado de assalto por colegas que vinham praticando vários assaltos, responsáveis também pelo latrocínio do agente.

Revelaram o nome e o endereço dos comparsas para os policiais, que prenderam os outros três acusados nas primeiras horas da manhã. Hélio Neto foi o primeiro a ser capturado, em sua casa, no bairro de Nazaré. Em seguida foi detido Antônio Abreu, em sua residência, no centro do município de Lauro de Freitas, onde foi apreendido um revólver calibre 38 com munição, um par de algemas, maconha e balança de precisão comumente usada para pesar drogas. Finalmente foi preso Luís Cláudio, num condomínio de classe média, também em Lauro de Freitas.

Confissão - Os três foram encaminhados à DRFRV, onde foram interrogados pela delegada Marilda Marcela da Luz, titular da unidade. Hélio revelou em seu depoimento que atirou contra o policial porque ele reagiu ao assalto, sacando um revólver, quando saía com o Fiat Stilo do estacionamento do Jardim dos Namorados, junto com duas amigas, por volta das 2h.

O homicida contou também que no momento do disparo Luís Cláudio e Christian estavam posicionados do lado do carona do Stilo, enquanto Antônio bloqueava a saída do carro com o Chevrolet Prisma JPX-5665, pertencente a sua mãe. Em seguida, roubaram o revólver calibre 38 de Yan Milton e fugiram deixando-o agonizante. As duas colegas do agente saíram ilesas, tendo uma delas fugido correndo no momento da abordagem dos assaltantes, enquanto a outra presenciou o crime sentada no banco de trás.

Alternando momentos de aparente frieza com instantes em que chorava, Hélio contou que pretendia roubar o aparelho celular das vítimas e algum dinheiro, mas não esperava reação, muito menos que uma das vítima fosse policial. Para justificar o fato de praticar assaltos mesmo sendo um jovem de classe média, alegou que seus pais vinha passando por problemas financeiros e que tinha vergonha de ficar pedindo dinheiro para eles.

Hélio, Antônio, Luís Cláudio e Christian vão responder a inquérito policial por formação de quadrilha, posse ilegal de arma e latrocínio, enquanto Pedro, Robson José e Rafael serão indiciados por receptação de veículo roubado e também por formação de quadrilha. Já Antônio responderá ainda por tráfico de drogas.

Update:

O quarto jovem envolvido no assassinato, Christian de Jesus Oliveira, 18, morador de Vilas do Atlântico, está foragido.

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