Acabei por entrar em seu blog, do qual li sua opinião acerca da Lei Rouanet. E ao clicar no link abaixo do texto acabei voltando para o YR. E decidi fazer um breve comentário à sua pergunta.
Na realidade, não tenho a pretensão de responder sua pergunta, pois não tenho conhecimento nessa área e muito menos dos trâmites da referida lei e seus meandros. Dada minha ignorância no assunto prefiro não escrever bobagens.
No entanto, a cerca de um ano venho pensando nesse assunto e na transformação de diversas casas de shows em "Empresas Hall" como você bem disse. Como por exemplo, o Chevrolet Hall, aqui em Belo Horizonte. Na realidade foi justamente esta transformação que me fez pensar acerca desse tema. É também possível visualiar grandes empresas apadrinhando grandes casas de shows e teatros Brasil a fora. Só o Palácio das Artes, um dos maiores de Minas, dispões de vários mantedores (nome que eles gostam de usar), como a Vale, Usiminas, Petrobrás, dentre outros de peso.
Nunca fui capaz de auferir com exatidão os males dessa junção entre a cultura e a iniciativa privada, mas sempre tive certo receio que pudesse existir uma certa manipulação artística ou até mesmo um sufocamento no processo criativo popular.
Particularmente não é o que vejo em Minas onde há, tanto por parte da iniciativa privada quanto pública, uma disposição em estar incentivando a cultura popular e espetáculos de pequeno vulto*, mas me assusta a possibilidade de isso no futuro ser um instrumento de manipulação de massa e limitação cultural.
Seu texto, apenas veio para ratificar tal preocupação e me fazer ter uma postura um pouco mais crítica acerca da aplicabilidade dessa Lei. Principalmente em "mercados" menores, fora do eixo das grandes cidades do sudeste, onde a arte precisa ser mais incentivada e onde não há público que compense um "Empreendimento Hall", ou seja, a Lei poderá direcionar investimentos apenas onde for atrativo do ponto de vista mercadológico.
Seu comentário a respeito da Petrobrás e da publicidade ostensiva nestes locais, também achei brilhante. Principalmente a questão da publicidade que, me parece, a empresa acaba por ganhar duplamente: pela dedução do imposto e pelos ganhos proveniente da publicidade. Não sei se concordo que a proibição da publicidade vá levar alguma vantagem aos pequenos espetáculos de forma tão enfática, mas infelizmente confesso que não tenho, no momento, parâmetros para discordar de você.
Enfim, isso tudo só para parabenizá-lo pelo texto e pela discussão bastante pertinente.
Valeu.
Barbosa.
__________
*Prova disso é a Campanha de Popularização do Teatro e Dança, um sucesso a quase vinte anos. O FIT - Festival Internacional de Teatro. O FID - Festival Internacional de Dança. A reabertura do Teatro Municial de Nova Lima. Diversos shows gratuitos de vários artistas consagrados e iniciantes (só este final de semana foram Skank e Milton Nascimento e uma dezena de outras apresentações gratuitas), teatro, exposições, cinema (esta acontecendo o FELCO - Festival Latino Americano de Cinema da Classe Operária). Tudo de graça.
Acho que ainda se concentra no eixo Rio/São Paulo e se distancia do incentivo às inciativas regionais.
Dessa forma a maioria dos projetos beneficiados tendem a refletir o consumo cultural das metrópolis e as manifestações regionais são muito pouco percebidas.
Comments
Ao ler sua resposta à pergunta do extraordinário usuário Bruno Cesar:
http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=Av...
Acabei por entrar em seu blog, do qual li sua opinião acerca da Lei Rouanet. E ao clicar no link abaixo do texto acabei voltando para o YR. E decidi fazer um breve comentário à sua pergunta.
Na realidade, não tenho a pretensão de responder sua pergunta, pois não tenho conhecimento nessa área e muito menos dos trâmites da referida lei e seus meandros. Dada minha ignorância no assunto prefiro não escrever bobagens.
No entanto, a cerca de um ano venho pensando nesse assunto e na transformação de diversas casas de shows em "Empresas Hall" como você bem disse. Como por exemplo, o Chevrolet Hall, aqui em Belo Horizonte. Na realidade foi justamente esta transformação que me fez pensar acerca desse tema. É também possível visualiar grandes empresas apadrinhando grandes casas de shows e teatros Brasil a fora. Só o Palácio das Artes, um dos maiores de Minas, dispões de vários mantedores (nome que eles gostam de usar), como a Vale, Usiminas, Petrobrás, dentre outros de peso.
Nunca fui capaz de auferir com exatidão os males dessa junção entre a cultura e a iniciativa privada, mas sempre tive certo receio que pudesse existir uma certa manipulação artística ou até mesmo um sufocamento no processo criativo popular.
Particularmente não é o que vejo em Minas onde há, tanto por parte da iniciativa privada quanto pública, uma disposição em estar incentivando a cultura popular e espetáculos de pequeno vulto*, mas me assusta a possibilidade de isso no futuro ser um instrumento de manipulação de massa e limitação cultural.
Seu texto, apenas veio para ratificar tal preocupação e me fazer ter uma postura um pouco mais crítica acerca da aplicabilidade dessa Lei. Principalmente em "mercados" menores, fora do eixo das grandes cidades do sudeste, onde a arte precisa ser mais incentivada e onde não há público que compense um "Empreendimento Hall", ou seja, a Lei poderá direcionar investimentos apenas onde for atrativo do ponto de vista mercadológico.
Seu comentário a respeito da Petrobrás e da publicidade ostensiva nestes locais, também achei brilhante. Principalmente a questão da publicidade que, me parece, a empresa acaba por ganhar duplamente: pela dedução do imposto e pelos ganhos proveniente da publicidade. Não sei se concordo que a proibição da publicidade vá levar alguma vantagem aos pequenos espetáculos de forma tão enfática, mas infelizmente confesso que não tenho, no momento, parâmetros para discordar de você.
Enfim, isso tudo só para parabenizá-lo pelo texto e pela discussão bastante pertinente.
Valeu.
Barbosa.
__________
*Prova disso é a Campanha de Popularização do Teatro e Dança, um sucesso a quase vinte anos. O FIT - Festival Internacional de Teatro. O FID - Festival Internacional de Dança. A reabertura do Teatro Municial de Nova Lima. Diversos shows gratuitos de vários artistas consagrados e iniciantes (só este final de semana foram Skank e Milton Nascimento e uma dezena de outras apresentações gratuitas), teatro, exposições, cinema (esta acontecendo o FELCO - Festival Latino Americano de Cinema da Classe Operária). Tudo de graça.
A lei Rouanet é aplicável a projetos culturais financiados pela iniciativa privada. à uma grande alavanca para o desenvolvimento cultural e para a popularização do teatro, além de facilitar o acesso, por causa do baixo preço dos ingressos, da camada mais pobre da população aos artistas mais famosos. Algumas falcatruas e desvios de verbas, através de prestação de contas com notas frias, atrapalhou um pouco o projeto cujo objetivo é ótimo.
Acho que ainda se concentra no eixo Rio/São Paulo e se distancia do incentivo às inciativas regionais.
Dessa forma a maioria dos projetos beneficiados tendem a refletir o consumo cultural das metrópolis e as manifestações regionais são muito pouco percebidas.
Beijos.
A lei em si é ótima, mas infelizmente, como sempre no Brasil, há chinelagem no meio e até onde sei, são uns poucos que conseguem se beneficiar desta lei... tem que ter bala na agulha...
Conversa fiada pra boi dormir.....
uma ação entre amigos que beneficia sempre a mesma meia-dúzia de figurões
tudo em nome de uma suposta "defesa da cultura nacional"
papo-furado
Gosto da Lei. O Roberval disse tudo. Pena os devios e pena as corrupções, mas a Lei Rouanet já possibilitou muita coisa boa...