Trinta anos para os documentos secretos do governo. Você acha razoável?
O governo ,está preparando uma Lei que libera para o conhecimento público os documentos secretos do governo, que estão guardados desde o Império, o prazo seria fixado em trinta anos, prorrogáveis por mais trinta.
Não conhecemos, por exemplo, os documentos sobre a Proclamação da República, Guerra do Paraguai, governo Vargas durante a Segunda Guerra Mundial, Ditadura Militar, etc.
Não está na hora dos pesquisadores, historiadores e os brasileiros em geral, saberem o que pensavam os nossos governantes nesses momentos cruciais da história brasileira?
A maior parte do que conhecemos, foi extraida de documentos de países estrangeiros, principalmente EUA.
Update:Entrei no link que voce indicou, só pelo enunciado dos objetivos já desisti, não pode ser coisa séria.
TIRALEO (OPA!).
A liberaçãp é de documentos, não versões. Não sou eu quem quer saber, é o povo que tem o direito de conhecer sua história, para o bem ou para o mal.
Você fez uma confusão entre catolicismo e pessoas que acreditam em reencarnação, são crenças diferentes. Sou ateu portanto para mim é aqui e agora.
Update 3:R CAMPOS
Permita-me discordar da sua argumentação. Não vejo diferença entre democracia ou ditadura quando o assunto é a história do país.
A própria lei esta prevendo uma prorrogação do prazo de 30 anos para mais 30, o que pode ser usado para os casos mais delicados. Tratamento diferenciado apenas por se tratar de ditadura não acho aceitável.
Todos tem que assumir suas ações perante a história.
Comments
O historiador deve ser neutro e por isto se explica, em parte , a questao da liberaçao de arquivos/documentos.
Parte-se do principio que um historiador que viveu o momento historico que esta analisando jamais sera imparcial.
Claro que a questao da neutralidade em Historia pode ser facilmente desmontada, até porque existem as escolas e correntes, mas nao entrando nesta problematica, pode-se comprender que a distância do objeto favorece a analise. Quanto menor for o vinculo que o historiador tiver com o documento, menos complexo sera de decortica-lo e de buscar as implicaçoes na realidade da época que ele faz parte. E no caso contrario passa a ser uma analise jornalistica e nao mais historica.
Por outro lado, o fato de reter documentos por muitos anos, aquém do necessario,corresponde a uma necessidade de proteger governos, pessoas implicadas.e interesses.
No caso especifico da ditadura, na condiçao de historiadora, eu nao seria considerada apta a tratar destes documentos, pois vivi o momento historico e assim tenho lembranças, uma cor politica, historias de familia, etc; No entanto, por razoes politicas, penso que atualmente é o momento de abrir tais arquivos. A populaçao brasileira nao traz mais a ferida aberta e precisa saber tudo que foi feito e assim exigir justiça.
Saibas que os historiadores lutam pela abertura de arquivos, mas por terem uma forte conotaçao politica, nao sao ouvidos. A titulo de exemplo, nos anos de faculdade, na minha primeira pesquisa, como auxiliar, em uma equipe, tratamos das questoes do reconhecimento da republica brasileira por outros paises, em 1989, onde tivemos acesso a documentos do arquivo diplomatico que vinham justo de serem abertos ao publico...
Tu tens razao de chamar a atençao sobre os historiadores estrangeiros que tem acesso aos nossos arquivos, os brasilianistas, mas que se tem esta liberdade é porque se parte do principio que sao estrangeiros e portanto tem a distância necessaria para tratar temas que nao os tocaram diretamente.
à natural e habitual existir nos paÃses desenvolvidos, com uma democracia estabilizada, um perÃodo de 25 ou 30 anos de "reserva" no acesso a certos documentos considerados de "Estado". Claro que, nas ditaduras o acesso nunca é permitido, ou só a alguns, e quando persentem que estão para acabar, mandam destruir tais documentos...!
Esta reserva justifica-se por razões não só de segredo de Estado, mas também para acautelar os direitos dos cidadãos que, por razões patrióticas ou mesmo de profissão, tomaram parte em actividades ou acontecimentos no interesse da defesa do Estado. Lembro por ex: a actividade de espionagem e contra espionagem ( sempre necessária num estado democrático!), os processos usados na luta contra o terrorismo, incluindo o uso de "informadores", etc, etc..
Também, o interesse do hsitoriador, só ganha significado quando existe um certo distanciamento do acto, de forma a tirar-lhe todo o lado subjetivo ou mesmo afetivo que o possa influenciar.
No entanto, e a Dimex tocou numa situação, que sendo particular, merece uma reflexão. No caso de um perÃodo de Ditadura, não existirá legitimidade democrática para quando aquela acaba, haver permissão para o acesso imediato ( embora condicionado para que não se percam!!!) aos seus documentos ?
à que uma coisa é o acesso a documentos do Estado democrático, outra é o acesso a provas da ditadura ofensiva dos direitos humanos.Se não fosse assim, seria possÃvel julgar o Pinochet ?
Há que distinguir as duas situações, no interesse do próprio Estado que somos todos nós, como atores intervenientes do processo histórico.
Deixo à reflexão......
RC
NOTA : Como é óbvio existe uma diferença abismal entre uma Ditadura e uma Democracia. No primeiro existe um Estado que ofende os direitos humanos pelo que, quando termina, não pode ser silenciado e tem que ser julgado a bem da história do paÃs.Para que haja um julgamento justo e livre os seus documentos terão que constituir prova!
No Estado com legitimidade democrática, os seus actos saõ controlados e julgados todos os dias, pelos poderes executivo, legislativo e judicial. Todos autónomos, livres e democráticos.Por isso é que no interesse dos direitos dos cidadãos, deverá haver um perÃodo de reserva dos documentos classificados como "segredo de estado" ( apenas estes) e que, pelos motivos que expuz na resposta, envolvam a participação de cidadãos.
A história faz-se com distanciamento temporal e subjectivo dos fatos, só assim a sua isenção será assegurada.
Aliás, em TODOS os paÃses civilizados, existe um perÃodo de reserva de 25 a 30 anos!
Não estou inventando nada!
Acho uma pouca vergonha...Tudo isso para proteger politicos que ainda hoje estao ai na ativa.
Explicação musical: "O tempo tudo apaga e você não mais existe, tudo o que restou... foi essa lembrança triste"...´
Deve ser difÃcil "maquiar" fatos reais, sempre vai aparecer uma testemunha para contrariar, desmentir, e até provar de que "não foi bem assim"... E, se expuserem certas "verdades", poderão recusarem-se a acreditar "que isso possa ter acontecido dessa forma"...
30 anos + 30 anos é uma boa espera!...
Se for Católico e acreditar em reincarnação, você ainda saberá das coisas!... O tempo vôa!...
Urgentemente, pois os brasileiros conhecem o gasto da rainha da Inglaterra com vinho, mas o governo nos diz que não podemos conhecer o gasto de Lula com champanhe – só o de FHC, claro.
Oiee, Léo!
Acho fundamental o acesso dos BRASILEIROS a esses documentos BRASILEIROS.....
Sobre o prazo....não acho razoável, não...
à longo demais.....
Luz, paz e amor procê!
Prezado leocaixaforte: acho que 30 anos está de bom tamanho, justificando-se a prorrogação apenas no caso de envolvimento de outros paÃses. Com isso, a história do Brasil poderá ser escrita mais sobre fatos do que sobre versões, não raro deformadas pelas opiniões de seus autores. Vamos ter muitas surpresas, se a liberação não for triada, censurada ou editada !
Abs
Tem treta aÃ, né?
Amigo leocaixa, não acho razoável, mas sim fundamental, eis que o brasileiro tem uma fama, fundamentada, de não possuir memória histórica, portanto tal "liberação" seria um passo importante para reestruturar nosso conhecimento histórico.
Agora, quem não vai gostar muito são os "elementos fardados" que se esconderam atrás da ditadura implantada em 64, para cometerem crimes covardes e infames.
Está mais do que na hora.
Sem censura ?