¿Você acredita neste papo de desenvolvimento sustentável?
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Irrelevante à questão, deixo a minha opinião aos meus amigos.
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Desenvolvimento sustentável é um belo e digestivo eufemismo para “desmatamento consciente”. E pode-se até supor o porquê deste termo ter sido forjado, afinal, em tempos de previsões climáticas catastróficas não é assim tão fácil convencer a opinião pública a engolir uma ideia de que é preciso continuar desmatando, e isso, é claro, em nome do desenvolvimento.
Mas se fôssemos levar este conceito mesmo a sério, teríamos um problema ainda maior, que é o de convencer os latifundiários, a bancada ruralista e toda uma vasta rede de criminosos que sempre lucraram com a devastação de nossas florestas de que é preciso buscar todo um aparato científico e tecnológico ou, digamos, sustentável para, repito, continuar desmatando.
E isso seria novo no Brasil. O grande proprietário nunca se propôs a investir em novas técnicas quando desmatar lhe surgiu como uma solução mais barata e, entre aspas, eficiente. Foi assim no ciclo da cana (quando chegavam a preferir incinerar o bagaço a usá-lo, por exemplo, como adubo, poupando assim o solo); com o ciclo do algodão (perdemos a liderança nas exportações para os EUA exatamente por não ter investido em novas técnicas); com o ciclo do ouro (basta lembrar como era feita a extração, apenas retirando o ouro que se despregava da rocha); e se qualquer um se atentar com os “cuidados” que hoje se tem com os danos ambientais relacionados a tudo que é derivado de combustíveis fósseis, vai dizer que será assim também com o ciclo do petróleo, ou alguém ainda tem esperança de que o lençol freático que passa por baixo dos postos de gasolina não tem nenhuma manchinha de óleo?
Não.
Esta história de desenvolvimento sustentável é uma mentira que serve apenas de discurso para pessoas que na verdade querem as coisas do jeito que estão.
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No século XII, a Europa passava por transformações que imporiam mudanças profundas para toda civilização. Re-estabelecida de 1000 anos marcados por invasões (germânicas, mouras, vikings...), ela agora se preparava para se estender dominadora por toda parte.
O modo de produção que por ali se desenrolava começava a obter êxito; a população crescia; a cidade também.
O desenvolvimento das cidades propiciava condições materiais para que ganhasse relevo um novo modo de produção, o capitalista. E foi nesta época que começou a mentalidade da devastação, esta coisa que hoje querem chamar de desenvolvimento sustentável.
A cidade agora precisava crescer, e tinha muito espaço para isso. Metade da França, cerca de 70% da Alemanha e 80% da Inglaterra era terreno do novo inimigo do homem: As florestas. E estas agora precisavam ser destruídas em nome, repito, do desenvolvimento.
A partir daí surgia um suporte ideológico para legitimar tamanho empreendimento. As florestas agora seriam culpadas dos maiores males dos homens, elas seriam o esconderijo de fantasmas, lobos-maus, criaturas monstruosas...
Não.
Ainda não existem condições materiais para que se inverta esta realidade. Por mais que se possam falar em desenvolvimento sustentável; por mais que se possam fazer previsões climáticas catastróficas com o objetivo de frear a devastação; por mais que alguns usuários do Yahoo Respostas possam se mostrar conscientes ao tentar, por exemplo, comparar o mundo com uma “vaca gorda” sendo assassinada aos poucos por bernes-homens, a verdade é que a devastação não terá freio. Este modo de produção, desde o seu nascimento, nunca combinou com floresta. Por isso só faria sentido falar em desenvolvimento sustentável se o modo de produção não fosse o capitalista. O resto é conversa fiada.
Update:FONTES:
História da riqueza do homem – LEO HUBERMAN (área cultivada na Europa no século XII)
Os intelectuais na Idade Média – LE GOFF (Transformações materiais do século XII)
Idade Média: nascimento do ocidente – HILÁRIO FRANCO JÚNIOR (Êxito do feudalismo no século XII)
História da baixa idade média – JÔNATAS BATISTA NETO (Suporte ideológico para justificar a devastação das florestas)
Fábula da Vaca e dos Bernes – Yahoo Respostas (http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=Ah...
Comments
Boa tarde,faz tempo que não entro aqui,,bela pergunta,sabe , eu até que fiz uma pesquisa sobre isso antes de responder mais vc ja falou tudo,seria mais uma,e não seria muito interessante colocar mais coisa,,não acredito que essa devastação desenfreiada va parar,,não,vai ser cada dia maior e mais,hoje aqui ainda temos povos que não conhece nem o que é um avião,,não sei se vc viu uma reportagem de uma tribo indigina no Acre que nunca teve contato com a civilização,agora vão fazer uma turne de destruição para encontrar essa tribo,,destruição que não vai sobrar nada quando encontrar,vai ser mais uma tribo como muitas das outras,,passando fome e doenças,bem,,não acredito em nada disso,,aqui no Brasil ,,com a cabeça de politicos que temos isso iria da certo,,acho que sustentavel mesmo so para eles,,se alto sustentam com a miseria e destrição a lheia,então meu amigo,,desenvonvimento sustentavel deve ser e vai para esses nababos que acha que destruindo e sinal de riquesa ,se eu tivesse a oportunidade de fazer uma pergunta a esses caras,perguntaria so uma coisa,,''O que sera e qual é o futuro dos seus netos,ja que vc destruiu tudo ,ficou rico e não tem como gastar,teve poder e não tem como comandar"",se eles não pensam nem na familia e a propia familia e conivente,,imagina nos os reles mortais,mais a esperança nisso tudo,,ja descobriram que em Marte tem agua e agora estão explodindo a lua,quem sabe se não é pensando nisso,,destruir tudo aqui e ir fazer moradia em um lugar desse,acho que so pode ser isso,garantir o futuro,infelismente.
Y,
Gosto de suas perguntas, seus textos e esse me causou impacto..
A princípio acredito sim em desenvolvimento sustentável, mas depois de ler seu texto, como não questionar minhas convicções?
Passei para te parabenizar e te informar que deveria aparecer mais vezes..
Boa semana!
Beijos e margaridas na janela
Desculpa por não ler todo o texto, mas achei muito boa sua pergunta e não poderia deixar de dar a minha opinião.
O maior rival dos ambientalistas e de todos aqueles que anseiam uma melhora na qualidade do meio ambiente é com certeza o poder econômico. Chegamos num patamar da "civilização" em que há uma correria louca pelo crescimento, não há dúvidas.
Todos os discursos ambientais e em favor da natureza caem por terra quando se acha uma camada de petróleo. Se o governo que é quem deve servir de exemplo não busca alternativas aplicadas para a substituição de um combustível altamente poluente (coisa que já existe) ou seja fica só no discurso imagina as grandes empresas nesse país? fazem apenas discursos e maquiagens para "inglês ver".
Mas sinceramente eu acredito na mudança de paradigma das pessoas. Não acredito que a minha geração faça muita coisa, mas já fazem, minha geração é uma geração de transição entre a época em que não se cuidava do meio ambiente e entre as novas gerações que são as crianças e adolescentes que já tem uma cabeça melhor que a nossa e mais consciente de sua missão.
Eu acredito numa mudança justamente forçada por essa mudança de paradigma. Porque é que as empresas produzem e poluem cada vez mais? porque existe mercado consumidor pra isso, me responda: quantos aparelhos celulares vc já teve? quantos computadores tem na sua casa etc...Quem sustenta a poluição somos nós pois se não vendessem não produziriam tanto e consequentemente não se poluiria tanto.
Mas essa meninada que eu vejo crescer já tem uma percepção disso, minha esperança é que eles não sejam tão consumidores como nós somos e assim forçarão o poder econômico e travarão uma queda de braço mais equalitária.
Desenvolvimento e preservação da natureza, é possível andar de mãos dadas.
Isso não é mais uma opção, no atual cenário é uma obrigação, ou é isso, ou então para a alegria dos evangélicos o apocalipse será mais cedo do que marcado nos livros cristãos.
Claro que acredito. É o que fazem há décadas os países nórdicos.
Leia como é e os resultados.
Claro que no Brasil é mais complicado. Enquanto houver favelas e a escola não chegar a todos é complicado.
sé, depender deste atual Ministro a coisa vai de mal a pior pois ele não larga o incompetente gov do Rio de Janeiro engraçado quando o gov esta em close ele fica parado adi mirando o lustre incomp...GOV.!!!! QUE DIZEM CHAMAR- SE cabral !!!
Diante da boa argumentação, concordo contigo.
não
O MAIOR desenvolvimento sustentável,é não vender o património públicooo, ao meu verrrr..pleaseeeeeeeeee...........