Opiniões sobre este trecho poético?
Gosto de escrever trechos de teor poético e filosófico. Não exatamente poemas porque não me adequo ao formato em que costumam ser escritos. Abaixo, um pequeno texto que escrevi. O que acham? (Talvez esteja um pouco desorganizado o formato do texto porque escrevi no bloco de notas)
O pranto daqueles que aqui se encontram encarrega-se de umedecer as almas e o ar. O calor emanado pelas bombas contráteis que carregam em meio ao peito, exasperadas, acalentam o solo em erosão. Densas florestas erguem-se, e as folhas golpeiam ao estalar do vento, tal como cabelos tornam-se leves e sutis ao toque desse. Vá, e vá, evaporando sua essência, impregnando-a no olfato de quem por aqui passar, quem aqui restar. Aqui, do lado de dentro, um fluido rio irriga o ser que ora lhes semeia estas palavras. Porque aqui, os hemisférios norte e o sul traçam-se distintos por uma única linha. A esta altitude, latitude em que me encontro, o clima é equatorial…
E este outro também:
Recostada ao parapeito da janela, admirava o vulto a esvair-se, ao longe. Seu formato era indefinido, marcado por sombras cortadas pelos pingos de chuva que desciam pela calha e deitavam-se pelo vidro. O soluço crescia na garganta de quem estivera do lado de cá, protegendo-se
e, ainda assim, teria sido atingida. Ameaçada por vindas, partidas de um ser inconstante, tão facilmente abalável. Incansavelmente, incessantemente, correra atrás como quem persegue insetos na esperança de desabrocharem para uma magnífica borboleta. Ela punha fé na possível metamorfose que ele pudesse estar sob, todavia de nada adiantava. Não existia a força de vontade vinda do interior por parte dele, a alegria parecia jorrar a tudo e todos ao seu redor e nunca atingi-lo, dando lugar ao pranto. O seu vulnerável coração, de maneira aconchegante, hospedava estes depressivos sentimentos, carregava em si a mágoa dos desiludidos, dos que em algum momento haviam sido oprimidos e rejeitados. Preferia tornar-se a cruz, a farda, que os outros sorrissem por ele. O sacrifício de uns para a continuidade dos demais, concluía. Aguardava, desfalecia em espera do que jamais viria. O brilho das lágrimas gotejantes embaçava a pouca visão que lhe restara.
Escrevo sobre a tristeza não por ser melancólica, pelo contrário, amo minha vida e aquilo que me rodeia, porém pela pureza que traz. Quando felizes, não estamos 100% satisfeitos, então não é exatamente pleno. Mas, quando estamos tristes, estamos tristes e só.. sem demais enfeites. Considero um sentimento bonito porque me faz ver como seriam os dias caso a alegria não existisse. Espero que apreciem aquilo que escrevo e deixem suas sinceras críticas, preferencialmente construtivas!
Comments
Simplesmente amei o segundo texto, prende-me de forma que só Voltaire consegue.
Muito bom.
Parabéns.
Esperando mais postagens
Eu gostei bastante. Vc realmente é bom no que faz,
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