Apesar de amar filmes e amar teatro, não gosto quando os dois se misturam (com poucas exceções).
Teatro é a emoção, o momento, a ordem e a ligação que você faz com a platéia por causa da proximidade (sem contar com a ansiedade e animação tanto da produção quanto dos expectadores).
Cinema é mais distante, pois você não conhece a platéia, tampouco o lugar onde vai ser reproduzido o filme (por isso que as melhores histórias são aquelas com que as pessoas conseguem se identificar em qualquer lugar do mundo).
Quando fui para Broadway a primeira vez, vi "Hairspray", "Mamma Mia" e "Chicago". Adorei as peças, mas depois que vi os filmes fiquei pensando "Nossa! Depois dessas super produções ninguém mais vai ir nas peças". E é verdade. "Hairspray" fechou e quando minha prima viu "Mamma Mia" depois do filme ficou extremamente decepcionada. Esse ano fui novamente e vi uma peça excelente, "Wicked" (uma versão distorcida de "O Mágico de Oz"), que sem dúvida vai virar filme em alguns meses (já ouvi rumores de uma produção) e uma peça que era filme, "Shrek". Realmente deteste "Shrek", achei sem graça, nada interessante e exagerada com as músicas.
Em São Paulo assisti duas peças recentemente muito boas, "O Fingidor" (sobre a vida de Fernando Pessoa) e "Memória do Mundo" (monólogo em teatro de arena para apenas 20 pessoas, sobre o jeito de ver o mundo do poeta argentino Jorge Luis Borges, depois que ficou cego). As duas são muito boas, mas iriam se estragar se virassem filme.
Outra vantagem do teatro é o já mencionado improviso. Em SP também há um grupo de palhaços chamado "Jogando no Quintal", onde os atores/palhaços pedem um tema qualquer para uma pessoa da plateia e improvisam uma cena na hora, que logicamente sai hilária. Isso que é legal, a interação com quem está assistindo.
Histórias de Shakespeare nunca vi uma versão de filme que me agradou (sem contar com o "Hamlet" de Laurence Olivier), mas no teatro é uma magia. Agora há peças como as de Tennessee Williams ("Gata em Teto de Zinco Quente", "Um Bonde Chamado Desejo"...) que gosto tanto em filme quanto em teatro. E há também "Dogville", um teatro dentro de um filme, mas que seria impossível transformar em teatro com a mesma força do filme.
Outros alvos excelentes para teatro e filme são antigas histórias que Walt Disney transformou em desenho (nem diria que são infantis, pois a maioria tem uma carga emocional e simbólica tão grande que poucas crianças entendem), como "Alice no País das Maravilhas" e "Peter Pan" (minhas preferidas).
Por isso digo, teatro é teatro e deve continuar no teatro. E filme é filme, e deve continuar no cinema.
(Estrelinha pra você por me fazer escrever uma enciclopédia, haha)
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Sou atriz de teatro legítimo também.
Apesar de amar filmes e amar teatro, não gosto quando os dois se misturam (com poucas exceções).
Teatro é a emoção, o momento, a ordem e a ligação que você faz com a platéia por causa da proximidade (sem contar com a ansiedade e animação tanto da produção quanto dos expectadores).
Cinema é mais distante, pois você não conhece a platéia, tampouco o lugar onde vai ser reproduzido o filme (por isso que as melhores histórias são aquelas com que as pessoas conseguem se identificar em qualquer lugar do mundo).
Quando fui para Broadway a primeira vez, vi "Hairspray", "Mamma Mia" e "Chicago". Adorei as peças, mas depois que vi os filmes fiquei pensando "Nossa! Depois dessas super produções ninguém mais vai ir nas peças". E é verdade. "Hairspray" fechou e quando minha prima viu "Mamma Mia" depois do filme ficou extremamente decepcionada. Esse ano fui novamente e vi uma peça excelente, "Wicked" (uma versão distorcida de "O Mágico de Oz"), que sem dúvida vai virar filme em alguns meses (já ouvi rumores de uma produção) e uma peça que era filme, "Shrek". Realmente deteste "Shrek", achei sem graça, nada interessante e exagerada com as músicas.
Em São Paulo assisti duas peças recentemente muito boas, "O Fingidor" (sobre a vida de Fernando Pessoa) e "Memória do Mundo" (monólogo em teatro de arena para apenas 20 pessoas, sobre o jeito de ver o mundo do poeta argentino Jorge Luis Borges, depois que ficou cego). As duas são muito boas, mas iriam se estragar se virassem filme.
Outra vantagem do teatro é o já mencionado improviso. Em SP também há um grupo de palhaços chamado "Jogando no Quintal", onde os atores/palhaços pedem um tema qualquer para uma pessoa da plateia e improvisam uma cena na hora, que logicamente sai hilária. Isso que é legal, a interação com quem está assistindo.
Histórias de Shakespeare nunca vi uma versão de filme que me agradou (sem contar com o "Hamlet" de Laurence Olivier), mas no teatro é uma magia. Agora há peças como as de Tennessee Williams ("Gata em Teto de Zinco Quente", "Um Bonde Chamado Desejo"...) que gosto tanto em filme quanto em teatro. E há também "Dogville", um teatro dentro de um filme, mas que seria impossível transformar em teatro com a mesma força do filme.
Outros alvos excelentes para teatro e filme são antigas histórias que Walt Disney transformou em desenho (nem diria que são infantis, pois a maioria tem uma carga emocional e simbólica tão grande que poucas crianças entendem), como "Alice no País das Maravilhas" e "Peter Pan" (minhas preferidas).
Por isso digo, teatro é teatro e deve continuar no teatro. E filme é filme, e deve continuar no cinema.
(Estrelinha pra você por me fazer escrever uma enciclopédia, haha)
Todas!
Eu acho bem legal as que estão em cartaz no Ruth Escobar! Nesse site tem as melhores que viraram cinema: http://teatrododia.com.br/
Acho que "Black Out".
Esta também é uma adaptação de uma peça que se tornou filme, chamado de "Um clarão nas trevas".
Se fosse um filme, poderia ser uma refilmagem.
Peças brasileiras?
Bem, eu adoro a peça Cócegas. Acho que daria um ótimo filme de comédia.
Estrangeiras, tem a peça Rent. Deve virar filme logo logo, assim como os ótimos: Grease, O fantasma da Ópera e Minha bela dama.
Improriso !!!
comédia pra tirar um pouco essa fama de filmes brasileiros só falar de violencia e favela !!!