Quanto à Canção do Exílio pode-se dizer, como o próprio título sugere, que Gonçalves Dias está exilado. E foi em Portugal, em 1843, estando em Coimbra, em exílio voluntário e estudantil, que escreveu, estampando Goethe como epígrafe, o que se tornaria o leit-motif mais presente da literatura brasileira por gerações e gerações de escritores e de leitores.
Portanto, "cá"refere-se a Portugal e "lá" ao Brasil, sua terra natal.
Manuel Bandeira refere-se à Pasárgada (lá) como um páis de delícias e o seu "cá" como a Rua do Curvelo, no Rio de Janeiro .O próprio Bandeira deixou a seguinte explicação:
“Vou-me embora pra Pasárgada” foi o poema de mais longa gestação em toda minha obra. Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias [...]. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio: “Vou-me embora pra Pasárgada!”. Senti na redondilha a primeira célula de um poema [...].
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Quanto à Canção do Exílio pode-se dizer, como o próprio título sugere, que Gonçalves Dias está exilado. E foi em Portugal, em 1843, estando em Coimbra, em exílio voluntário e estudantil, que escreveu, estampando Goethe como epígrafe, o que se tornaria o leit-motif mais presente da literatura brasileira por gerações e gerações de escritores e de leitores.
Portanto, "cá"refere-se a Portugal e "lá" ao Brasil, sua terra natal.
Manuel Bandeira refere-se à Pasárgada (lá) como um páis de delícias e o seu "cá" como a Rua do Curvelo, no Rio de Janeiro .O próprio Bandeira deixou a seguinte explicação:
“Vou-me embora pra Pasárgada” foi o poema de mais longa gestação em toda minha obra. Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias [...]. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio: “Vou-me embora pra Pasárgada!”. Senti na redondilha a primeira célula de um poema [...].