A velhinha contrabandista …..?
por Luiz Fernando Veríssimo
Todos conhecem a história da velhinha contrabandista. Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois países, de bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era revistada pelos guardas da fronteira, à procura de contrabando. Os guardas tinham certeza de que a velhinha era contrabandista, mas revistavam a velhinha, revistavam a sua bolsa, e nunca encontravam nada. Nada. Todos os dias a mesma coisa: nada.
Até que um dia um dos guardas decidiu seguir a velhinha, para flagrá-la vendendo a moamba, e ficar sabendo o que ela contrabandeava e, principalmente, como. E seguiu a velhinha até o seu próspero comércio de bicicletas e bolsas.
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual.
Significa que quem se concentra no mal aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do todo, ou que o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração. No Brasil, temos o hábito de procurar e nos indignar com o escândalo menor - por exemplo, os fotogênicos milhão e trezentos no cofre dos Murad - e deixar passar o escândalo maior, ou o uso do dinheiro público para lucro privado e proveito político, que inclui desde privatizações subsidiadas pelo Estado e a benemerência com bancos falidos até espionagem e contra-espionagem com fins eleitoreiros, sem falar no condominato com as "oligarquias corruptas do Norte e Nordeste", que só se tornaram reprováveis quando se tornaram politicamente inconvenientes. Isto é o banal, é o corriqueiro, é a velhinha passando de bicicleta pela ponte todos os dias. A rotina da corrupção que ninguém chama pelo nome se tornou tão rotineira, de uns tempos para cá, que podem fazer uma campanha eleitoral como essa, paga pelo banco oficial do País, de elogio aos primeiros oito anos dos anunciados 20 que o PSDB precisa - uma espécie de resumo apoteótico da desfaçatez dominante - sem que o TSE se manifeste ou alguém proteste, fora os chatos de sempre. Afinal, pra que perturbar a vidinha da velhinha, que só está fazendo o que sempre fez.
Comments
O Brasil está doente e,infelizmente não há nada que neutralize este câncer-a maldita corrupção!!
Veja esta:
Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista um Bolo "Nega Maluca".
O balconista diz à cliente que usar o nome "nega maluca", hoje em dia, pode dar cadeia, DEVIDO A:
- Lei Affonso Arinos;
- Lei Eusébio de Queiroz;
- Artigo Quinto da Constituição;
- Código Penal;
- Código Civil;
- Código do Consumidor;
- Código Comercial;
- Código de Ética;
- Moral e Bons Costumes,
- Além da Lei "Maria da Penha"...
- Então, meu filho, como peço a ***** desse bolo ?
- Bolo Afro-descendente com distúrbio neuro psiquiátrico...
a realidade estampada em nossas kra
Começou como piada, terminou como coisa séria. Muito séria...
Abraço, bom dia.
Eu conheço historia semelhante. Todo dia o cara passava numa lambreta (na época em que só existia lambreta italiana)com um feche de capim na garupa. Após várias passagens decobriram que o contrabando era a lambreta.
Tudo isso é gritar contra o vento. à mais fácil prender a "boa velhinha" do que esses corruptos que assolam o paÃs. Afinal, o dinheiro gira o mundo e o "imundo"também... kkkkkkkkkkkkk. Ai Kiko, sou seu fã, um abraço, irmão.
Sumemo mano