Quais são os três tipos de dominação legítima segundo Weber.?

Por meio de que mecanismos elas se processam.

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  • OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA

    Regina B. Lopes

    Nesta resenha, pretendo mostrar como a dominação é resultado de uma relação social de poder desigual, onde se vê claramente, que um lado manda e outro obedece. Existe a subordinação de uns e poder de outros. As relações de dominação são necessárias, para a manutenção da ordem social.

    Weber é considerado, junto com Karl Marx e Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia e dos estudos comparados sobre cultura e religião, disciplinas às quais deu um impulso decisivo. A sua abordagem diferia da de Marx, que utilizou o materialismo dialético como método para explicar a evolução histórica das relações de produção e das forças produtivas. Contrastava igualmente com as propostas de Durkheim, que considerava ser a religião a chave para entender as relações entre o indivíduo e a sociedade. Para Weber, o núcleo da análise social consistia na interdependência entre religião, economia e sociedade.

    Segundo estudos apresentados por Max Weber, existem três tipos puros de dominação legítima, que são: Dominação Legal, Dominação Tradicional e Dominação Carismática.

    A dominação legal tem como idéia base à existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido.

    A forma mais pura de dominação legal é a burocracia. Muito embora não haja domínio legal que seja exclusivamente burocrático, já que não há como uma empresa ser constituída unicamente por funcionários contratados; há sempre os dignitários, ou seja, os que ocupam cargo mais alto. Podemos concluir então, que o elemento burocrático é essencial para o trabalho rotineiro.

    Weber faz uma analogia entre o desenvolvimento de um Estado Moderno e o da moderna burocracia; também entre a evolução do capitalismo moderno e a burocratização crescente das empresas econômicas.

    A dominação tradicional, por sua vez, é aquela que se dá em virtude da crença na "santidade" das ordenações e dos poderes senhoriais, possuindo como tipo mais puro a dominação patriarcal, na qual o "senhor" ordena e os súditos obedecem. Seu quadro administrativo é formado por "servidores". A dominação é exercida em virtude da dignidade do senhor e reiterada pela tradição: por fidelidade. À vontade do senhor possui caráter importantíssimo e uma característica "elástica". Dessa maneira, as normas tradicionais se restringem a um campo determinado enquanto que, numa outra esfera, de acordo de com a "graça" e "arbítrio livres", age conforme seu prazer, sua simpatia ou antipatia e de acordo com ponto de vista puramente pessoal. Seus princípios são os da eqüidade ética material, da justiça ou da utilidade prática – diferente do caráter formal existente na dominação legal.

    Em virtude de devoção a pessoa do senhor e seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente, a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória; o sempre novo, o extracotidiano, o inaudito e o arrebatamento emotivo que provocam, constituem fonte de devoção pessoal, caracteriza a dominação carismática.

    A obediência enquanto obtenção do consentimento passivo (imposição carismática) ou subordinação (por imposição tradicional) não é um elemento desejável, embora possível ou real. A disciplina por sua vez, definida como "a probabilidade de que, em virtude do hábito, um comando receba obediência pronta e automática de forma estereotipada, da parte de um grupo dado de pessoas" é para Weber, um ingrediente fundamental da sociedade.

    Quando esta disciplina não é habitual, mas exige a presença de fato de mando eficaz (pessoal, organizacional ou institucional) para obter obediência, estamos numa situação de dominação.

    A dominação legal subordina tanto o dominado quanto o dominante a um mesmo estatuto, evitando assim, abusos de poder. Ela supera a obediência tradicional (de cunho aristocrático) e a subordinação personalizada (carismática ou sultânica) por promover uma menor probabilidade de decisões arbitrárias. Ela acarreta maior estabilidade na relação dominante/ dominado, uma vez que os direitos deste, como, por exemplo, o da queixa, já estão previamente garantidos. Todavia, o exercício legal-racional de dominação também envolve uma certa dose de força. Esta pode ser "ativa", por meio de agentes sociais,e estrutural, ou seja, já implícita na situação.

    À disciplina se opõe o carisma, por seu caráter de "poder mágico" e como atributo único e transitório de um indivíduo. Portanto, o carisma entra como um desestabilizador "da ordem" repleto de impositivos não institucionalizados nem rotinizáveis. Weber desconfia nitidamente do carisma. Acredita ser extremamente perigosa a possibilidade de elementos emocionais virem a predominar na política. A massa, que só pensa em curto prazo, está sempre exposta a influências diretas puramente emocionais e irracionais.

    A dominação tradicional é um típico exemplo de influência de valores morais e éticos existente desde a Idade Antig

  • Os três tipos puros de dominação legítima

    Segundo Max Weber para que um Estado exista, é necessário que um conjunto de pessoas obedeça à autoridade alegada pelos detentores do poder no referido Estado. Por outro lado, para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores do poder possuam uma autoridade reconhecida como legítima. A dominação é presença marcante em uma sociedade. Para haver dominação é necessário que haja elementos de diversas classes sociais, onde os que detêm o poder exercerão domínio, soberania sobre os demais indivíduos sem o poder.

    A dominação pode ser distinguida segundo três tipos básicos:

    Dominação Legal: é regida por um estatuto, onde a associação dominante é eleita e nomeada. Baseada em regras racionalmente criadas. É uma dominação burocrática, havendo relação entre empregador e empregados.

    Dominação Tradicional: é o tipo mais antigo. Puro da dominação patriarcal. Onde o senhor comanda seus súditos, e é aceita em nome de uma tradição reconhecida como válida. O exercício da autoridade nos Estados desse tipo, é definido por um sistema de status, cujos poderes são determinados, em primeiro lugar, por prescrições concretas da ordem tradicional e, em segundo lugar, pela autoridade de outras pessoas que estão acima de um status particular no sistema hierárquico estabelecido. Possui legitimidade afetiva.

    Dominação Carismática: ocorre em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais. Baseia-se na crença. O líder carismático, em certo sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Para que se estabeleça uma autoridade desse tipo, é necessário que o apelo do líder seja considerado como legítimo por seus seguidores, os quais estabelecem com ele uma lealdade de tipo pessoal. Tem legitimidade utilitarista.

    A dominação atualmente

    A dominação é fato decorrente da origem do mundo, sempre haverá algo a ser dominado, liderado. Desde a relação entre os animais até os seres humanos, os indivíduos necessitar de um “ser” poderoso para guiá-los, orientá-los e dominá-los. Os tipos de dominação estudados por Max Weber no século passado, possui presença marcante neste século. A dominação legal segue viva na hierarquia das empresas, onde os trabalhadores são liderados por empresários; apesar dos tempos modernos ainda há o comando do pai perante sua família destacado na dominação tradicional e por último, considerada por mim a maior dominação de todos os tempos conceituada por Weber: a dominação carismática, que toma conta nos cultos e sessões de novas Igrejas e religiões que cada vez mais se difundem atualmente

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