As religiões são necessárias?

Na minha modesta opinião (sou apenas um estudioso curioso das religiões) o que vai acontecer, e isso já se observa em muitos países, é uma “transformação na forma de se ligar a Deus”. As pessoas ainda vão continuar crendo em Deus. No entanto, vão compreender que para “sentir” ou “estar conectado” a Deus, não é necessário ir à igreja ou templo. Ou ter uma religião. Essa “nova” pessoa irá descobrir que em qualquer lugar ela pode se “unir” a Deus. Como disse Jesus, “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo”.

Portanto, as religiões não são necessárias. E, muitas vezes, são até prejudiciais ao ser humano. Quando por exemplo, as autoridades eclesiásticas intimidam os fiéis com o famoso “acredite ou castigo no inferno” (inferno é uma invenção da classe sacerdotal antiga para conquistar poder e manter o povo quieto). Ou quando a Igreja se intromete na sexualidade humana, proibindo o uso de preservativo, o sexo antes do casamento e o direito do amor entre iguais. Ou quando a Igreja se põe contra o direito da mulher em decidir sobre levar ou não uma gravidez adiante, quando proíbe o divórcio, quando se intromete no vestuário das devotas, e até no corte de cabelo. A religião tem seu lado perigoso também quando o devoto, pensando em agradar a seu deus, promove perseguições, torturas, e faz guerra contra aqueles que não têm a mesma religião que a sua. A religião ainda é perigosa quando obriga as crianças a não duvidar, a não questionar.

E, sobretudo, a religião é perigosa quando leva os crentes a acreditarem que Deus, no passado, se revelou em “livros sagrados”. Algo que hoje todo estudioso sério, racional, sabe que não é verdade. Tais livros contêm regras que aprovam a escravidão, a homofobia, a morte a quem não segue seu deus. Afirmam que a mulher deve ser submissa ao marido (apóstolo Paulo) e deve ser morta se não casar virgem (Moisés).

Apontar todos os problemas criados pelas religiões ao longo dos séculos não caberia num artigo (muitos autores já o fizeram em vastas obras). De maneira que não penso que as religiões sejam necessárias e a melhor invenção para fazer a humanidade feliz.

O que penso é que Deus sim, é importante para um grande número de pessoas e continuará sendo enquanto existir a humanidade. Mas esse Deus não será mais o deus das religiões, aquele deus sisudo e vingativo: “Ama-me ou o mandarei para o inferno”. As pessoas acreditarão em Deus a seu jeito, e acredito, serão mais felizes e com menos tormentos espirituais. Um opositor poderá declarar: “Se as pessoas não acreditarem em um deus que pune com o inferno os maus, elas se tornarão piores do que já são, e farão tudo que quiserem”.

Texto original de - Fernando Bastos

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