O solo é habitado por uma enorme variedade de microorganismos vegetais (microflora do solo) e animais (microfauna do solo) e ainda por organismos animais que vão de dimensões submicrocóspicas a dimensões médias ou mesmo relativamente grandes (macrofauna).
As actividades dos diversos grupos de organismos do solo estão interligados entre si e com as condições do ambiente prevalecentes a cada momento, verificando-se que a população microbiana se ajusta rapidamente às variações dessas condições ambientais e que são estas que fundamentalmente determinam o sentido em que a actividade dessas populações se desenvolve mais do que a espécie ou o número de microorganismos presentes.
A acção microbiana do solo depende, entre outros factores, da temperatura, arejamento e condições de humidade, reacção e teor em elementos nutritivos, e da competição e antagonismos que se estabelecem entre os próprios grupos de microorganismos. A intensidade de decomposição da matéria orgânica é tanto mais pequena quanto mais baixa é a temperatura para temperaturas entre 5 e 30ºC e a baixas temperatura verifica-se que uma vez estabilizada a baixa taxa de decomposição as perdas em matéria orgânica são pequenas e nota-se uma certa tendência para se formarem resíduos ricos em azoto. Para altas temperaturas, entre 45 e 75ºC, e quanto mais elevada for a temperatura, a intensidade de decomposição também diminui, em condições de humidade suficiente mas não excessiva, reduzindo o arejamento, faz diminuir a actividade microbiana e principalmente modifica o sentido em que se processa a decomposição muito especialmente em relação aos produtos finais dessa actividade.
As bactérias são o grupo mais importante de organismos do solo, no qual, em condições favoráveis, atingem números extraordinariamente elevados. Há bactérias aeróbias obrigatórias, anaeróbias obrigatórias e facultativas. As primeiras obtêm o seu oxigénio do ar, e só prosperam portanto em solos bem arejados. As segundas não necessitam de oxigénio gasosos, ou são mesmo prejudicadas por este, pelo que se encontram em solos compactos e/ou com drenagem deficientes; a sua actividade é muito inferior à das primeiras. As chamadas facultativas constituem o grupo mais importante , e actuam tanto num caso como no outro.
As bactérias desempenham papel importante na decomposição de resíduos orgânicos e na formação do húmus, e incluem organismos fixadores de azoto amoniacal em azoto nítrico(nitrificação). Das bactéria fixadoras de azoto, uma(Rhizobium) vivem em simbiose com leguminosas, fixando azoto em nódulos das raízes destas. Outras, não-simbióticas, obtêm o azoto o azoto do ar e energia da decomposição de resíduos vegetais. É o caso do Azotobacter e da Beijerinckia; aeróbios, e do Clostridium pastorianum, anaeróbio.
As bactérias são, em geral, bastante exigentes em cálcio e prosperam especialmente em solos de reacção levemente ácida a levemente alcalina.
Os fungos podem atingir no solo uma massa total superior à das bactérias. São provavelmente todos heterofróficos e, em certas condições, parecem ser dos organismos do solo mais aptos para decompor a lenhina. Algumas espécies são depredadoras de protozoários e de nemátodos. São em geral menos exigentes em cálcio e mais tolerantes da acidez do que as bactérias.
Certos fungos vivem em simbiose com as raízes de plantas superiores, cujo desenvolvimento parecem beneficiar. As associações de fungos e raízes são conhecidas por micorrizas.
As algas incluem espécies que provavelmente realizam fotossíntese, e algumas fixam o azoto do ar. Desenvolvem-se principalmente na camada superficial de solos encharcados. Parece desempenharem papel importante no arejamento de solos pantanosos. Quanto a exigências em cálcio, aproximam-se mais das bactérias do que dos fungos.
A microfauna do solo inclui principalmente protozoários, nemátodos e ainda micro-artrópodos. A macrofauna é constituída principalmente por anelídeos, artrópodos e ainda gasterópodos e alguns mamíferos.
Os protozoários são as formas mais pequenas da vida animal. A maior parte deles alimenta-se principalmente de bactérias, pelo quem, em geral, tenderão a limitar a proliferação destas. Por outro lado, certas bactérias actuam mais intensamente na presença de determinados protozoários.
Dos nemátodos, muitos alimentam-se de matéria orgânica em decomposição, de elementos da microflora do solo e, possivelmente, de protozoários. Vários são depredadores de outros elementos da fauna do solo, incluindo outros nemátodos. Há também nemátodos parasitas das plantas superiores e que, por isso, têm sido melhor estudados, não interessa referir aqui especialmente.
Dos micro-atrópodos, podem citar-se os ácaros, aracnídeos que, na sua maior parte, se alimentam de resíduos vegetais e de fungos, e certos insectos apterigotas (Collembola), que utilizam matéria orgânica em decomposição, e são dos insectos que podem encontrar-se em maior número no solo.
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O solo é habitado por uma enorme variedade de microorganismos vegetais (microflora do solo) e animais (microfauna do solo) e ainda por organismos animais que vão de dimensões submicrocóspicas a dimensões médias ou mesmo relativamente grandes (macrofauna).
As actividades dos diversos grupos de organismos do solo estão interligados entre si e com as condições do ambiente prevalecentes a cada momento, verificando-se que a população microbiana se ajusta rapidamente às variações dessas condições ambientais e que são estas que fundamentalmente determinam o sentido em que a actividade dessas populações se desenvolve mais do que a espécie ou o número de microorganismos presentes.
A acção microbiana do solo depende, entre outros factores, da temperatura, arejamento e condições de humidade, reacção e teor em elementos nutritivos, e da competição e antagonismos que se estabelecem entre os próprios grupos de microorganismos. A intensidade de decomposição da matéria orgânica é tanto mais pequena quanto mais baixa é a temperatura para temperaturas entre 5 e 30ºC e a baixas temperatura verifica-se que uma vez estabilizada a baixa taxa de decomposição as perdas em matéria orgânica são pequenas e nota-se uma certa tendência para se formarem resíduos ricos em azoto. Para altas temperaturas, entre 45 e 75ºC, e quanto mais elevada for a temperatura, a intensidade de decomposição também diminui, em condições de humidade suficiente mas não excessiva, reduzindo o arejamento, faz diminuir a actividade microbiana e principalmente modifica o sentido em que se processa a decomposição muito especialmente em relação aos produtos finais dessa actividade.
As bactérias são o grupo mais importante de organismos do solo, no qual, em condições favoráveis, atingem números extraordinariamente elevados. Há bactérias aeróbias obrigatórias, anaeróbias obrigatórias e facultativas. As primeiras obtêm o seu oxigénio do ar, e só prosperam portanto em solos bem arejados. As segundas não necessitam de oxigénio gasosos, ou são mesmo prejudicadas por este, pelo que se encontram em solos compactos e/ou com drenagem deficientes; a sua actividade é muito inferior à das primeiras. As chamadas facultativas constituem o grupo mais importante , e actuam tanto num caso como no outro.
As bactérias desempenham papel importante na decomposição de resíduos orgânicos e na formação do húmus, e incluem organismos fixadores de azoto amoniacal em azoto nítrico(nitrificação). Das bactéria fixadoras de azoto, uma(Rhizobium) vivem em simbiose com leguminosas, fixando azoto em nódulos das raízes destas. Outras, não-simbióticas, obtêm o azoto o azoto do ar e energia da decomposição de resíduos vegetais. É o caso do Azotobacter e da Beijerinckia; aeróbios, e do Clostridium pastorianum, anaeróbio.
As bactérias são, em geral, bastante exigentes em cálcio e prosperam especialmente em solos de reacção levemente ácida a levemente alcalina.
Os fungos podem atingir no solo uma massa total superior à das bactérias. São provavelmente todos heterofróficos e, em certas condições, parecem ser dos organismos do solo mais aptos para decompor a lenhina. Algumas espécies são depredadoras de protozoários e de nemátodos. São em geral menos exigentes em cálcio e mais tolerantes da acidez do que as bactérias.
Certos fungos vivem em simbiose com as raízes de plantas superiores, cujo desenvolvimento parecem beneficiar. As associações de fungos e raízes são conhecidas por micorrizas.
As algas incluem espécies que provavelmente realizam fotossíntese, e algumas fixam o azoto do ar. Desenvolvem-se principalmente na camada superficial de solos encharcados. Parece desempenharem papel importante no arejamento de solos pantanosos. Quanto a exigências em cálcio, aproximam-se mais das bactérias do que dos fungos.
A microfauna do solo inclui principalmente protozoários, nemátodos e ainda micro-artrópodos. A macrofauna é constituída principalmente por anelídeos, artrópodos e ainda gasterópodos e alguns mamíferos.
Os protozoários são as formas mais pequenas da vida animal. A maior parte deles alimenta-se principalmente de bactérias, pelo quem, em geral, tenderão a limitar a proliferação destas. Por outro lado, certas bactérias actuam mais intensamente na presença de determinados protozoários.
Dos nemátodos, muitos alimentam-se de matéria orgânica em decomposição, de elementos da microflora do solo e, possivelmente, de protozoários. Vários são depredadores de outros elementos da fauna do solo, incluindo outros nemátodos. Há também nemátodos parasitas das plantas superiores e que, por isso, têm sido melhor estudados, não interessa referir aqui especialmente.
Dos micro-atrópodos, podem citar-se os ácaros, aracnídeos que, na sua maior parte, se alimentam de resíduos vegetais e de fungos, e certos insectos apterigotas (Collembola), que utilizam matéria orgânica em decomposição, e são dos insectos que podem encontrar-se em maior número no solo.
Dos anelídeos têm extraordiná