"A significação política da Psicologia do Desenvolvimento nasceu no momento histórico em que se tornou possível admitir que os seres humanos podem modelar o curso de sua existência.
Tanto a tradição de língua inglesa quanto a tradição francofone (5) reconhecem que o interesse especulativo pela criança e seu desenvolvimento consolidou-se no pensamento filosófico nos séculos XVII e XVIII, precedido pelo interesse prático.
O interesse prático pela infância é relatado por vários historiadores, como por exemplo Garnier, Ladurie e Ariès (6), que se referem ao modo como foi tratada a criança na Europa Continental nos períodos designados como Antigüidade tardia e Idade Média. Não há muito consenso entre esses historiadores, mas todos admitem que as transformações da sociedade sempre estiveram diretamente ligadas à evolução do estatuto da criança nas representações sociais e nos modos como ela é cuidada.
Cabe lembrar aqui dois filósofos cujos escritos tiveram enorme influência sobre a história do desenvolvimento da criança, pois ambos desafiaram a visão dominante segundo a qual as diferenças humanas e as desigualdades sociais seriam determinadas primariamente pelo nascimento. O inglês John Locke (1632-1704), que propôs que a mente da criança é uma tabula rasa na qual tudo pode ser gravado e o francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que em sua obra Emile ou De l’éducation (1762) formulou teses vigorosas, afirmando a bondade natural da criança e a influência exercida sobre ela pela sociedade."
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"A significação política da Psicologia do Desenvolvimento nasceu no momento histórico em que se tornou possível admitir que os seres humanos podem modelar o curso de sua existência.
Tanto a tradição de língua inglesa quanto a tradição francofone (5) reconhecem que o interesse especulativo pela criança e seu desenvolvimento consolidou-se no pensamento filosófico nos séculos XVII e XVIII, precedido pelo interesse prático.
O interesse prático pela infância é relatado por vários historiadores, como por exemplo Garnier, Ladurie e Ariès (6), que se referem ao modo como foi tratada a criança na Europa Continental nos períodos designados como Antigüidade tardia e Idade Média. Não há muito consenso entre esses historiadores, mas todos admitem que as transformações da sociedade sempre estiveram diretamente ligadas à evolução do estatuto da criança nas representações sociais e nos modos como ela é cuidada.
Cabe lembrar aqui dois filósofos cujos escritos tiveram enorme influência sobre a história do desenvolvimento da criança, pois ambos desafiaram a visão dominante segundo a qual as diferenças humanas e as desigualdades sociais seriam determinadas primariamente pelo nascimento. O inglês John Locke (1632-1704), que propôs que a mente da criança é uma tabula rasa na qual tudo pode ser gravado e o francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que em sua obra Emile ou De l’éducation (1762) formulou teses vigorosas, afirmando a bondade natural da criança e a influência exercida sobre ela pela sociedade."
continua:
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