Alguem pode fazer a analise deste poema de Jorge de Lima?

Jorge de Lima

Essa Infanta

Essa infanta boreal era a defunta

em noturna pavana sempre ungida,

colorida de galos silenciosos,

extrema-ungida de óleos renovados.

Hoje é rosa distante prenunciada,

cujos cabelos de Altair são dela;

dela é a visão dos homens subterrâneos,

consolo como chuva desejada.

Tendo-a a insônia dos tempos despertado,

ontem houve enforcados, hoje guerras,

amanhã surgirão campos mais mortos.

Ó antípodas, ó pólos, somos trégua,

reconciliemo-nos na noite dessa

eterna infanta para sempre amada.

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