Vamos relembrar um pouco o período trovadoresco novamente?
CANTIGA DE LAMENTAÇÃO
David James Loureiro
Quem sois vós senhorinha
Que rouba-me a razão
Invade meu coração
E rouba-me a alma?
Já estou ao martírio condenado
Vossa imagem é meu pecado
Caminho pelo mundo perdido
Respondei-me ó senhorinha
Qual vosso nome, origem, ou intento
Pois me perdi levado pelo vento
Que trouxe vossa imagem
Ó senhorinha
Se estou no inferno
Maior inferno é estar sem vossa companhia
Sofrer a dor de acordar a cada dia
Na solidão e no sofrimento eterno.
Mogi das Cruzes, 21 de agosto de 2007.
Update:Obrigado aos que responderam. Amigo André! Essa poesia eu escrevi numa aula de literatura que estudava as características das cantigas trovadorescas, uma das quais a amiga Scarlet trouxe para comparação (não mereço tamanho elogio em comparar-me a tal literatura). É uma cantiga moderna remontando o estilo antigo. É belíssimo estudar Literatura. Que o diga o amigo aquazul. Não é mesmo gente?
Comments
Inspirado poema! Lamento de amor não advém do sofrimento, é o deleite do momento em que o coração finge descontentamento! Abraço e parabéns!
Gosto desta em português arcaico:
Senhora, ban-se tan tristes
Mius uolhos por bós, miu bien,
Que nunca tan tristes bistes
Outros alguns por alguien.
Tan tristes, tan sauidosos,
Tan dolientes de la ida,
Tan cansados, tan chorosos,
De muorte mais deseosos
Cien mil bezes que de bida.
Ban-se tan tristes ls tristes,
Sin sprança d’asperar bien
Que nunca tan tristes bistes
Outros alguns por alguien.
João Roiz de Castelo-Branco
in Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
essa até dá pra entender mais aquelas cantigas portuguesas do sec XII eu num entendia nada