O texto abaixo pode ser considerado um conto?

O urso de pelúcia

Lá estava eu, jogado e ignorado na prateleira da loja de brinquedos. Não entendia por que nenhuma criança me notava, parecia que eu era invisível. Fazia dois meses que havia chegado à loja e toda vez que entrava uma criança pela porta, a mesma cena se repetia: eu dava o melhor sorriso e meus olhos brilhavam, pensava comigo mesmo que dessa vez eu sairia dali. Mas todos os meninos que entravam iam direto ao robô x-5000, o que falava e acendia luzes. Mesmo assim eu não perdia as esperanças, quando via outra criança entrando na loja, eu novamente dava o melhor de mim, fazendo uma cara amável e abrindo um largo sorriso, mas era inútil. As meninas que entravam, passavam por mim, e procuravam pela boneca Bebê Feliz, aquela que aparecia na TV, que fala, chora e até faz xixi. Novamente me decepcionava. Quando eram os pais que iam à loja, queriam comprar jogos educativos para os filhos não um urso de pelúcia sem graça.Todas as crianças que chegavam nem me notavam, queriam os brinquedos modernos o boneco do super-herói, o robô super moderno, ou a boneca que é quase viva. E assim eu fiquei ali naquela prateleira por um bom tempo.

Num certo dia os vendedores abaixaram os preços de todos os brinquedos menos vendidos, minhas esperanças aumentaram.

Então, nesse mesmo dia, entrou pela porta da loja uma menina que ao passar por mim, me notou. Ela parou, me segurou, deu mais uma olhada em mim e começou a me apalpar, procurando por algum botão que me fizesse falar ou mexer, mas não achou. Meio decepcionada, me colocou de volta na prateleira e foi ver outros brinquedos. Já tinha perdido as esperanças, não podia disputar a preferência das crianças com brinquedos modernos. Já estava me acostumando com a idéia de nunca brincar com uma criança, de ser jogado no lixo ou ser descartado de alguma outra maneira.

Na manhã do dia seguinte, antes da loja abrir, os vendedores da loja pegaram todos os brinquedos que estavam encalhados nas prateleiras e colocaram em caixas de papelão, eu fui junto. Botaram essas caixas em um caminhão, e partimos. Dentro das caixas vários brinquedos estavam apavorados, achamos que íamos para o lixo, todos estavam com medo.

O caminhão parou. Eu pude escutar, de dentro da caixa, crianças animadas e falantes. Sentia que algo bom iria acontecer, os outros brinquedos também. Quando abriram a porta da caçamba, pude perceber que havia muitas crianças no local, nenhum de nós sabia onde estávamos, mas estávamos animados. Um homem abriu a caixa onde eu estava e foi retirando os brinquedos, um por um. Quando ele me tirou da caixa e me entregou a uma menina sorridente, mal pude conter a minha alegria. A menina me abraçou e correu para a sua casa, passou por ruas de chão batido e por casas precárias até se sentar num banco embaixo de uma árvore. Ela não era tão bem vestida como as crianças que iam até a loja, mas eu estava feliz só de ver o sorriso daquela menina. Ela me disse:

- Você é o que eu sempre quis, um ursinho de pelúcia branquinho e fofinho, acho que eu vou te chamar de... Fofinho! Isso mesmo, Fofinho! Nós vamos brincar e nos divertir muito. Mas antes vou te dar um banho, você está meio empoeirado.

E me levou para sua casa, para me dar banho.

Comments

  • Não li tdo não, mas conto é:

    O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.

    se tiver isso então é um conto :D

    ps: contos nao precisam ser sempre de fadas!!!

  • sei naum

  • Hm, é mais ou menos. Isso não é considerado como um conto não, a maioria das vezes os contos são: com fadas, princesas, rei, rainha.. Em um castelo. Aquela história de sempre.

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