OBS:(TIVE QUE TIRAR ALGUMAS PALAVRAS PQ NAO COUBE AQUI,POR FAVOR PESQUISE ELA COMPLETA NO LINK ABAIXO)
Agropecuária
Com relação à evolução da mão-de-obra familiar e assalariada entre 1996 e 2006, é impossível mensurá-la segundo os dados do IBGE. No Censo de 1996 o instituto contabilizou como empregados permanentes os parentes do produtor que recebiam salário e, no Censo de 2006, diferentemente, esses trabalhadores foram contabilizados como parentes, ou seja, mão-de-obra familiar. Desta forma, por menos expressivo que possa ser este contingente de parentes assalariados, não é correto comparar esses dois dados, visto que a evolução verificada é superestimada e não é real. Contudo, o IBGE, na publicação dos resultados do Censo de 2006 (IBGE, 2007), que inclui a comparação com os censos anteriores, insistiu em realizar esta comparação e afirmou ter havido crescimento na proporção da mão-de-obra familiar entre 1996 (75,8%) e 2006 (78,4%), o que não é correto. A única afirmação possível é que a proporção da mão-de-obra familiar não cresceu ou então cresceu menos do que 2,6% entre 1996 e 2006.
Em 1996 o Censo Agropecuário mostrou que os estabelecimentos que mais geram ocupações no campo são os pequenos (até 200 ha), os quais eram, em 1996, responsáveis 87,3% do pessoal ocupado, enquanto nos médios e grandes estavam ocupados apenas 12,5% dos trabalhadores rurais..
MAPA 7.1
Produção agropecuária
Os dados macroeconômicos do Brasil e de sua balança comercial o caracterizam como um país urbano-industrial que tem como âncora no capitalismo mundial a exportação de alimentos que faltam para milhões de brasileiros miseráveis. O Brasil é o 23º importador e o 27º exportador mundial em valor das mercadorias totais (dados de 2006). Quando analisamos semente os produtos agropecuários, o país é o 5º maior exportador, ficando atrás somente de EUA, França, Holanda e Alemanha. Na importação de produtos agropecuários o país aparece apenas em 36º lugar, enquanto EUA, França, Holanda e Alemanha estão entre os seis primeiros. Em 2006 a agropecuária correspondia a 5,2% do PIB nacional, porém foi responsável por 92% do superávit total da balança comercial brasileira. Em 2006 o Brasil exportou US$ 137 bilhões, sendo o setor agropecuário responsável por US$ 49 bi. O superávit total da balança comercial brasileira foi de US$ 46 bi, dos quais US$ 42 bi referentes ao setor agropecuário, já que os outros setores, apesar de exportarem, são grandes importadores.
Do valor total das exportações agropecuárias brasileiras, cerca de 80% são relativos a apenas nove produtos/complexos, os quais são responsáveis por 73,4% de toda área plantada e por 84,7% do superávit da balança comercial dos produtos agropecuários. O saldo positivo da balança comercial agropecuária em 2006 estava dividido da seguinte maneira: soja 21,7%, carnes 20%, sulcroalcooleiro 18,2%, café 7,9%, couro 7,6%, fumo 4%, sucos de frutas (principalmente laranja) 3,7%, produtos florestais 1,5% e algodão 0,7. Consideramos que esse produtos/complexos mais o milho constituem o agronegócio brasileiro. A tabela 7.2 mostra mais detalhes sobre a importância econômica desses produtos para o Brasil, cuja agricultura o agronegócio transformou em “um negócio rentável regulado pelo lucro e pelo mercado mundial.” (OLIVEIRA, 2003, p.121).
Soja: é o produto mais evidente do agronegócio brasileiro. Sua produção, de caráter monocultor, ocupa 22 milhões de hectares, que corresponde a 35,4% da área total de lavouras do país. O Brasil é o segundo maior exportador de soja do mundo (dados de 2004) e cerca de 65% da produção está concentrada em estabelecimentos médios e grandes, com mais de 200 ha. A maior parte da produção, perto de 75%, é exportada para alimentar os rebanhos, principalmente de países ricos, e a cadeia produtiva é dominada por um pequeno grupo de empresas transnacionais que dominam o sistema na produção, processamento e venda no mundo.
Carne: embora o consumo interno seja significativo, o Brasil é o segundo maior exportador de carne do mundo. A carne bovina e de frango são as principais, com quase o mesmo valor exportado. Cerca de 60% do rebanho bovino está nas médias e grandes propriedades, sendo que a criação de gado bovino no Brasil está ligada ao latifúndio. A pecuária bovina é extremamente extensiva e correntemente utilizada como forma de manter o latifúndio pela justificativa de produtividade. O rebanho de aves (frango, franga, galinhas e galos) encontra-se principalmente nos pequenos estabelecimentos, onde a criação é feita com uso de mão-de-obra familiar. Contudo, o sistema predominante de produção no Brasil é o de “integração” de estabelecimentos familiares a poucas grandes empresas do setor, o que caracteriza uma produção camponesa subordinada ao agronegócio, pois os produtores familiares não têm o controle do sistema.
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Agropecuária
Com relação à evolução da mão-de-obra familiar e assalariada entre 1996 e 2006, é impossível mensurá-la segundo os dados do IBGE. No Censo de 1996 o instituto contabilizou como empregados permanentes os parentes do produtor que recebiam salário e, no Censo de 2006, diferentemente, esses trabalhadores foram contabilizados como parentes, ou seja, mão-de-obra familiar. Desta forma, por menos expressivo que possa ser este contingente de parentes assalariados, não é correto comparar esses dois dados, visto que a evolução verificada é superestimada e não é real. Contudo, o IBGE, na publicação dos resultados do Censo de 2006 (IBGE, 2007), que inclui a comparação com os censos anteriores, insistiu em realizar esta comparação e afirmou ter havido crescimento na proporção da mão-de-obra familiar entre 1996 (75,8%) e 2006 (78,4%), o que não é correto. A única afirmação possível é que a proporção da mão-de-obra familiar não cresceu ou então cresceu menos do que 2,6% entre 1996 e 2006.
Em 1996 o Censo Agropecuário mostrou que os estabelecimentos que mais geram ocupações no campo são os pequenos (até 200 ha), os quais eram, em 1996, responsáveis 87,3% do pessoal ocupado, enquanto nos médios e grandes estavam ocupados apenas 12,5% dos trabalhadores rurais..
MAPA 7.1
Produção agropecuária
Os dados macroeconômicos do Brasil e de sua balança comercial o caracterizam como um país urbano-industrial que tem como âncora no capitalismo mundial a exportação de alimentos que faltam para milhões de brasileiros miseráveis. O Brasil é o 23º importador e o 27º exportador mundial em valor das mercadorias totais (dados de 2006). Quando analisamos semente os produtos agropecuários, o país é o 5º maior exportador, ficando atrás somente de EUA, França, Holanda e Alemanha. Na importação de produtos agropecuários o país aparece apenas em 36º lugar, enquanto EUA, França, Holanda e Alemanha estão entre os seis primeiros. Em 2006 a agropecuária correspondia a 5,2% do PIB nacional, porém foi responsável por 92% do superávit total da balança comercial brasileira. Em 2006 o Brasil exportou US$ 137 bilhões, sendo o setor agropecuário responsável por US$ 49 bi. O superávit total da balança comercial brasileira foi de US$ 46 bi, dos quais US$ 42 bi referentes ao setor agropecuário, já que os outros setores, apesar de exportarem, são grandes importadores.
Do valor total das exportações agropecuárias brasileiras, cerca de 80% são relativos a apenas nove produtos/complexos, os quais são responsáveis por 73,4% de toda área plantada e por 84,7% do superávit da balança comercial dos produtos agropecuários. O saldo positivo da balança comercial agropecuária em 2006 estava dividido da seguinte maneira: soja 21,7%, carnes 20%, sulcroalcooleiro 18,2%, café 7,9%, couro 7,6%, fumo 4%, sucos de frutas (principalmente laranja) 3,7%, produtos florestais 1,5% e algodão 0,7. Consideramos que esse produtos/complexos mais o milho constituem o agronegócio brasileiro. A tabela 7.2 mostra mais detalhes sobre a importância econômica desses produtos para o Brasil, cuja agricultura o agronegócio transformou em “um negócio rentável regulado pelo lucro e pelo mercado mundial.” (OLIVEIRA, 2003, p.121).
Soja: é o produto mais evidente do agronegócio brasileiro. Sua produção, de caráter monocultor, ocupa 22 milhões de hectares, que corresponde a 35,4% da área total de lavouras do país. O Brasil é o segundo maior exportador de soja do mundo (dados de 2004) e cerca de 65% da produção está concentrada em estabelecimentos médios e grandes, com mais de 200 ha. A maior parte da produção, perto de 75%, é exportada para alimentar os rebanhos, principalmente de países ricos, e a cadeia produtiva é dominada por um pequeno grupo de empresas transnacionais que dominam o sistema na produção, processamento e venda no mundo.
Carne: embora o consumo interno seja significativo, o Brasil é o segundo maior exportador de carne do mundo. A carne bovina e de frango são as principais, com quase o mesmo valor exportado. Cerca de 60% do rebanho bovino está nas médias e grandes propriedades, sendo que a criação de gado bovino no Brasil está ligada ao latifúndio. A pecuária bovina é extremamente extensiva e correntemente utilizada como forma de manter o latifúndio pela justificativa de produtividade. O rebanho de aves (frango, franga, galinhas e galos) encontra-se principalmente nos pequenos estabelecimentos, onde a criação é feita com uso de mão-de-obra familiar. Contudo, o sistema predominante de produção no Brasil é o de “integração” de estabelecimentos familiares a poucas grandes empresas do setor, o que caracteriza uma produção camponesa subordinada ao agronegócio, pois os produtores familiares não têm o controle do sistema.