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Entre 1857 e 1859, Marx redigiu um extenso manuscrito para pôr em ordem suas pesquisas em economia, como também a elaboração do seu método específico de análise. Tal manuscrito - os Grundrisse (Fundamentos da crítica da economia política) - só seria publicado pela primeira vez em 1939-41, tendo maior difusão somente no fim da década de 1950.
Numa passagem dos Grundrisse - "Formas que precedem a produção capitalista" -, Marx aborda o processo da separação do trabalhador em relação às condições objetivas da produção e reprodução de sua vida, o que significou, historicamente, tanto a dissolução da pequena propriedade quanto a da propriedade coletiva, baseada na comunidade oriental. De fato, no texto, a "forma asiática" de
propriedade comum da terra aparece como uma entre várias modalidades possíveis - justamente a mais resistente à mudança, devido à união entre agricultura e artesanato
nas comunidades autárquicas, e devido a que, no interior destas, o indivíduo não pudesse converter-se em proprietário, tendo exclusivamente a posse da terra. Assim, mesmo o surgimento da escravidão ou da servidão e da riqueza monetária pouco pôde afetar as resistentes comunidades "asiáticas".
Marx imagina uma evolução que, passando pelo pastoreio nômade, levasse a tribo à sedentarização em determinado território, mantendo sua comunidade de sangue, língua e costumes. Na variedade "asiática" de comunidade, o produtor individual vê na organização tribal – formada "naturalmente" - um suposto natural ou divino do processo de trabalho, não produzido por este. O indivíduo só pode apropriar-se das condições objetivas de sua vida na qualidade de membro da comunidade: a apropriação real dessas condições através do trabalho só se pode dar sob aquele suposto que aparece como natural, ou sobrenatural. Por cima das comunidades locais está uma unidade superior ou englobante, encarnada, em última análise, numa só pessoa - o déspota -, que se apresenta como a única proprietária do solo; as comunidades locais são, simplesmente, possessoras hereditárias. Deste modo, a unidade superior mediatiza a relação entre o indivíduo e as condições de trabalho por intermédio de cada comunidade particular, que dela parece receber o direito de uso sobre os recursos naturais. Em consequência, uma parte do trabalho excedente de cada comunidade local destina-se à unidade englobante, ou "comunidade superior", na forma de tributo e de trabalho comum para exaltação da unidade, prestado ao déspota real ou ao ser imaginário que encarna a unidade tribal: a divindade.
Vê-se que, na análise de Marx, na fundação material do "despotismo oriental", por trás das aparências – poder despótico, ausência de propriedade - se perfila a base real constituída pela propriedade comunal, em que se combinam agricultura e artesanato, nas comunidades autárquicas que contêm em seu interior todas as condições para sua reprodução e para a produção de excedentes. A realização do trabalho pode dar-se tanto pelas famílias, em lotes individuais, quanto pelo cultivo em comum do solo. Dentro de cada comunidade, a unidade desta pode-se encarnar, seja num chefe individual, seja num conselho de chefes de famílias.
As obras públicas, na prática levadas a cabo pelas comunidades, aparecem como realização da unidade englobante do regime despótico ao qual cada indivíduo, de cada comunidade, parece pertencer. O excedente acumulado pela "comunidade superior" serve para o comércio exterior, as obras públicas e a remuneração de artesãos especializados, a serviço da corte. Inexiste o intercâmbio mercantil no interior de cada comunidade, podendo haver, no entanto, trocas entre as comunidades
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