Como é a linguagem literária da modernidade?

Importante relacionar as modernidades estética e social

Update:

Eu não quiz dizer modernidade como atualidade, eu, na verdade, quiz dizer MODERNIDADE como MODERNISMO, fase literária.

Desculpe se não me fiz entender direito

Comments

  • LINGUAGEM COLOQUIAL

    A linguagem da modernidade tanto na estética quanto na vida social apresenta um anticonvencionalismo temático, e inovação dos conteúdos que encontra correspondência tb nesta linguagem. Além das inovações técnicas, a linguagem torna-se coloquial, espontânea, mesclando expressões da língua culta com termos populares, o estilo elevado com o estilo vulgar. Há uma forte aproximação com a fala, isto é, com a oralidade. Assim, liberto da escrita nobre, o artista volta-se para uma forma prosaica de dizer, feita de palavras simples e que, inclusive, admite erros gramaticais, conforme Oswald de Andrade preconiza no Manifesto da Poesia Pau Brasil, de 1824:

    A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros.

    Ele próprio ironiza esta questão em Vício na fala:

    Para dizerem milho dizem mio

    Para melhor dizem mió

    Para pior pió

    Para telha dizem teia

    Para telhado dizem teiado

    E vão fazendo telhados.

    Também Manuel Bandeira admite a contribuição da linguagem popular:

    A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros

    Vinha da boca do povo na língua errada do povo

    Língua certa do povo

    Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil (...)

    Todas as palavras são permitidas. Vinicius de Moraes, em dado poema, chama a mulher amada de "grandessíssima filha de uma vaca". Do mesmo Vinícius, quem não lembra Poema enjoadinho:

    Filhos...Filhos?

    Melhor não tê-los!

    Mas se não temos

    Como sabê-lo

    Se não os temos

    Que de consulta

    Quando silêncio

    Como os queremos! (...)

    E então começa

    a aporrinhação

    cocô está branco

    cocô está preto

    Bebeu amoníaco

    Comeu botão

    Filhos? Filhos

    melhor não tê-los (...)

    Filhos são o demo

    Melhor não tê-los

    Mas se não os temos

    Como sabê-lo? (...)

  • A linguagem de hoje procura usar palavras simples e objetivas, de forma que até as pessoas menos estudadas compreendam o conteúdo (antigamente, os livros eram para as restritas elites de nobres, sacerdotes e escribas).

    Há o jogo de palavras, mas não como antigamente, que a linguagem era mais rebuscada e regrada. A linguagem de hoje está mais livre e "solta".

    Os autores procuram se expressar de modo claro e objetivo, fazendo a linguagem escrita aproximar-se da falada, e, geralmente, desejam denunciar a realidade como ela é, nua e crua. A escrita atual não se destina apenas a um reduzido grupo.

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