Como consigo encenar uma promotora de justiça?
Pessoal, tenho um trabalho no colégio sobre a obra "Antígona", de Sófocles, mas, no caso, o livro foi escrito por "Marie-Thérèse Davidson" com o título "ANTÍGONA, a rebelde". É uma releitura um pouco simplificada, com termos mais atuais mas que conta exatamente a mesma história.
Ao invés dos comentários sobre o livro, em meu colégio teremos que fazer um julgamento da Antígona, com dezenove alunos tendo os respectivos cargos na atuação:
Juiz-1
Promotora(eu)-1
Policiais e Guardas que prenderam Antígona-2
Júri-7
Testemunhas-5
Escrivão-1
Advogado de defesa-1
Ré(Antígona)-1
"Povão", público-todos os outros 11 alunos
Eu sou a promotora, e a professora deixou fazer falas, trazer figurino e alguma coisa que possa ajudar para transformar a sala de aula em um tribunal.
Eu combinei com o garoto que vai ser o advogado de defesa para que nós dois chamássemos cinco pessoas cada um, eu chamando 3 testemunhas e 2 pessoas da plateia e ele o contrário(2testemunhas e 3pessoas da platéia).
Queria que alguém me desse uma dica, tipo, como me referir ao Juiz, ao juri... Para onde me movimentar, que termos usar, que argumentos...
Só para deixar claro, o que eu já fiz foi: criar o figurino, com uma maleta preta e uma prancheta, e fazer isso:
Bom dia. Estou aqui para acusar a ré Antígona e pretendo leva-la à pena de ser empanada viva ( - Senhora Promotora, a pena é ser emparedada viva/Oh, sim, me desculpe. Bem, pretendo levá-la à pena de ser emparedada viva...) por meio de provas, testemunhos e relatórios oficiais. Acuso a ré de desobedecer à lei decretada publicamente por nosso nobre rei Creonte, soberano de Tebas. O fato, todos sabem: no meio da noite, a ré se rebelou contra as leis da cidade e, furtivamente, sepultou o traidor e infame já morto Polinices, contra o decreto do soberano. Peço permissão ao Meritíssimo para chamar a primeira testemunha.
Percebam que a família da ré Antígona já tem antecedentes criminais até mesmo por parte de seu pai Édipo, que, como todos aqui presentes e todos os outros cidadãos de Tebas sabem, cometeu homicídio doloso e houve o incesto por parte dele e de Jocasta, com o ato de Édipo matar seu próprio pai e desposar a mãe, tendo inclusive quatro descendentes diretos, ou seja, filhos. A ré tem realmente um caso complicado de repetição genética: é filha de sua avó Jocasta que também é mãe e mulher do pai de Antígona, uma anomalia familiar, se me permite dizer, meritíssimo.
Portanto, qual seria o motivo para a ré não ter uma mente criminosa passada de seu pai e de sua mãe¿ Qual seria o motivo para não ser condenada, se está claro que infringiu as leis da cidade, sepultando o infame morto Polinices? Todos nós vimos o ataque do dito cujo à Tebas, contra seu próprio irmão, nosso glorioso e também agora morto Etéocles. Já não veem a traição explícita da jovem? Posso considerar Antígona irresponsável, só restam as duas irmãs, ela e Ismene, mas mesmo assim a ré insiste em desobedecer ao nobre Creonte e sepultar o traidor. Se é ao traidor que Antígona dá a glória, que se junte a ele sob a terra.
Senhores jurados e cidadãos que assistem a este julgamento: somos de Tebas, devemos respeitar e jurar fidelidade ao governante de Tebas! Não percebem que ao montarem este julgamento já contrariamos os decretos de nosso superior Creonte? Todos viram o momento em que nosso governante glorioso ditou a lei a plenos pulmões para Delfos, Atenas e Argos ouvirem junto conosco, Tebanos, o desejo de nosso rei, nosso senhor, nosso nobre Creonte. E se algum cidadão se pusesse em seu lugar, o que faria? Pouparia sua sobrinha traidora da sentença ditada a todos e sujaria seu nome de infâmias? Ou pouparia a imagem de nosso lar, Tebas, e trataria a rebelde como o que ela realmente é: uma cidadã qualquer, sem distinção alguma das mulheres que trabalham em sua casa ou até mesmo de sua pobre irmã caçula, que inteligentemente se recusou a ajudar no delito? Pensem e decidam, filhos e filhas de Tebas!
As leis escritas valem mais do que uma palavra solta no ar, são muito mais valiosas porque são registradas, sua existência é comprovada. As leis ditas não interferem nas escritas. Afinal, por que deveriam interferir? Pensem, Tebanos! Como acreditar em uma lei que não sabemos se realmente alguém a criou ou nem ao menos se valem, se poderão ter o mesmo efeito nos dias de hoje, me digam? Não digo para desprezarem as leis divinas, mas elas não estão à altura das escritas pelo nosso governante! Se pudessem escolher entre sepultar um traidor que atacou nossa cidade, nosso leito, ou dar-lhe uma sepultura digna, com prantos e cova, e automaticamente sujar o nome de toda a população de Tebas, o que escolheriam? Salvariam um traidor do inferno para condenar nossa cidade inteira à infâmia eterna? Polinices foi apenas mais uma alma negra que deveria servir de comida aos cães e às aves conforme foi determinado pelo nobre Creonte.
E aí, alguma dica? Por favooooor!
Comments
Então, vc já tem o roteiro da sua fala? Se tiver agora é só saber interpretar, então talvez um filme que envolva tribunal possa te ajudar com relação a entonação da voz, trejeitos, modo de caminhar e se portar em um tribunal, tente ver um filme para poder se espelhar no personagem!