No entanto, a resposta é de extrema complexidade e envolve desde a nossa vocação histórica para a agricultura, nossa limitação educacional até nossa incapacidade política e estratégica.
Desde a colonização o Brasil sempre foi pautado pela intensiva utilização de seu principal fator de produção, a terra. Isso se evidencia com a exploração do Pau-Brasil, o ciclo da cana de açucar, o ciclo do ouro, o ciclo da borracha, o ciclo do café, e ao que tudo indica, cana de açucar (de novo), mas para produção de etanol.
Nossa incapacidade política em se implementar no Brasil uma industria capaz de agregar valor aos produtos primários aqui extraídos, algo que pode estar mudando com nosso know how na tecnologia do biodiesel.
Entraves de cume educacional, que limitam nossa capacidade em desenvolver uma industria de transformação, dada a completa falta de insentivos governamentais, dada a limitação de mão de obra especializada, dado o desinteresse do empresariado brasileiro, etc.
Falta de interesse, estimulo, planejamento e visão de futuro por parte de nossos empresários, cuja a situação atual lhes são muito cômodas com suas atuais margens de lucro. Não vislumbram ganhos maiores no futuro, através de investimentos maciços na agregação de valor aos seus produtos. Uma única família no Brasil é responsável por cerca de 27% da laranja produzida no mundo, e ainda assim investem relativamente muito pouco na produção de suco de laranja, o que poderiam lhe render muito mais ganhos no longo prazo. Continuam exportando a laranja (fruta).
Somos intensivos nos fatores de produção terra e trabalho, mas não no fator capital, que é o principal fator responsável por uma modernização e mudança de nossa matriz de exportação. Vide o exemplo do Japão, intensivo em capital e trabalho, importa nosso minério de ferro e nos exporta ferro gusa.
Incompatibilidade e mal planejamento estratégico. Vide a Petrobrás como exemplo: somos obrigados a exportar a maior parte do nosso petróleo produzido aqui (tipo brent) e importamos o petróleo que consumimos (tipo light), por que nossas refinarias não foram construidas para o refino do petróleo que nós produzimos. Esse motivo torna nossa auto-suficiência uma farsa, e justifica o preço de nosso petróleo atrelado aos preços internacionais, algo que não acontece efetivamente em nenhum pais realmente auto-suficiente (nem na Venezuela).
Enfim, motivos não faltam...
Valeu?
Barbosa.
PS.: A resposta do Rodrigo aí em cima foi muito boa, minha resposta vem apenas para complementá-la, no sentido que devemos mudar essa postura imediatamente agregando valor aos nossos produtos, utilizando-se de nossas vantagens comparativas e potencializando nossa matriz exportadora.
Porque é mais interessante para um empresário brasileiro construir uma empresa em outro País, comprar o produto primário aqui no Brasil e beneficiá-lo no exterior, vendendo em seguida, inclusive para o Brasil. As altas taxas de juros, a legislação trabalhista, a submissão da política econômica à ideologia política, a Justiça capenga, a burochacia e a corrupção inibem os investimentos no Brasil. Para provar isso, José Alencar está abrindo fábricas nos EUA e na China, depois de ter cansado de reclamar aqui no Brasil.
Comments
Por uma questão de vantagens relativas.
Nosso país tem abundância de alguns recursos como mão-de-obra não especializada e terrra.
Comparativamente, somos mais competitivos em produtos que utilizem mais desses fatores que, para nós, são mais baratos.
Países com mão-de-obra com maior grau de especialização e custos mais baixos tendem a exportar produtos manufaturados.
Espero que ajude.
Abs
Essa é uma excelente pergunta.
No entanto, a resposta é de extrema complexidade e envolve desde a nossa vocação histórica para a agricultura, nossa limitação educacional até nossa incapacidade política e estratégica.
Desde a colonização o Brasil sempre foi pautado pela intensiva utilização de seu principal fator de produção, a terra. Isso se evidencia com a exploração do Pau-Brasil, o ciclo da cana de açucar, o ciclo do ouro, o ciclo da borracha, o ciclo do café, e ao que tudo indica, cana de açucar (de novo), mas para produção de etanol.
Nossa incapacidade política em se implementar no Brasil uma industria capaz de agregar valor aos produtos primários aqui extraídos, algo que pode estar mudando com nosso know how na tecnologia do biodiesel.
Entraves de cume educacional, que limitam nossa capacidade em desenvolver uma industria de transformação, dada a completa falta de insentivos governamentais, dada a limitação de mão de obra especializada, dado o desinteresse do empresariado brasileiro, etc.
Falta de interesse, estimulo, planejamento e visão de futuro por parte de nossos empresários, cuja a situação atual lhes são muito cômodas com suas atuais margens de lucro. Não vislumbram ganhos maiores no futuro, através de investimentos maciços na agregação de valor aos seus produtos. Uma única família no Brasil é responsável por cerca de 27% da laranja produzida no mundo, e ainda assim investem relativamente muito pouco na produção de suco de laranja, o que poderiam lhe render muito mais ganhos no longo prazo. Continuam exportando a laranja (fruta).
Somos intensivos nos fatores de produção terra e trabalho, mas não no fator capital, que é o principal fator responsável por uma modernização e mudança de nossa matriz de exportação. Vide o exemplo do Japão, intensivo em capital e trabalho, importa nosso minério de ferro e nos exporta ferro gusa.
Incompatibilidade e mal planejamento estratégico. Vide a Petrobrás como exemplo: somos obrigados a exportar a maior parte do nosso petróleo produzido aqui (tipo brent) e importamos o petróleo que consumimos (tipo light), por que nossas refinarias não foram construidas para o refino do petróleo que nós produzimos. Esse motivo torna nossa auto-suficiência uma farsa, e justifica o preço de nosso petróleo atrelado aos preços internacionais, algo que não acontece efetivamente em nenhum pais realmente auto-suficiente (nem na Venezuela).
Enfim, motivos não faltam...
Valeu?
Barbosa.
PS.: A resposta do Rodrigo aí em cima foi muito boa, minha resposta vem apenas para complementá-la, no sentido que devemos mudar essa postura imediatamente agregando valor aos nossos produtos, utilizando-se de nossas vantagens comparativas e potencializando nossa matriz exportadora.
Falta.
Falta de melhores escolas que capacitem ou profissionalizem.
Falta de mais tecnologia.
Falta de mais incentivo de diminuição de taxas de impostos.
Falta de coragem de certos segmentos das sociedade em trabalhar, preferem o extrativismo.
Falta de uma política que acompanhe as demandas internacionais e não somente atenda.
Porque é mais interessante para um empresário brasileiro construir uma empresa em outro País, comprar o produto primário aqui no Brasil e beneficiá-lo no exterior, vendendo em seguida, inclusive para o Brasil. As altas taxas de juros, a legislação trabalhista, a submissão da política econômica à ideologia política, a Justiça capenga, a burochacia e a corrupção inibem os investimentos no Brasil. Para provar isso, José Alencar está abrindo fábricas nos EUA e na China, depois de ter cansado de reclamar aqui no Brasil.
Eu acho que o nosso país devia se especializar mais ainda em produção
de bens primários e fazer dessa pauta de expoptação o seu carro chefe,
pois do jeito que a coisa vai, muitos poucos países estarão em condições
de concorrer com a China, que está dominando o mercado de manufatu-
rados e produtos de alta tecnologia. As grandes indústrias do Brasil, estão
confeccionando seus produtos na China e vendendo aqui como se aqui
fossem fabricados (veja o Estadão de ontem).
gostei da resposta d HENRY.