religião e espiritualidade: DEUS ESTÁ MORTO?
Deus está morto" é talvez uma das frases mais mal interpretadas de toda a filosofia. Entendê-la literalmente, como se Deus pudesse estar fisicamente morto, ou como se fosse uma referência à morte de Jesus Cristo na cruz, ou ainda como uma simples declaração de ateísmo são ideias oriundas de uma análise descontextualizada da frase, que se acha profundamente enraizada na obra nietzscheana. O dito anuncia o fim dos fundamentos transcendentais da existência, de Deus como justificativa e fonte de valoração para o mundo, tanto na civilização quanto na vida das pessoas — segundo o filósofo, mesmo que estas não o queiram admitir. Nietzsche não se coloca como o assassino de Deus, como o tom provocador pode dar a entender: o filósofo enfatiza um acontecimento cultural, e diz "fomos nós que o matamos".
A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas uma constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de superar Deus e as dicotomias assentes em preconceitos metafísicos que julgam o nosso mundo — na opinião do filósofo, o único existente — a partir de um outro mundo superior e além deste. A morte de Deus metaforiza o facto de os homens não mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à descrença em quaisquer valores. Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de decadência associada ao facto de ainda mantermos uma "sombra", um trono vazio, um lugar reservado ao princípio transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. Para isso ele procurou, com o seu projecto da "transmutação dos valores", reformular os fundamentos dos valores humanos em bases, segundo ele, mais profundas do que as crenças do cristianismo. (By wikipedia)
112 anos após a sua morte, você acha que Friedrich Nietzsche acertou, "Deus está morto"?
Comments
Por mais que se tentem matar Deus com alguma filosofia, é em vão. A própria ciência já se tem uma teoria sobre Deus, e quanto a religião, essa só evolui com a certeza em Deus.
Isso se torna ao meu ponto de vista duas perguntas distintas, para análises distintas. Uma se volta para a analise histórica e literária de Nietzche, tentar compreender este autor é buscar em sua magnifica obra o respaldo do tempo e do espaço. Sendo este um homem do século XIX, tempo de efervescência da racionalidade e antropocentrismo, quando ele menciona em Assim Falou Zaratustra da morte de Deus, num sentido poético e metafórico, ele o faz acompanhando uma lógica literária, narrando os passos do filosofo persa Zaratustra e da atual condição humana que ele procura superar. Assim como o desapego a Deus ou mesmo outros elementos que transcendem o homem, Nietzshe se volta para uma prática niilista, do apego ao nada. Este desapego inclui esferas politicas, sociais, e principalmente pela época, nacionalistas. Deus neste contexto é vitima de um ataque as amarraduras do homem em sociedade que o impedem alcançar o Super-homem. Nietzsche nunca matou Deus, embora muito quizesse, a sua obra, e volto a dizer filosofica e literária prentedia dar ao homem um suporte ideologico de superação que o desligasse de tais amarras rumo ao modelo de sabedoria niilista, que longe de cultuar o vazio e o nada, almejava a libertação do homem.
Por outro lado, falar de Deus no contexto atual, se torna uma questão a parte, como poderiamos questionar Nietzsche? Julgar valores e ideias de uma epoca remota? Pode ter o autor cometido seus equivocos, mas o seu unico erro foi sua ingenuidade e esperança no homem, este jamais se superariam e alcançariam a sapiencia necessaria do desapego, a condição humana é a submissão, já falava o filosofo Schopenhauer, a "dor e o sofrimento" é que dão sentido a vida humana. Contudo, nem mesmo schopenhauer, previu o que acontece na contemporaneidade, o homem cada vez mais subverte seu Deus em prol de seus interesses, por isso a fragmentação da religião cristã. A submissão a um Deus ainda prevalece, mas o Deus não é mais suprahumano, ele passa a ser perecivel e corruptivel a vontade do homem. Deus morreu? Não. Ele nasce e renasce a cada dia, de variadas formas, à face daqueles que o solicitam. Dito isto, surge outra questão, ainda mais intrigante: Terá Deus algum dia existido, ou apenas fruto da criação humana?
o conceito deus está morto,
não dá pra ligar á esse conceito (onipotencia/onipresença/oniciencia) uma moral ou lógica e principalmente, uma benevolencia..
a ciencia ja indicou uma teoria razoavel á existencia do tempo/espaço..
Se apegar á religião é ilógico, irracional,
é negar/rejeitar a evolução/inteligência, ou mesmo, um raciocinio razoavel..