critica para poema, me ajudem?

tnhu q entregar este trabalho segunda, so falta uma critica para este poema. obrigado

o cortejo, mario de andrade

Monotonias das minhas retinas...

Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...

Todos os sempres das minhas visões! "Bom giorno, caro."

Horríveis as cidades!

Vaidades e mais vaidades...

Nada de asas! Nada de poesia! Nada de alegria!

Oh! Os tumultuários das ausências!

Paulicéia - a grande boca de mil dentes;

e os jorros dentre a língua trissulca

de pus e de mais pus de distinção...

Giram homens fracos, baixos, magros...

Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...

Estes homens de São Paulo,

Todos iguais e desiguais,

Quando vivem dentro dos meus olhos tão ricos,

Parecem-me uns macacos, uns macacos.

Comments

  • A poesia de Mario de Andrade é Modernista, ou seja, não possui rimas. Ela retrata a vagareza, o lado ruim de Sp. Ela mostra como é a visão de Mário de Andrade da cidade de Sp. Critica o modo de vida, os lugares e o movimento paulista. Para quem ama são paulo não é uma boa opção de leitura.

  • Olá,

    Pesquisei na internet algo sobre críticas dos poemas de deste auto e encontrie esse texto sobre o livro Paulíceia Desvairada e o citado poema em questão.

    Espero que ele te ajude a formular uma crítica bem legal para seu trabalho!!!

    Espero ter te ajudado, ok !! Boa sorte !

    O livro Paulicéia Desvairada foi publicado em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna. Trata-se do primeiro livro de poemas modernista, cuja "confecção tumultuária" Mário de Andrade descreveria muitos anos depois na famosa conferência de 1942 sobre o movimento que transformaria o panorama das artes no Brasil.

    Como o autor descreve, havia muito tempo que ele intentava compor um livro à maneira do Les villes tentaculaires (As cidades tentaculares), do poeta belga Émile Verhaeren (1855-1916). Mas suas tentativas, no entanto, se frustravam.

    O desejo por fim se realizou quando, num dia em que adquirira a famosa escultura Cabeça de Cristo, de Victor Brecheret, o poeta teve de enfrentar a injúria e a incompreensão da família, solidamente católica, diante de uma obra que ousava representar Jesus com tranças na cabeça. Enfurecido, subiu até seu quarto, onde, pela janela, podia avistar o movimento já frenético dos carros e dos bondes.

    A visão da cidade que se urbanizava rapidamente e em que a paisagem industrial ia se desenhando [Lembremos que a casa de Mário de Andrade se situava, como se situa até hoje, na rua Lopes Chaves, no bairro da Barra Funda, em São Paulo], mais a desordem íntima que o escritor experimentava após a discussão familiar, talvez tivessem lhe proporcionado uma percepção poética de como escrever, em português e de maneira conforme à realidade local, paulista, um livro semelhante ao de Verhaeren, que procurou traduzir em imagens poéticas a cidade moderna, "tentaculizada" pela linhas de bonde. Paulicéia Desvairada seria escrita naquela noite mesmo, de um fôlego só.

    É evidente que não foi apenas nessa noite que Mário de Andrade se deu conta do processo de modernização por que passava a cidade, em que os bondes, os postes de luz, a imigração e a especulação imobiliária mudavam a cada dia a cara da cidade. O que é interessante nessa anedota é o fato de que o autor, embora tivesse à vista um material semelhante ao de Verhaeren (a cidade grande, com as diferenças, entretanto, que há entre Brasil e Europa), precisava também sentir a "música" do tumulto associada a esse material.

    Sem conjeturar mais acerca dos elementos que precederam a criação poética, importa notar que o poema O cortejo transcreve um pouco essa música da desordem, música que é obtida pelo cruzamento de diversas linhas melódicas, produzindo o que Mário chamou, no prefácio a Paulicéia Desvairada, de polifonia poética. Transcrevemos abaixo um trecho longo mas fundamental desse prefácio para compreendermos um poema como "Os cortejos":

    "A poética está muito mais atrasada que a música. Esta abandonou, talvez mesmo antes do século 8, o regime da melodia quando muito oitavada, para enriquecer-se com os infinitos recursos da harmonia. A poética, com rara exceção até meados do século 19 francês, foi essencialmente melódica. Chamo de verso melódico o mesmo que melodia musical: arabesco horizontal de vozes (sons) consecutivas, contendo pensamento inteligível. Ora, si em vez de unicamente usar versos melódicos horizontais:

    Mnezarete, a divina, a pálida Frinéia

    Comparece ante a austera e rígida assembléia

    Do Areópago supremo...

    Fizermos que se sigam palavras sem ligação imediata entre si: estas palavras, pelo fato mesmo de se não seguirem intelectual, gramaticalmente, se sobrepõem umas às outras, para a nossa sensação, formando, não mais melodias, mas harmonias.

    Explico melhor:

    Harmonia: combinação de sons simultâneos.

    Exemplo:

    Arroubos...Lutas...Setas...Cantigas...

    Povoar!...

    Estas palavras não se ligam. Não formam enumeração. Cada uma é frase, período elíptico, reduzido ao mínimo telegráfico.

    Si pronuncio Arroubos, como não faz parte da frase (melodia), a palavra chama a atenção para seu insulamento e fica vibrando, à espera duma frase que lhe faça adquirir significado e que não vem. Lutas não dá conclusão alguma a Arroubos; e, nas mesmas condições, não fazendo esquecer a primeira palavra, fica vibrando com ela. As outras vozes fazem o mesmo. Assim: em vez de melodia (frase gramatical) temos acorde arpejado, harmonia - o verso harmônico.

    Mas, si em vez de usar só palavras soltas, uso frases soltas: mesma sensação de superposição, não já de palavras (notas) mas de frases (melodias). Portanto: polifonia poética".

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