Qual é a principal causa da casca espessa das árvores do cerrado?

Essa pergunta é da prova aberta de biologia da unicamp de 2001.Questão 19.Não concordo com a resposta dada pela universidade.A questão deseja saber a CAUSA da característica, e não sua função adaptativa.

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  • As árvores do cerrado são muito peculiares, com troncos tortos, cobertos por uma cortiça grossa, cujas folhas são geralmente grandes e rígidas. A cortiça grossa e as estruturas subterrâneas podem ser interpretadas como algumas das muitas adaptações desta vegetação às queimadas periódicas a que são submetidas, protegendo as plantas da destruição e capacitando-as para rebrotar após o fogo.

    Existem teorias de que o cerrado vem coexistindo com o fogo desde tempos remotos, inicialmente como incêndios naturais causados por relâmpagos, atividade vulcânica, combustão espontânea, atrito entre rochas etc., e posteriormente causados pelo homem. Aproveitando a rebrota do estrato herbáceo que se segue após uma queimada no cerrado, os habitantes oriundos destas regiões aprenderam a servir-se do fogo como uma ferramenta para aumentar a oferta de forragem aos seus animais (herbívoros) domesticados, o que ocorre até hoje.

    5.6.2. Influência do fogo na flora

    As plantas do Cerrado emitem novos brotos logo após a queimada. Isto ocorre porque o fogo age como um estímulo ou indução floral, não provocado necessariamente pela elevação da temperatura, mas sim pela eliminação total das partes aéreas, desencadeando o reflorescimento da vegetação. Entre as árvores, o barbatimão é um bom exemplo desta capacidade regenerativa. No estrato herbáceo/subarbustivo, bastam alguns dias para que seus órgãos subterrâneos recomecem a brotar. Alem disso, o fogo atua como sincronizador do florescimento entre os indivíduos da população, facilitando a fecundação cruzada, promovendo uma maior diversidade.

    A queima tornou-se um processo necessário para algumas espécies do cerrado. Se não houver queima, estas não florescem ou o fazem com menor intensidade e de forma não sincronizada. Há espécies, todavia, que se comportam de maneira bastante diversa. É o caso do capim-flecha (Tristachya leiostachya), que domina de forma absoluta o estrato herbáceo/subarbustivo dos cerrados do Parque Nacional das Emas. Esta espécie floresce e frutifica durante o período primavera/verão. Entretanto, se o cerrado é queimado, ela quase não produz inflorescências na primavera/verão subseqüente. Somente no segundo período de floração, isto é, um ano depois, é que ela irá florescer de forma intensa. Este comportamento faz com que a fitomassa seca cresça enormemente 2-3 anos após a passagem do fogo, aumentando o risco de um novo incêndio.

    Quando o fogo elimina a palha seca que se acumula sobre o solo ajuda a propagação dessas espécies, pois permite o deslocamento das sementes, a esse fenômeno denominou-se de anemocoria. Isto é particularmente evidente para aquelas espécies do estrato. A própria germinação das sementes pode ser facilitada pelo fogo. Há espécies em que a testa das sementes é impermeável à água, e quando ocorre uma brusca e rápida elevação da temperatura provocada pela queimada pode acarretar no aparecimento de fissuras na casca da semente e assim torná-la permeável, favorecendo sua germinação. Muitas espécies de planta chegam a exigir a ocorrência de queimadas periódicas para a sua sobrevivência e reprodução, pois o fogo as revigora e aumenta seu poder competitivo. No entanto, nem todas as formas de cerrado têm as mesmas exigências. O cerradão, floresta de tipo tropical estacional, é menos tolerante às queimadas. Assim, se quizermos preservá-lo não devemos usar o fogo. Já um campo limpo ou um campo sujo podem necessitar das queimadas para sua estabilização e conservação.

  • A queima tornou-se um processo necessário para algumas espécies do cerrado. Se não houver queima, estas não florescem ou o fazem com menor intensidade e de forma não sincronizada. Há espécies, todavia, que se comportam de maneira bastante diversa. É o caso do capim-flecha (Tristachya leiostachya), que domina de forma absoluta o estrato herbáceo/subarbustivo dos cerrados do Parque Nacional das Emas. Esta espécie floresce e frutifica durante o período primavera/verão. Entretanto, se o cerrado é queimado, ela quase não produz inflorescências na primavera/verão subseqüente. Somente no segundo período de floração, isto é, um ano depois, é que ela irá florescer de forma intensa. Este comportamento faz com que a fitomassa seca cresça enormemente 2-3 anos após a passagem do fogo, aumentando o risco de um novo incêndio.

    Quando o fogo elimina a palha seca que se acumula sobre o solo ajuda a propagação dessas espécies, pois permite o deslocamento das sementes, a esse fenômeno denominou-se de anemocoria. Isto é particularmente evidente para aquelas espécies do estrato. A própria germinação das sementes pode ser facilitada pelo fogo. Há espécies em que a testa das sementes é impermeável à água, e quando ocorre uma brusca e rápida elevação da temperatura provocada pela queimada pode acarretar no aparecimento de fissuras na casca da semente e assim torná-la permeável, favorecendo sua germinação. Muitas espécies de planta chegam a exigir a ocorrência de queimadas periódicas para a sua sobrevivência e reprodução, pois o fogo as revigora e aumenta seu poder competitivo. No entanto, nem todas as formas de cerrado têm as mesmas exigências. O cerradão, floresta de tipo tropical estacional, é menos tolerante às queimadas. Assim, se quizermos preservá-lo não devemos usar o fogo. Já um campo limpo ou um campo sujo podem necessitar das queimadas para sua estabilização e conservação.

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