Me ajudem a encontrar traços simbolistas nesses poemas?

Desencanto

Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.

.

- Eu faço versos como quem morre...

VENS SOBRE NOITES SEMPRE

Vens sobre noites sempre. E onde vives? Que flama

Pousa enigma de olhar como, entre céus antigos,

Um outro Sol descendo horizontes marinhos?

Jamais se pode ver teu rosto, separado

De tudo: mundo estranho a estas festas humanas,

Onde as palavras são conchas secas, bradando

a vida, a vida, a vida! e sendo apenas cinza.

E sendo apenas longe. E sendo apenas essa

Memória indefinida e inconsolável. Pousa

teu nome aqui, na fina pedra do silêncio,

No ar que frequento, de caminhos extasiados,

Na água que leva cada encontro para tua ausência

com amorosa melancolia.

e da musica chao de giz

Eu desço dessa solidão

Espalho coisas sobre

Um Chão de Giz

Há meros devaneios tolos

A me torturar

Fotografias recortadas

Em jornais de folhas

Amiúde!

Eu vou te jogar

Num pano de guardar confetes

Eu vou te jogar

Num pano de guardar confetes...

Disparo balas de canhão

É inútil, pois existe

Um grão-vizir

Há tantas violetas velhas

Sem um colibri

Queria usar quem sabe

Uma camisa de força

Ou de vênus

Mas não vou gozar de nós

Apenas um cigarro

Nem vou lhe beijar

Gastando assim o meu batom...

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