Por que o esquema 4-3-3 foi suplantado pelo 4-4-2?

Acredito que isso tenha ocorrido, se bem me lembro, entre as décadas de 80 e 90. De 80 para cá, a velocidade do futebol aumentou e os jogadores passaram a ser mais exigidos fisicamente. Isso possui alguma relação com a mudança do 433 para o 442?

Comments

  • O esquema 4-3-3 mostrou-se mais eficiênte nas equipes em que os jogadores de ataque, especialmente os que atuavam pelos flancos do campo, eram velozes, dinâmicos e capazes de ajudar na marcação. Os chamados, ponta. O fato de o meio-campo, teoricamente, ser composto por três jogadores faz com que a equipe dependa muito de um meia de ligação talentoso, pois se os outros dois homens de meio forem mais marcadores do que técnicos, as jogadas de ataque, em sua maioria, dependerão do jogador de criação. No entanto, muitas das equipes que adotam o esquema na atualidade apresentam volantes (também conhecidos como "volantes modernos"), polivalentes, versáteis e capazes de auxiliar na criação de jogadas ofensivas. Ainda no aspecto ofensivo, é muito conhecida a possibilidade de triangulação entre laterais e atacantes que atuem pelos flancos, criando jogadas de grande eficiência se efutuadas com velocidade e inteligência.

    No esquema 4-4-2, dois zagueiros ficam atrás, um lateral avança, o outro fecha o meio-campo. Na meia, um dos volantes avança para ficar de sobra quando seu time está atacando, os outros fecham o meio-campo, todos voltam quando sua equipe é atacada, o meia deve ligar a defesa com o ataque com rapidez, o meia volta quando seu time está sendo atacado e faz a ligação num contra-ataque e avança nos ataques. Ambos os atacantes ficam na frente no ataque e voltam para o meio-campo quando seu time não está atacando.

    O esquema 4-3-3 no Brasil começou a ser suplantado por Telê Santana, com a seleção brasileira na Copa de 82.

    Em 1994, o 4-3-3 foi o esquema utilizado pela Holanda.

    Abraços!!

  • Perguntinha difícil. Na verdade, a seleção de 82, treinada pelo Telê Santana, já permitia, no esquema 433, um avanço dos laterais e o recuo de um meio campo para cobrir os avanços alternados dos laterais: Leandro e Júnior. O Paulo Izidoro não era um ponta típico e, assim, o Leandro, então lateral titular, subia para fazer as vezes de ponta direita. O Telê ajudou nessa descaracterização da função de lateral como mero jogador de trás, de marcação. Essa idéia de liberar os laterais foi uma das possibilidades abertas pelo 442. O Ayres fez um belo comentário, mas o esquema não é rígido. Como os pontas foram suprimidos do futebol atual, um técnico pode muito bem utilizar os dois laterais soltos para avançar, desde que dois homens de meio campo (com 4) cubram os laterais quando esses sobem ao ataque pelos flancos. Dois homens de meio-campo, nesse esquema, podem apoiar os dois atacantes. Não vejo uma necessária relação entre os dois esquemas e a dinâmica do jogo. Isso dependerá muito do nível técnico e da aplicação tática dos jogadores, bem como do modo como o técnico irá utilizar o esquema. Um outro ponto que vejo na tua pergunta é a questão da nova cultura que se criou com o 442. Se um outro esquema não for muito bem utilizado, o time que rompe com o 442 pelo 433 perderá um homem de meio-campo e levará uma enorme desvantagem no domínio daquele setor (um exemplo recente foi o do Renato Gaúcho, que adotou mal o 433 e o meio campo do Flu, durante parte do campeonato carioca, perdeu em marcação e em armação). Originariamente, o 433 postava os jogadores em cada um dos três setores do campo. O lateral era uma espécie de zagueiro que marcava os flancos do campo. Os homens de meio-campo possuíam função específica de marcar o meio e apoiar o ataque, função dificilmente, no 433, atribuída aos homens de trás. Os três atacantes, na verdade, eram dois ponteiros e um homem de área (um matador). A opção do 442 é dispor dois atacantes, normalmente um armador e um matador, mas, enfim, os dois com possibilidades e com o compromisso de fazer gols. Acho que o 442, por alguns dos motivos que apresentei, possibilita um dinamismo maior do time em campo. Mas, repito, tudo depende de tática e técnica. Os esquemas, como qualquer esquema, não são rígidos.

  • De onde voce ouviu isso?! 4-4-2 e 4-3-3 são diferentes!!!A única semelhança entre eles é que ambos são ao mesmo tempo ofensivo e defensivo.Mas é necessário ter meio-campistas resistentes para essas táticas.

    Abraços.

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