A vida nos reserva coisas que sem planejarmos acontecem. Você já ouviu algum relato de algum torcedor que foi assistir ao jogo de seu time e, de repente, substituiu um jogador que passou mal? Pois é, por incrível que pareça, isto já aconteceu! Com apenas 15 anos, Araken Patusca iniciouassim sua fabulosa carreira futebolística.
Araken (filho de Sizino Patusca, que até então era presidente do Santos, e irmão de Ary Patusca, um dos principais fundadores do Clube) estava na Vila Belmiro para assistir ao jogo amistoso entre Santos e Jundiaí, em 1923.
Pouco antes do início da partida, um dos jogadores do Peixe, Edgar da Silva Marques, havia passado mal. O treinador Urbano Caldeira confia no menino e, por indicação de seu pai, coloca-o para jogar. Sem hesitar, veste o manto sagrado e faz bonito em sua estréia repentina: dos 5 a 5, Araken faz quatro gols e inicia sua história no mundo do futebol.
Na mesma época em que começou a jogar, surgiram outros jogadores jovens que fariam história no Alvinegro Praiano. Entraram Siriri, Camarão, Feitiço e Evangelista, que se uniram e ficaram conhecidos como o “ataque dos 100 gols”, dos quais 31 em 16 jogos pertenceram a Araken.
Era um craque elegante. Sempre entrava em campo com brilhantina no cabelo e deixava o bigodinho estiloso sempre no maior capricho. Ele era um driblador habilidoso e um goleador nato, foi às redes sete vezes em um único jogo, na vitória de 12 a 1 contra o então tradicional Ypiranga. Chegou a ser considerado pelos jornalistas esportivos como um dos melhores e mais habilidoso jogadores do Brasil no século passado. Só na década de 60, o Rei Pelé, que o substituiu usando a sagrada camisa 10, superaria Araken, quando fez oito gols no 11 a 0 contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila Belmiro.
Naquela época não era comum que jogadores fossem emprestados a outros clubes em ocasiões especificas e por curtos períodos. Mas em 1925, o Santos cedeu seu melhor jogador, Araken, para o Paulistano, que fez uma excursão para a Europa onde os brasileiros, pela primeira vez, foram chamados de “Reis do Futebol”. Em 16 de Março do mesmo ano, o clube estreou no estádio de Búfalo contra a seleção francesa. Com o time de grandes jogadores, inclusive com o eterno Friedenreich, o Paulistano ganhou de 7 a 2 e o resultado foi recebido com muita admiração no Brasil. Foi ali que Araken foi apelidado pelos franceses de “Le Danger” (o perigo).
Com este desempenho, e sendo artilheiro do Paulista pelo Santos em 1927 e vice-campeão paulista por três vezes, em 1927, 1928 e 1929, era de se esperar que Araken fosse cotado para sua primeira Copa do Mundo, em 1930. E, de fato, isto aconteceu. Araken Patusca foi o único paulista que disputou a Copa daquele ano.
Depois de seu empréstimo para Atlético Santista (1929), São Paulo (1930-1934), e Independente (1935), Araken volta para o Santos no final do primeiro turno do Paulista de 1935. Naquele ano, marcou um gol na partida final contra o Corinthians. Com o resultado de 2 a 0, Santos leva o Campeonato Paulista.
Seguiria até 1937 na Vila, tendo disputado 193 jogos pelo Peixe, com a incrível marca de 177 gols com a camisa 10, o que fez dele o oitavo maior artilheiro da história do clube, imediatamente à frente de Pagão. Coube a Araken a glória de ter marcado o gol de número 1.000 do Peixe, o primeiro do 3 a 0 contra o Atlas Flamengo, em 1929.
Outro fato interessante na vida de Araken Patusca foi a homenagem prestada por ele a seu ex-treinador Urbano Caldeira, em 1938, por ocasião da inauguração do seu busto na Vila Belmiro. Já ex-atleta entregou a medalha de ouro conquistada no Paulista de 35 para ser posta no monumento que homenageava Caldeira.
Na carta, Araken dizia:
“Urbano! Giba! – Hoje, no teu Clube, no teu Estádio, inaugura-se a tua herma, homenagem justa e merecida pela tua obra, criando no esporte santista, paulista e brasileiro e, mesmo, sul-americano, o Campeão da Técnica e da Disciplina”.
Teu companheiro desde os mais ingratos aos mais auspiciosos momentos, sou uma prova viva das tuas atividades no seio da família alvi-negra.
Urbano, nasci para o esporte das tuas mãos experientes e sábias; tu fizeste do menino de 15 anos um esforçado entusiasta defensor das cores preta e branca.
Orgulho-me de ter sido nas tuas mãos, na tua vida esportiva, um instrumento de algum proveito, de alguma utilidade”.**
Araken Patusca viveu até os seus 85 anos, falecendo em 1990.
Se eu não me engano o Araken Patuska participou da 1° Copa do Mundo no Uruguai, em 1930 e atuando pela seleção brasileira. Sobre o Sizino e o Ary eu não tenho nada a declarar.
Comments
A vida nos reserva coisas que sem planejarmos acontecem. Você já ouviu algum relato de algum torcedor que foi assistir ao jogo de seu time e, de repente, substituiu um jogador que passou mal? Pois é, por incrível que pareça, isto já aconteceu! Com apenas 15 anos, Araken Patusca iniciouassim sua fabulosa carreira futebolística.
Araken (filho de Sizino Patusca, que até então era presidente do Santos, e irmão de Ary Patusca, um dos principais fundadores do Clube) estava na Vila Belmiro para assistir ao jogo amistoso entre Santos e Jundiaí, em 1923.
Pouco antes do início da partida, um dos jogadores do Peixe, Edgar da Silva Marques, havia passado mal. O treinador Urbano Caldeira confia no menino e, por indicação de seu pai, coloca-o para jogar. Sem hesitar, veste o manto sagrado e faz bonito em sua estréia repentina: dos 5 a 5, Araken faz quatro gols e inicia sua história no mundo do futebol.
Na mesma época em que começou a jogar, surgiram outros jogadores jovens que fariam história no Alvinegro Praiano. Entraram Siriri, Camarão, Feitiço e Evangelista, que se uniram e ficaram conhecidos como o “ataque dos 100 gols”, dos quais 31 em 16 jogos pertenceram a Araken.
Era um craque elegante. Sempre entrava em campo com brilhantina no cabelo e deixava o bigodinho estiloso sempre no maior capricho. Ele era um driblador habilidoso e um goleador nato, foi às redes sete vezes em um único jogo, na vitória de 12 a 1 contra o então tradicional Ypiranga. Chegou a ser considerado pelos jornalistas esportivos como um dos melhores e mais habilidoso jogadores do Brasil no século passado. Só na década de 60, o Rei Pelé, que o substituiu usando a sagrada camisa 10, superaria Araken, quando fez oito gols no 11 a 0 contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila Belmiro.
Naquela época não era comum que jogadores fossem emprestados a outros clubes em ocasiões especificas e por curtos períodos. Mas em 1925, o Santos cedeu seu melhor jogador, Araken, para o Paulistano, que fez uma excursão para a Europa onde os brasileiros, pela primeira vez, foram chamados de “Reis do Futebol”. Em 16 de Março do mesmo ano, o clube estreou no estádio de Búfalo contra a seleção francesa. Com o time de grandes jogadores, inclusive com o eterno Friedenreich, o Paulistano ganhou de 7 a 2 e o resultado foi recebido com muita admiração no Brasil. Foi ali que Araken foi apelidado pelos franceses de “Le Danger” (o perigo).
Com este desempenho, e sendo artilheiro do Paulista pelo Santos em 1927 e vice-campeão paulista por três vezes, em 1927, 1928 e 1929, era de se esperar que Araken fosse cotado para sua primeira Copa do Mundo, em 1930. E, de fato, isto aconteceu. Araken Patusca foi o único paulista que disputou a Copa daquele ano.
Depois de seu empréstimo para Atlético Santista (1929), São Paulo (1930-1934), e Independente (1935), Araken volta para o Santos no final do primeiro turno do Paulista de 1935. Naquele ano, marcou um gol na partida final contra o Corinthians. Com o resultado de 2 a 0, Santos leva o Campeonato Paulista.
Seguiria até 1937 na Vila, tendo disputado 193 jogos pelo Peixe, com a incrível marca de 177 gols com a camisa 10, o que fez dele o oitavo maior artilheiro da história do clube, imediatamente à frente de Pagão. Coube a Araken a glória de ter marcado o gol de número 1.000 do Peixe, o primeiro do 3 a 0 contra o Atlas Flamengo, em 1929.
Outro fato interessante na vida de Araken Patusca foi a homenagem prestada por ele a seu ex-treinador Urbano Caldeira, em 1938, por ocasião da inauguração do seu busto na Vila Belmiro. Já ex-atleta entregou a medalha de ouro conquistada no Paulista de 35 para ser posta no monumento que homenageava Caldeira.
Na carta, Araken dizia:
“Urbano! Giba! – Hoje, no teu Clube, no teu Estádio, inaugura-se a tua herma, homenagem justa e merecida pela tua obra, criando no esporte santista, paulista e brasileiro e, mesmo, sul-americano, o Campeão da Técnica e da Disciplina”.
Teu companheiro desde os mais ingratos aos mais auspiciosos momentos, sou uma prova viva das tuas atividades no seio da família alvi-negra.
Urbano, nasci para o esporte das tuas mãos experientes e sábias; tu fizeste do menino de 15 anos um esforçado entusiasta defensor das cores preta e branca.
Orgulho-me de ter sido nas tuas mãos, na tua vida esportiva, um instrumento de algum proveito, de alguma utilidade”.**
Araken Patusca viveu até os seus 85 anos, falecendo em 1990.
Nome completo: Araken Patusca
Data de Nascimento: 07.07.1905, em Santos (SP)
Data de Falecimento: 24.01.1990, em Santos (SP)
Posição: Atacante
Clubes: 1932-1928: Santos FC (SP)
1929: Atlético Paulistano (SP)
1930-1934: São Paulo (SP)
1935: Independente (SP)
1935-1937: Santos FC (SP)
1937-1938: Estudantes Paulista (SP)
1939: São Paulo (SP)
Jogos pelo Santos: 193 partidas
Gols: 177
Se eu não me engano o Araken Patuska participou da 1° Copa do Mundo no Uruguai, em 1930 e atuando pela seleção brasileira. Sobre o Sizino e o Ary eu não tenho nada a declarar.
devem estar no site do Miltão, na seção "que fim levou"
Vá, deixo pro Fernado!!!
Olá,Mizinho,
é isso aà que o fernando respondeu.
Beijim...
Na rua da minha casa tem uma cachorrinha, que se chama Patusca.
coloca no canal da sky q vc vai ver
kkkkk
desculpe mais não sei nada