O que é Teatro Épico?

Oi pessoal..gostaria da ajuda de vcs...

oque é esse teatro? oque tem de diferente?

Quem inventou..?

Mila

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  • O Teatro Épico é produto do forte desenvolvimento teatral na Rússia, após a Revolução Russa de 1917 e na Alemanha, durante o período da República de Weimar, tendo como seus principais iniciadores o diretor russo Meyerhold e o diretor teatral alemão Erwin Piscator, neste tempo as cenas épicas alemãs recebiam o nome de cena Piscator, dado o extensivo uso de cartazes e projeções de filmes nas peças dirigidas por Piscator. Mas o grande propagandista do teatro épico foi Bertolt Brecht

    O crítico norte-americano Norris Houghton afirma, com grande razão, que Brecht e Piscator aprenderam o teatro épico de Meyerhold e que todos nós o conhecemos através de Brecht (1962,pg17).

    Brecht e o Teatro Épico

    Bertolt Brecht aprofunda seus primeiros escritos sobre o teatro épico no prefácio a montagem de uma de suas peças Ascenção e Queda da Cidade de Mahagonny (Aufstieg und Fall der Stadt Mahagonny). Mahagonny é uma sátira-política em forma de ópera, com músicas de Kurt Weill e texto de Bertolt Brecht, cuja estréia se deu em Leipzig em 9 de março de 1930, depois em Berlim em dezembro de 1931.

    No prefácio a esta ópera Brecht monta um quadro comparativo sobre as diferenças entre o teatro dramático e o teatro épico, destacando que eles não são antagônicos (texto integral mais abaixo). O que pode ser comprovado por algumas de suas peças escritas por Brecht posteriormente, onde o dramático predomina, como em Os Fuzis da Senhora Carrar'.

    Durante seu exílio, ao longo do período nazi-fascista na Alemanha e da II Guerra Mundial, ele aprofunda suas teses sobre este teatro, que, segundo Brecht, teria em Charles Chaplin um modelo de interpretação épica, com sua personagem Carlitos.

    O próprio Brecht afirma que sempre existiu teatro épico, seja na intervenção do coro no teatro da Grécia clássica, na Ópera Chinesa e até no dadaísmo, tese bastante desenvolvida por Anatol Rosenfeld em seu Teatro Épico.

    A teoria do Teatro Épico consiste em uma forma de composição teatral que polemiza com as unidades de ação, espaço e tempo, como também as teorias de linearidade e uniformidade do drama, fundamentadas em determinada compreensão da Poética de Aristóteles elaborada na França Renascentista. A catarse perde seu espaço nessa nova concepção teatral. Não cabe envolver o espectador em uma manta emocional de identidade com o personagem e fazê-lo sentir o drama como algo real, e sim despertá-lo como um ser social. Segundo Brecht, a catarse torna o homem passivo em relação ao mundo e o ideal é transformá-lo em alguém capaz de enxergar que os valores que regem o mundo podem e devem ser modificados.

    Efeito V

    O Teatro Épico tem como um de seus pressupostos o efeito de distanciamento ou estranhamento (Verfremdungseffekt, em alemão) por parte do espectador. O ator não busca uma identificação plena com a personagem. O cenário deixa a mostra toda a sua estrutura técnica, como forma de deixar claro que aquilo é teatro e não a realidade. O drama se desenvolve sem um encadeamento linear entre as cenas, de forma a poder misturar presente e passado procurando evitar o envolvimento pleno na trama, sempre com o intuito de despertar neste uma visão crítica do que se passa, de não dizer-lhe como deveria ser o desfecho dramático e sim fazê-lo refletir sobre. Estranhar tudo que é visto como natural, como disse Brecht.

    Teatro Épico e Teatro Dramático

    Em 1930, no prefácio a sua ópera Mahagonny, Brecht desenvolve seu entendimento sobre o teatro épico, descrevendo dezoito distinções entre a forma épica e a dramática. Ressalta porém que este esquema não pretende impor contraposições absolutas, mas somente "deslocamentos de acentuações". Assim, destaca Brecht, dentro de um processo de comunicação pode-se dar preferência ao que se sugere por via do sentimento (dramático), ou bem ao que se persuade através da razão (épico) (pg. 89 a 91. Escritos sobre teatro. vol. 1). A tabela abaixo segue a tradução ao português de Gerd Borheim (pg. 139-140). Há outras traduções, uma de Anatol Rosenfeld em O Teatro Épico, Perspectiva, (pg. 149), e outra de F. Peixoto, em Brecht vida e obra (1968 p. 101 - 1974 pg. 99/100) com diferenças em alguns dos termos.

    Gerd Bornheim destaca que, na edição (dos trabalhos de Brecht) da editora Suhrkamp, dos Escritos sobre Teatro, o último quadro (sentimento x razão) foi excluído "lamentavelmente sem explicação". Esta exclusão deveu-se a que, segundo Bornheim, seria falso transmitir a idéia de que a forma épica de teatro seja incompatível com o sentimento. Por isso em algumas traduções ao português esta última distinção não existe.

    Assim falando ainda sobre a ópera, mas definindo o que seria seu teatro, Brecht se posiciona contra o conceito de obra de arte total (Gesamtkunstwerk) proposto pelo músico e compositor Richard Wagner. Afirma Brecht, definindo o fundamental de sua poética, que no teatro há que se renunciar a tudo que pretenda provocar uma tentativa de hipnose, a tudo que pretenda provocar êxtase e obnubilação (segundo o dicionário Aurélio: perturbação da consciência, caracterizada por obscurecimento e lentidão do pensamento).

    Afirma Brecht que deve se conceder à musica, como parte da cena, maior independência, propondo que ela comente o texto e tome posição dentro da obra, não apenas como forma de realce do texto, ilustração, ou formadora de uma situação psicológica da cena.

    Visite o site e terá mais informações.

  • Teatro Épico

    Embora elementos da linguagem épica existam no teatro desde os seus primórdios, o Teatro Épico surge com o trabalho prático e teórico de Bertolt Brecht. Trata-se do resgate de um termo antigo para conceituar uma nova linguagem cênica.

    Essa é substancialmente organizada a partir de textos que abordam os conflitos sociais sob uma leitura marxista, encenados pelo método do Distanciamento.

    A primeira montagem de um texto de Brecht no Brasil ocorre na Escola de Arte Dramática - EAD, com A Exceção e A Regra, em 1956. A primeira encenação profissional dá-se com A Alma Boa de Set-Suan, 1958, pelo Teatro Maria Della Costa - TMDC. Seguem-se Os Fuzis da Senhora Carrar, 1962, pelo Teatro de Arena, O Círculo de Giz Caucasiano, 1963, pelo Teatro Nacional de Comédia - TNC, e A Ópera dos Três Vinténs, 1964, pelo Teatro Ruth Escobar.

    O Teatro Épico utiliza uma série de instrumentais diretamente ligados à técnica narrativa do espetáculo, onde os mais significativos são: a comunicação direta entre ator e público, a música como comentário da ação, a ruptura de tempo-espaço entre as cenas, a exposição do urdimento, das coxias e do aparato cenotécnico, o posicionamento do ator como um crítico das ações da personagem que interpreta, e como um agente da história.

    Tais ingredientes estão em algumas importantes montagens dos anos 60. Os espetáculos Arena Conta Zumbi e Arena Conta Tiradentes, por exemplo, inauguram o sistema coringa, desenvolvido por Augusto Boal no Teatro de Arena, onde as soluções brechtianas são aclimatadas e empregadas em indisfarçável chave brasileira.

    A existência de um narrador distanciado (o coringa) opõe-se à existência do protagonista (criado à maneira realista) e o coro (que pode ora pender para um lado, ora para outro). O emprego da música como comentário, a constante troca de papéis entre os atores e os saltos no desenvolvimento da trama são alguns dos recursos mais utilizados.

    Um abraço, Helda

  • Só entrar no site http://www.teatrododia.com.br/ e ler a matéria sobre Teatro Épico.

  • Na pratica e um teatro que se passa em uma epoca antiga, e com uma historia antiga, com cenario simples, e logicamente com falas mais antigas.

    Espero ter ajudado,

    Abraços

  • Um teatro que mostra uma epoca antiga é um teatro epico.

    Por exemplo uma peça de teatro que fale da roma antiga, é uma peça epica. Assim como existem filmes epicos, que sao aqueles que retratam grandes epocas do passado.

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