O que acham desse trecho do meu livro?

O homem mais alto se desprendeu do grupo e começou avançar pela rua.

Demitri e Wesley alcançaram a esquina, mas bastou uma olhada rápida para perceber que era apenas mais uma entrada de carros nos fundos de um dos prédio de quatro andares. Estava trancada. Eles tiveram que desacelerar os passos, fazendo a distância entre eles e os homens diminuir rapidamente.

— Aí estão vocês — A voz estrondou do homem alto, com cabelo escuro.

— É — Disse uma voz á cima de Demitir que o fez pular.

— Fiquem longe de nós — Gritou Wesley com voz firme e determinada — Por que estão nos seguindo?

— Pegamos um desvio — Respondeu o mais alto — Precisávamos ter certeza se era o nosso v.i.a.d.i.n.h.o. dos velhos tempos.

Demitri se recompôs, a alguns passos de distância, tentando se lembrar apesar do pânico do rosto do homem que lhe era familiar.

— Não somos gays! — Bradou Wesley.

— Cala boca! — Demitri ordenou antes que o terror o deixasse incapacitado. Wesley engoliu em seco e o fitou por alguns segundos, depois voltou a cabeça para os homens.

Eles não estavam falando de Wesley, e isso não pareceu muito claro para ele. Mas Demitri conseguiu pensar, apesar das pernas trêmulas e a dormência que sentia no braço que Wesley apertava. Sua primeira reação foi e medo, depois foi de raiva.

— Eles não são skinheads...

— Quê?

— É o Jared.

— Vejo que encontrou um amigo ******** para brincar — Disse Jared, ainda sorrindo. Risadas apareceram atrás deles.

Gabriel puxou Wesley para trás em um movimento rápido e passou o braço em torno da garganta dele com força. O rosto de Wesley começou a ficar roxo e a ânsia por oxigênio o fez começar a tossir.

— Wesley! — Gritou Demitri, engasgado por puro medo agora.

Uma mão agarrou seu cabelo. Os dedos cruzados com tanta força que doeu no couro cabeludo, arrastou a cabeça dele para trás até a calçada. Acima dele, ouviu a voz de Jared:

— Vamos acertar as contas. Filho da p***.

Ele bateu na cabeça de Demitri algumas vezes e atirou-o no chão enquanto Tomás estava indo para cima de Wesley e enterrando-lhe cinco dedos bem fechados na barriga. Demitri não se atreveu a fazer qualquer coisa. Tinha olhado nos olhos de Jared por alguns segundos e pensou que ele era totalmente louco. Tão cheio de ódio que era impossível de assistir.

Sua cabeça estava encostada no canto de uma lata de lixo. Seus braços flutuando. Não havia nada para agarrar. Ele olhou para os outros caras. Eles estavam do outro lado, Tomás e Paulo acertavam violentamente socos e chutes em um Wesley inconsciênte. Seu corpo não se movia mais. Gabriel asistía, logo atrás, com uma câmera portátil filmando toda a cena. Demitri tombou a cabeça, respirou pesadamnete e quando abriu os olhos novamente, viu Guilherme, totalmente paralisado, a mais ou menos meio mêtro de distância. Ele parecia extremamente desconfortavel.

Era como se ele realmente pensase. Guilherme olhou para os outros meninos mas ninguém parecia disposto a fazer qualquer coisa para ajudar Demitri ou Wesley e, com sua voz embargada, não disse mais do que:

— Jared…Ta ****…

Mas ele pareceu não ter ouvido Guilherme. Seus olhos estavam fixos sobre o corpo de Demitri. Ele levantou o punho.

Demitri tentou fugir pegando impulso com os pés para projetar o corpo longe e rápido o bastante para se desviar do gople, mas a mão de Jared segurou firme seu pescoço, tornando impossivel qualquer movimento.

Guilherme olhou para para a esquina onde pensou ter visto faróis se iluminarem em sua direção, ele tentou chamar a atenção dos outros mas apenas recebeu um empurrão de Gabriel, que agora dava Close nos ferimentos de Wesley. Ele piscou algumas vezes e não conseguiu ver a carroceria do carro na scuridão, ele deu alguns passos para frente. Não era um carro, havia uma garota parada na entrada do beco, os olhos iluminados como tochas acesas no meio da escuridão.

Ela parecia sugar todo o oxigênio do lugar, Guilherme teve suas pernas paralisadas e o grito que puxara do fundo de seus pulmões não saiu. Apenas um longo e pesado suspiro.

No último segundo, quando Gabriel já estava malignamente apontando a câmera sobre o corpo Demitri para registrar o ataque final de seu colega e Guilherme se inclinava para frente cambaleante e devagar, a garota desapareceu.

Cinco… Quatro… Três… Dois…

Demitri contou mentalmente enquanto observava o braço de Jared descer com firmeza e rapidez, e com um lamento atormentado de dor e terrivel surpresa, uma nuvem vermelha explodiu no ar, e o antebraço de Gabriel com a mão ainda segurando a câmera, foi arrancado e caiu sobre o peito de Demitri.

Ele não pôde se conter de tamanha alegria e mórbida satisfação, e abriu um sorriso capaz de iluminar o planeta inteiro.

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