o que seria conceito cientifico?

Em que medida os procedimentos científicos de observação depedem da subjetividade do investigador e de sua formação cultural?

Comments

  • A visão do cientista sobre um fato deve ser objetiva, isenta de prenoções,preconceitos e juízos de valor. Um conceito científico é fundamentado em pesquisas que constatam sua veracidade.

    Um "olhar do senso comum" não tem fundamento, não se baseia na razão, pode estar repleto de emoções que distorcem a realidade ou cheio de preconceitos....~é uma visão superficial, imediatista, acrítica...que nem sempre condiz com a realidade

  • Em que pese a moderna “alienação do mundo” – traço tão marcante da “escola da suspeita” em que se converteu a filosofia no século 17 – pautada na convicção de que o fundamento último de toda a verdade estaria enquistado na “interioridade” privativa ao sujeito; em que pese tal alienação “subjetivista”, a concepção baconiana de método não deixou de prescrever que a pesquisa científica consiste numa aplicação estrita de um conjunto de regras estáveis com vistas à obtenção de resultados objetivos, aplicação que, paradoxalmente, retiraria de cena – juntamente com determinados elementos irracionais e arbitrários – os componentes subjetivos do investigador, desde que este último, é claro, procedesse em sua pesquisa tal como um estrito observador de regras e um acurado aplicador de critérios (ou seja, como um “animal lógico”).

    Certamente, a pretensão que está em jogo nisso não é outra que a de assegurar o êxito da pesquisa científica por meio do emprego sistemático – senão mecânico - de métodos, ou, mais especificamente, por meio do emprego do método universal – algo sumamente “abstrato” portanto – e que garantiria de uma vez por todas o “progresso iniludível” das ciências. Esse desígnio supostamente racional traz enquistado em si uma séria aporia, e a qual talvez possa ser expressa nas seguintes interrogações: poderia a aplicação sistemática e exaustiva de regras metodológicas dispensar, na prática científica, os “rasgos”, o interesse e até mesmo a inventividade próprios a certas perspectivas teoricamente constituídas? Ou em outros termos, o emprego de métodos poderia dispensar sem mais a criatividade dos pesquisadores? Por outro lado, se o interesse e inventividade de uma teoria dependem em larga medida de rasgos epistemológicos e até mesmo de decisões ontológicas, então isso implicará a aceitação sem mais na prática científica de um elemento irracional, aleatório, arbitrário e desordenado, e que diz respeito ao “filtro pessoal” ou ao “coeficiente individual” de cada pesquisador?

    Bem, primeiramente, a suposição de que existe um método totalmente desinteressado e, portanto, estritamente objetivo sofre da mesma ingenuidade conceitual pela qual se crê que há – ou que pode haver – uma teoria totalmente desinteressada e, portanto, estritamente “objetiva”. Ou o que dá no mesmo: todas essas convicções dependem do pressuposto do positivismo “primitivo”, segundo o qual a prática científica partiria da suposta observação de dados puramente empíricos para a elaboração de hipóteses testáveis, que por sua vez ensejariam a formulação de teorias explicativas acerca dos primeiros. E ainda mais do que isso, depõe contrariamente à instituição do falibilismo nas ciências ocidentais a convicção na existência de cânones metodológicos totalmente “dedutíveis” que pudessem pautar exaustivamente todas e quaisquer umas das etapas que compõem as práticas de pesquisa científica

    God bless you

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