quais foram As revoltas e transformações políticas na primeira república?

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  • A Constituição determinava que o Congresso Constituinte escolheria o primeiro presidente e o vice. Foram escolhidos: o Marechal Deodoro da Fonseca para presidente e Marechal Floriano Peixoto como vice. Como os dois eram militares de alta patente, o governo ficou conhecido como a República da Espada.

    As oposições queriam que os governos estaduais tivessem mais autonomia, como por exemplo, pedir empréstimos no exterior. Com o poder presidencial centralizado isso era muito difícil, daí começaram os problemas. Deodoro dissolveu o Congresso e decretou estado de sítio, causando a Primeira Revolta da Armada. O contra-almirante Custódio José de Mello no comando de três dos maiores navios brasileiros ameaçou bombardear o Rio de Janeiro. Com apenas oito meses à frente do governo Deodoro renunciou e em seu lugar assumiu o vice-presidente Floriano Peixoto.

    A Constituição determinava a realização de novas eleições caso a presidência vagassem antes de dois anos de governo. Surgiram vários protestos e revoltas: a Segunda Revolta da Armada, revolta em Laje e Santa Cruz no Rio Grande do Sul e a Revolução Federalista, em 1893.

    A Revolução Federalista do Rio Grande do Sul estendeu-se até 1895 e causou cerca de 10.000 mortes. A Revolução atingiu Santa Catarina e o Paraná e só não chegou a São Paulo graças à ação de Bernardino de Campos, o presidente do Estad

    Nos sertões da Bahia, milhares de sertanejos, fugindo da miséria trazida pelas secas e sujeição aos coronéis, juntaram-se ao redor do pregador Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro no Arraial de Canudos. O governo estadual enviou a primeira de quatro expedições a Canudos, com o intuito de destrui-lo. Após a derrota destas tropas o governo federal mandou tropas para conter os revoltosos, que também foram derrotadas. O governo federal mandou reforços e após quase um ano de guerra, Canudos foi totalmente arrasada.

    Em 1910 as tripulações do Encouraçado São Paulo, do Encouraçado Deodoro, do Encouraçado Minas Gerais e do Cruzador Bahia, lideradas pelo marinheiro João Cândido, se revoltaram no Rio de Janeiro contra os maus tratos, a má alimentação e o excesso de trabalho. Com os canhões das belonaves apontados para a capital do país, exigiram o fim dos castigos físicos a bordo. O governo da República prometeu-o, e os marinheiros devolveram os navios à Marinha do Brasil. Foram, entretanto traídos e o seu líder preso.

    Em 1912, a fronteira entre Santa Catarina e Paraná foi motivo de uma disputa pela posse de terras que recebeu o nome de Guerra do Contestado. Sertanejos, imigrantes e nordestinos faziam parte do grande número de pessoas, sem terras e na miséria, que participaram deste conflito de cunho milenarista e messiânico. As terras do Contestado foram cedidas, pelo governo, a companhias norte-americanas que contribuiriam para a construção de uma estrada de ferro que fariam para a extração da madeira. Desde fins do século XIX vários pregadores (líderes religiosos) que ocupavam a região acabaram atraindo, com seu discurso, os posseiros que haviam sido expulsos da região. Os pregadores, chamados de "monges", que tinham como líder José Maria que anunciava que a República terminaria e o povo teria dias melhores. Essas idéias trouxeram vários confrontos entre fazendeiros, tropas do governo do Paraná e os seguidores dos "monges". Os combates duraram longos cinco anos terminados somente em 1916, quando Venceslau Brás dividiu as terras do Contestado entre o Paraná e Santa Catarina.

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