O que realmente eu pergunto é isso???

Macgyver, do seriado americano "profissão perigo" utilizou fertizante, éter, jornal para colocar essa mistura acesdeu e atirou-a, em seguida três pessoas sairam para vêr o que tinha acontecido e a bomba explodio perto deles, Em cima desses acontecimentos eu tenho que fazer uma critica. Tipo já que deveria manter uma certa distancia da bomba então eles iriam acabar sendo atigido né isso o éter ele vai servi tipo como energia de ativação??? è isso que eu preciso saber se é possível, porque quais os riscos, têm outra pergunta aqui tb???

Macgyver, do seriado americano "profissão perigo" utilizou fumaça para enxergar um laser a gás depois com a lente de binóculo fez com que a luz do laser fosse refletida pra uma só fonte explodindo assim e eliminando o laser. Depois de assistir aquele episódio, surgiu uma pergunta: seria possível isso ocorrer?

Comments

  • MacGyver é muito chique. O cara sabe que a fórmula mais antiga da pólvora é enxofre, salitre e carvão. Misturou os três, é só detonar. Bum! a energia liberada pela reação é tão grande, que pode lançar uma bola de canhão a enormes distâncias; se a bola bate em algo, o estrago é enorme, devido à transferência de "momentum". Momento é uma grandeza física, na verdade uma força, definida como p=mv, ou seja, um corpo de massa m, movendo-se a uma velocidade v, vai ter um poder de impacto p. Deve ser p de pimba! Vai saber, não?

    Enfim. Na bomba do MacGyver (o gê do nome do carinha deve ser maiúsculo, assim como o dê do MacDonald) o ingrediente principal é o fertilizante. O fertilizante é o que a gente chama pelo apelido de NPK, significando que contém nitrogênio, N, fósforo, P, e K, potássio. O fertilizante mais antigo é o nitrito de potássio, KNO2, que literalmente é cocô de passarinho. É o chamado "guano". Os pássaros, em seus movimentos migratórios, escolhem lugares especiais para passarem algum tempo, e as ilhas do Chile parecem ser especiais para isso, no oceano Pacífico. Chegando lá, milhares de pássaros defecam toneladas de nitrito. O Chile exportava isso para a Europa toda antes da primeira Guerra Mundial, tanto que o nitrito de potássio até hoje recebe o nome vulgar de "salitre do chile". Quando os alemães dominaram a Europa durante aquela Guerra, os aliados bloquearam a passagem de KNO2 retirado das ilhas do Chile, que então empobresceu. De fato, só agora está voltando ao cenário internacional, por causa de que o Brasil está deixando de ser, política e economicamente, o polo da América do Sul. Mas enfim.

    Os sais de nitrogênio, principalmente os óxidos, nitritos (salitre) e nitratos (os derivados do íon NO3(-)) são explosivos, devido simplesmente à formação dos gases nitrogênio, N2, e oxigênio, O2, duas substâncias elementares tão estáveis que, de fato, são os maiores constituintes da nossa atmosfera. Assim, a decomposição dos nitritos, ou nitratos, em gases, libera uma energia enorme. Imagine: toda a energia armazenada no ciclo de retirar o nitrogênio e o oxigênio da atmosfera, mantendo os elementos na composição de um sal, de repente liberada pelo fato de devolver os elementos nitrogênio e oxigênio de volta ao seu lugar natural. É uma bomba. O MacGyver aparentemente sabia disso.

    O problema é: como tocar fogo no cocô de passarinho? Aparentemente, nada melhor do que fazer como a gente faz, para atear fogo na churrasqueira, no domingo. Põe fogo numa folha de jornal, e usa isso para atear fogo no carvão. Mas antes, põe um pouquinho de álcool no carvão, só para atiçar a coisa.

    O MacGyver não tinha álcool, era gringo, chique, tinha éter. Não importa. É um excelente combustível, tanto que certos éteres são aditivos de gasolinas baratas, para aumentar a octanagem, mas isso é outra estória, que eu conto depois. Ateando fogo no éter, envolto em papel (fonte de carbono, portanto), tem-se a energia necessária para detonar o nitrito, ou nitrato, do fertilizante. O resultado é um big Bang. Portanto, é possível, sim, fazer uma bomba a partir do uso de fertilizante. Claro que no seriado isso parece fácil, mas na verdade, se fosse assim tão fácil, os nossos ministérios da Guerra (exército, marinha e aeronáutica) não liberavam adubos para os agricultores ficarem brincando de Bins Ladens por aí. Na TV, as coisas acontecem com maior facilidade do que na vida real.

    Mas sobra um acontecimento muito importante para a civilização, resultado da interdição do comércio de cocô de passarinho para a Europa, lembra que eu mencionei isso lá em cima? Os alemães tiveram de achar uma forma de retirar o nitrogênio do ar, e mantê-lo na forma de um composto, para poder utilizar o composto como uma bomba, ou como adubo - o êne do NPK, lembra? Assim, um pouco antes da segunda Grande Guerra, o químico Haber desenvolveu a teoria pela qual a reação:

    N2 + 3 H2 --> 2 NH3

    poderia gerar amônia, NH3, que é facilmente oxidada a ácido nítrico, fonte de nitratos, que podem ser utilizados, como dito acima, como explosivos, para o mal, ou adubos, para o bem. E outro alemão, engenheiro, o Bosch, desenvolveu a primeira planta industrial para produzir a amônia. Até hoje, esse importantíssimo produto químico é produzido "artificialmente", isto é, industrialmente, pelo processo Haber-Bosch. E o cocô de passarinho pasou a ter menos importância comercial, e o Chile passou a ser menos importante, mundialmente. Mas os hermanos estão se reerguendo desde então, tiveram uma ditadura militar tão feroz quanto a nossa e a da Argentina, chegaram até a matar o presidente Allende, que era como o nosso Lula, ou coisa parecida. Mas são águas passadas, e o Chile tá aí, com força total. Menos no futebol, continuam fregueses nossos.

    Mas o MacGyver é um cara do nosso tempo, sempre aprontando umas e nos deixando pasmos. Imagine, fazer fumaça para enxergar um feixe de luz. Muito prático. Usar uma lente para dirigir o feixe de luz para outra direção. Mais prático ainda. Mas explodir a fonte do lazer? Só se a fonte do lazer fosse explosiva. Imagine você, em casa, mirando o espelho com uma dessas canetinhas lazer de apontar coisas no quadro negro. Ou melhor, ligar o seu toca-CêDê com a porta do CD aberta, na frente do espelho. O raio lazer pode até ser refletido, e de fato vai, pois é um comportamento físico de uma onda eletromagnética o fato de poder sofrer reflexão, entre outras propriedades interessantes das ondas eletromagnéticas, mas explodir a canetinha, ou o teu tocador de CDs, aí já é demais. Só o MacGyver. Ou se a fonte de luz seja, ela própria, explosiva. No seriado, tudo é possível. Até isso. Não fosse, não seria tão emocionante, não acha?

    Um abraço!

  • MacGayver, como um bom químico, sabia que o éter de motor é uma mistura de óleo lubrificante fino (SAE 20) com éter etílico, uma mistura que pode ser usada como substituta do óleo diesel, nestes tipos de motor. Ou seja, éter de motor não é éter, mas uma mistura de éter etílico com óleo (um hidrocarboneto de cadeia longa).

    Sabia também que para se preparar o explosivo "anfos" é necessário misturar nitrato de amônio (um fertilizante barato e rico em nitrogênio) e um hidrocarboneto.

    O nitrato de amônio forma emulsões em óleos, mas não em solução etérea. Então, quando nosso herói fez esta mistura, sabia que o éter iria rapidamente evaporar, deixando apenas o óleo em contato com o nitrato de amônio.

    Éter é extremamente volátil e inflamável. Se colocasse fogo nesta mistura quando o éter estava evaporando, então seria muito provável que a base do fogo (jornal) não iria sofrer um grande aquecimento, uma vez que o éter tem ponto de ebulição de 36°C e rouba muito calor do ambiente no qual está sofrendo evaporação.

    Acredito que o jornal foi usado aqui como meio de empacotamento da mistura, uma vez que a mistura explosiva deveria estar toda aglutinada em um volume compacto.

    Uma vez emulsionado em óleo e com uma temperatura elevada para iniciar a reação, o nitrato de amônio decompõe todo ele de uma só vez, a uma velocidade muito grande, liberando um grande volume de gases quase instantaneamente, segundo a reação:

    2NH4NO3(s) --> 2N2(g) + O2(g) + 4H2O(g)

    Claro que os riscos são os maiores possíveis (risco de perder a vida), pois com explosivos não se brinca.

    Veja quantas pessoas são feridas e mutiladas pelos lúdicos fogos de artifício todos os anos, imagine então com explosivos mais potentes e em maior quantidade.

    A fumaça é necessária para enxergar um raio luminoso, uma vez que se não há dispersão da luz, não podemos enxergar qual sua direção.

    Existem lasers para várias finalidades. Uma delas é o corte a laser, capaz de cortar com extrema precisão e sem desgaste de ferramentas, chapas de aço de 2 cm de espessura.

    Se os raios forem desviados por uma fonte não absorvente, que os reflita de maneira quase completa e concentrados em um ponto que absorva a luz laser na forma de calor, fatalmente este objeto será destruído pelo intenso aquecimento.

  • Prezada colega, não acredite em tudo que aparece nesses seriados sensacionalistas, pois, em sua maioria as informações são distorcidas e fogem completamente da realidade...

    O éter nunca serviria como energia de ativação...

    O éter seria o combustível, pois, volatiliza-se muito facilmente...

    Quando se fala em ENERGIA DE ATIVAÇÃO, fala-se, na maioria das vezes de calor, logo, o fogo daria essa energia de ativação para que essa reação acontecesse...

  • Eu acredito que sim.

    É claro que os riscos são enormes, e uma experiência dessa natureza deve ser realizada apenas por cientistas altamente capacitados, obedecendo as regras de segurança.

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