Pode alguém já nascer sabendo?

O conhecimento ou a memória como a gente experimenta pode estar nos genes?

Update:

Grato a todos pelas bonitas respostas nessa questão que me interessa muito.

Ana Karenina bem lembrado a diferenciação entre memória e conhecimento, bem como o inconsciente ou subconsciente coletivo, muito legal.

Rocha eu gostei muito da sua análise e tenho essa percepção de que em muitas coisas o ser humano está cada vez mais involuindo.

Star Rigel, muito boa a sua pesquisa sobre o aprendizado e desenvolvimento na criança; o site mencionado foi proveitoso.

Coração bandido, legal você trazer essa informação de grupos étnicos e índios.

Comments

  • Querido Sonny:

    Primeiro, penso ser uma questão semântica, pois talvez o emprego destes dois conceitos como sinônimos seja polêmico, embora estejam relacionados (conhecimento/memória).

    Entendo o conhecimento como algo epistemológico ( gnóstico, um estudo crítico sobre um saber).

    Já a memória, relaciono-a com uma função neurológica de uma área do cérebro, que capacita o Ser Humano conservar o conhecimento adquirido, arquivar lembranças de fatos, imagens...

    Percebo que outras idéias estão emaranhadas, o que causa uma certa confusão como por exemplo, o instinto: o bebê humano, assim como os demais filhotes de mamíferos não são ensinados a mamar. Tão pouco eles possuem uma vivência prévia (no caso da primeira mamada) para lembrarem de como fazê-lo. Mas o instinto os leva a buscar o alimento (leite) , sugá-lo e engolir.

    Outra idéia que está embutida e não discerne prontamente esta questão são os reflexos: ninguém ensina o bebê a virar de bruços e erguer a cabeça, a fim de ampliar seu campo visual. Ele age assim quando os sistemas envolvidos amadurecem (nervoso, muscular) e o movimento reflexo do bebê, quando estes sistemas estão "prontos" é de se "debater", a fim de virar de bruços e tentar elevar a cabeça.

    ( perceba que isto é o início do reflexo do rastejar, depois engatinhar e por fim andar!).

    Neste caso, nós nascemos com o instinto e o reflexo, portanto são inerentes aos nossos genes.

    Acredito ser importante lembrar tb a concepção do inconsciente coletivo de Jung, onde este inconsciente coletivo é a base da psique humana: comportamentos, imagens etc. que são constituídos pela herança comum do Ser Humano. Explicando melhor, são imagens e símbolos que não tem relação com a vivência individual. Estes estão dissociados de qualquer lembrança.

    Porém, estes comportamentos, imagens...surgem ( como nos sonhos), pois pertencem ao inconciente coletivo. Provém daí os mitos e tb a denominação de arquétipos (feita neste caso por Jung).

    Então, ficamos assim: os conceitos de conhecimento e memória são distintos.

    Existem "saberes" que na realidade são instintos e outros são reflexos.

    A capacidade de armazenar informações (memória) é produto da atividade do sistema nervoso, portanto pode ser hereditários.

    E ainda temos a origem dos mitos e arquétipos: não aprendemos (segundo Carl Jung), mas eles existem e são uma herança de toda a vivência da Humanidade.

    Ufa!

    Paz!

    Anna.

    \m/

  • Tenho uma teoria a respeito

    Lecionei na Área dos Indios e eles tinham dificuldades de entender a Mat. (alguns brancos de pais anafabetos, tb, )

    Já os brancos eram rápidos no entender

    observei outros campos da ciencia, tb acontece

    Veja, se alguém nasce com Dom pra música, todos pedem, alguém da família tb toca?

    area do Direito , há uma sussessão de pai pra filho

    médicos tb.

    Existe uma herança Genética !

  • Só com o conhecimento é que aprendemos, lindo. A memória armazena tudo o que foi aprendido. Nascer sabendo não! Muitos bjus!

  • O ser humano herda gens, pode nascer com QI evoluído, mas ninguém nasce sabendo. Se assim fosse nenhuma criança precisaria de pai e mãe.

    O desenvolvimento acontece por estágios e se dá pela interação social

    Para saber mais, consulte Jean Piaget e Vigotsky.

    Veja como Piaget explicou o desenvolvimento:

    Os estágios do desenvolvimento humano

    Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (Furtado, op.cit.). São eles:

    · 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)

    · 2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)

    · 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)

    · 4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)

    Cada uma dessas fases é caracterizada por formas diferentes de organização mental que possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade que o rodeia (Coll e Gillièron, 1987). De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas 4 fases na mesma seqüência, porém o início e o término de cada uma delas pode sofrer variações em função das características da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido. Por isso mesmo é que "a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida", conforme lembra Furtado (op.cit.). Abordaremos, a seguir, sem entrar em uma descrição detalhada, as principais características de cada um desses períodos.

    (a) Período Sensório-motor (0 a 2 anos): segundo La Taille (2003), Piaget usa a expressão "a passagem do caos ao cosmo" para traduzir o que o estudo sobre a construção do real descreve e explica. De acordo com a tese piagetiana, "a criança nasce em um universo para ela caótico, habitado por objetos evanescentes (que desapareceriam uma vez fora do campo da percepção), com tempo e espaço subjetivamente sentidos, e causalidade reduzida ao poder das ações, em uma forma de onipotência" (id ibid). No recém nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo).

    Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo dentro de um cosmo "com objetos, tempo, espaço, causalidade objetivados e solidários, entre os quais situa a si mesma como um objeto específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorrem" (id ibid).

    (b) Período pré-operatório (2 a 7 anos): para Piaget, o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional" (Coll e Gillièron, op.cit.). Na linha piagetiana, desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem, conforme alerta La Taille (1992). Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.

    Todavia, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas (La Taille, op.cit.; Furtado, op.cit., etc.), a emergência da linguagem acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações interindividuais e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.

    Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Para citar um exemplo pessoal relacionado à questão, lembro-me muito bem que me chamava à atenção o fato de, nessa faixa etária, o meu filho dizer coisas do tipo "o meu carro do meu pai", sugerindo, portanto, o egocentrismo característico desta fase do desenvolvimento. Assim, neste estágio, embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado (em função da ausência de esquemas conceituais), conf

  • Sonny, não sou especialista, mas creio que sim, pode-se nascer sabendo algumas coisas, veja os pequeninos que tocam piano maravilhosamente sem nunca terem aprendido. E tem outros casos de mentes brilhantes. Vou lhe dar a explicação religiosa, que é a que eu conheço. Antes do pecado entrar no mundo e corromper tudo o que existe, a mente humana funcionava 100%, ou seja, neste cenário, sem pecado a pessoa nasceria sabendo tudo o que se tem para o ser humano saber. Com o pecado houve a corrupção da mente e a pessoa geralmente nasce apenas com os instintos. Se não me engano nós só utilizamos algo como 9% da capacidade do nosso cérebro. Porém, em alguns casos raros, o dos gênios, uma seção do cérebro está perfeita, e a pessoa é chamada de gênio no conhecimento específico desta área do cérebro. Como é do conhecimento geral, um gênio não é gênio em tudo, sendo inclusive bem burro em certas coisas, como é o caso de relacionamentos humanos - gênios raramente conseguem se relacionar de forma adequada.

  • Sim, quando nascemos já sabemos coisas que fazemos naturalmente... Também podemos nascer com aptidões naturais para certas coisas...

  • Eu não acho que a sabedoria esteja nos genes.

    Aprendemos é convivendo e socializando. O que pode estar nos genes, é a facilidade em aprender (no caso de uma pessoa que se diga sábia desde muito nova).

    Entendeu?

  • Eu não nasci sabendo falar, no entando eu falo bem, porque aprendi. Não nasci sabendo escrever, mas fui para a escola e acabei aprendendo.

    Acho que ninguém nasce sabendo, mas tem pessoas que conseguem se sobressair em algumas coisas que certas pessoas não conseguem. Isso eu chamo de "dom".

    Tem pessoas que nasceram para fazer algo, mas provavelmente adquiriram ou descobriram isso mais tarde. Ninguém nasce sabendo de nada.

    Acho que os genes tem muita pouca influência nisso.

  • Os genes são de grande importância , mas o estímulo é muito importante para desenvolver o potencial dos indivíduos não tão privilegiados.

  • Todos nós já nascemos chorando, mamando e encomodando.. isso quer dizer q todo mundo nasce sabendo alguma coisa.. rsss..abraços!

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