A ordem internacional bipolar durou cerca de 45 anos, desde o final da Segunda Guelra Mundial até por volta de 1989-91. (Podemos tomar o ano de 1989 como marco se enfatizarmos as mudanças no Leste europeu e particularmente a queda do Muro de Berlim, uma espécie de símbolo da "cortina de ferro" que separava as duas Europas e os dois "blocos", o capitalista e o socialista. E podemos tomar 1991 como marco se considerarmos que no final desse ano houve a dissolução da URSS, a grande potência que dava coesão, além de servir de exemplo ou modelo, para os demais países do mundo socialista.) Essa ordem bipolar tinha como traço marcante e essencial a forte oposição entre o Leste e o Oeste, isto - é, entre o "socialismo real" e o capitalismo, considerados dois modelos societários alternativos e até antagônicos. Duas superpotências, com enorme poderio econômico e principalmente político-militar, comandavam cada um desses campos ou "blocos": os Estados Unidos, no mundo ocidental ou capitalista, e a União Soviética, no mundo dito socialista ou comunista.
O chamado mundo socialista iniciou-se em 1917, com a Revolução Russa, quando pela primeira vez desde que o capitalismo tornou-se dominante no planeta surgiu uma nova forma de organização social alternativa a ele. Depois que a Rússia, em 1922, anexou novos territórios e passou a se denominar União Soviética, durante quase oito décadas, isto é, grande parte do nosso século - exatamente aquele período que alguns historiadores chamam de "o século XX curto (de 1914-17 até 1989-91)" -, seguiu-se uma expansão do socialismo real por diversos países do mundo e uma correspondente retração do espaço capitalista. E o capitalismo, como veremos, reagiu a isso, procurando de várias maneiras combater a chamada "ameaça comunista".
A Segunda guerra Mundial, encerrada em 1945, trouxe importantes alterações no equilíbrio entre as grandes potências. As potências européias, especialmente a Inglaterra, que dominavam o globo desde os séculos anteriores até os primórdios da XX, estavam arrasadas com o final da guerra. Havia ainda os seus impérios coloniais, mas estes logo se desmancharam, principalmente nos anos 50. Os Estados Unidos emergiram então como a nova potência capitalista hegemônica, com investimentos e interesses comerciais em todos os continentes.
As empresas multinacionais norte-americanas logo se espalharam por todo o imenso mundo capitalista ou de economias de mercado, inclusive para as áreas periféricas (que, em grande parte, em especial na África e na Ásia, deixavam então de ser colônias para se tornarem economias subdesenvolvidas; no caso da América Latina, cujas independências remontam ao século XIX, já havia antes da guerra uma crescente influência dos EUA, que rivalizava com a presença britânica). O "modelo de vida norte-americano", com seus filmes à Hollywood, com a Coca-Cola e o fast- com os jeans, com o automóvel como grande símbolo de individualismo e de status social, etc., acabou se tornando a realidade, ou pelo menos a aspiração, de todos os povos do chamado mundo ocidental ou capitalista.
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO
O capitalismo, como sistema econômico e social, passou a ser dominante no mundo ocidental a partir do século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: foi mais rápida na porção ocidental da Europa e muito mais lenta na porção central e na oriental. O Reino Unido foi, por várias razões o país no qual a transição foi mais acelerada.
O capitalismo evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que novas dificuldades surgiam. O sistema capitalista sempre apresentou ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica devido ao seu profundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução histórica foi muito lenta, particularmente na Europa Ocidental e na América Anglo-saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de produção.
Didaticamente, considerando seu processo de desenvolvimento costuma-se dividir o capitalismo em três fases.
CARACTERÍSTICAS DO CAPITALISMO
Apesar dês profundas diferenças existentes entre os países capitalistas, algumas características básicas são comuns a todos eles, pois fazem parte do molde do sistema capitalista:
• Estrutura de propriedade - predomina a propriedade privada, pois a maioria dos meios necessários para a produção, tais como fábricas, terras, máquinas, usinas, portos, ferrovias, minas, c pertence a agentes econômicos privados. No entanto, em muitos países, o Estado também é dono de muitos meios de produção. Atua como capitalista através- de empresas estatais, principalmente em setores básicos e de infra-estrutura.
Objetivo - os agentes econômicos, privados ou estatais, buscam incessantemente a reprodução do capital, ou seja, a constante obtenção de lucros. A diferença fundamental é que uma
Uma ordem na qual só existiam dois pólos antagônicos de poder : o pólo do países de regime capitalista (liderados pelo EUA) e o pólo dos paises socialistas (liderados pela extinta URSS).
Os demais países tinha que se alinhar com uma das duas potências. O que deu origem à Guerra Fria.
O bloco capitalista fez um acordo militar de cooperação contra um possível ataque do bloco socialista : ficou conhecido como OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em resposta, o bloco soviético estabeleceu o Pacto de Varsóvia, com o mesmo objetivo.
Com o fim da segunda guerra mundial iniciou-se uma disputa entre as duas super-potências vencedoras, União Soviética ( socialista ) e Estados Unidos ( capitalista ).Iniciou-se então a guerra-fria, período da história que seguia essa ordem bipolar.
Essa ordem obrigava aos restante dos países a tomarem uma posição perante as potências, ou seja, eles tinham que decidir entre as dois modelos econômicos envolvidos, capitalismo e comunismo (socialismo). Após essa divisão o mundo era dominado por dois blocos econômicos, daí surgiu a expressão ordem mundial bipolar.
Comments
A ORDEM MUNDIAL BIPOLAR
A ordem internacional bipolar durou cerca de 45 anos, desde o final da Segunda Guelra Mundial até por volta de 1989-91. (Podemos tomar o ano de 1989 como marco se enfatizarmos as mudanças no Leste europeu e particularmente a queda do Muro de Berlim, uma espécie de símbolo da "cortina de ferro" que separava as duas Europas e os dois "blocos", o capitalista e o socialista. E podemos tomar 1991 como marco se considerarmos que no final desse ano houve a dissolução da URSS, a grande potência que dava coesão, além de servir de exemplo ou modelo, para os demais países do mundo socialista.) Essa ordem bipolar tinha como traço marcante e essencial a forte oposição entre o Leste e o Oeste, isto - é, entre o "socialismo real" e o capitalismo, considerados dois modelos societários alternativos e até antagônicos. Duas superpotências, com enorme poderio econômico e principalmente político-militar, comandavam cada um desses campos ou "blocos": os Estados Unidos, no mundo ocidental ou capitalista, e a União Soviética, no mundo dito socialista ou comunista.
O chamado mundo socialista iniciou-se em 1917, com a Revolução Russa, quando pela primeira vez desde que o capitalismo tornou-se dominante no planeta surgiu uma nova forma de organização social alternativa a ele. Depois que a Rússia, em 1922, anexou novos territórios e passou a se denominar União Soviética, durante quase oito décadas, isto é, grande parte do nosso século - exatamente aquele período que alguns historiadores chamam de "o século XX curto (de 1914-17 até 1989-91)" -, seguiu-se uma expansão do socialismo real por diversos países do mundo e uma correspondente retração do espaço capitalista. E o capitalismo, como veremos, reagiu a isso, procurando de várias maneiras combater a chamada "ameaça comunista".
A Segunda guerra Mundial, encerrada em 1945, trouxe importantes alterações no equilíbrio entre as grandes potências. As potências européias, especialmente a Inglaterra, que dominavam o globo desde os séculos anteriores até os primórdios da XX, estavam arrasadas com o final da guerra. Havia ainda os seus impérios coloniais, mas estes logo se desmancharam, principalmente nos anos 50. Os Estados Unidos emergiram então como a nova potência capitalista hegemônica, com investimentos e interesses comerciais em todos os continentes.
As empresas multinacionais norte-americanas logo se espalharam por todo o imenso mundo capitalista ou de economias de mercado, inclusive para as áreas periféricas (que, em grande parte, em especial na África e na Ásia, deixavam então de ser colônias para se tornarem economias subdesenvolvidas; no caso da América Latina, cujas independências remontam ao século XIX, já havia antes da guerra uma crescente influência dos EUA, que rivalizava com a presença britânica). O "modelo de vida norte-americano", com seus filmes à Hollywood, com a Coca-Cola e o fast- com os jeans, com o automóvel como grande símbolo de individualismo e de status social, etc., acabou se tornando a realidade, ou pelo menos a aspiração, de todos os povos do chamado mundo ocidental ou capitalista.
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO
O capitalismo, como sistema econômico e social, passou a ser dominante no mundo ocidental a partir do século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: foi mais rápida na porção ocidental da Europa e muito mais lenta na porção central e na oriental. O Reino Unido foi, por várias razões o país no qual a transição foi mais acelerada.
O capitalismo evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que novas dificuldades surgiam. O sistema capitalista sempre apresentou ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica devido ao seu profundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução histórica foi muito lenta, particularmente na Europa Ocidental e na América Anglo-saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de produção.
Didaticamente, considerando seu processo de desenvolvimento costuma-se dividir o capitalismo em três fases.
CARACTERÍSTICAS DO CAPITALISMO
Apesar dês profundas diferenças existentes entre os países capitalistas, algumas características básicas são comuns a todos eles, pois fazem parte do molde do sistema capitalista:
• Estrutura de propriedade - predomina a propriedade privada, pois a maioria dos meios necessários para a produção, tais como fábricas, terras, máquinas, usinas, portos, ferrovias, minas, c pertence a agentes econômicos privados. No entanto, em muitos países, o Estado também é dono de muitos meios de produção. Atua como capitalista através- de empresas estatais, principalmente em setores básicos e de infra-estrutura.
Objetivo - os agentes econômicos, privados ou estatais, buscam incessantemente a reprodução do capital, ou seja, a constante obtenção de lucros. A diferença fundamental é que uma
Uma ordem na qual só existiam dois pólos antagônicos de poder : o pólo do países de regime capitalista (liderados pelo EUA) e o pólo dos paises socialistas (liderados pela extinta URSS).
Os demais países tinha que se alinhar com uma das duas potências. O que deu origem à Guerra Fria.
O bloco capitalista fez um acordo militar de cooperação contra um possível ataque do bloco socialista : ficou conhecido como OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em resposta, o bloco soviético estabeleceu o Pacto de Varsóvia, com o mesmo objetivo.
Com o fim da segunda guerra mundial iniciou-se uma disputa entre as duas super-potências vencedoras, União Soviética ( socialista ) e Estados Unidos ( capitalista ).Iniciou-se então a guerra-fria, período da história que seguia essa ordem bipolar.
Essa ordem obrigava aos restante dos países a tomarem uma posição perante as potências, ou seja, eles tinham que decidir entre as dois modelos econômicos envolvidos, capitalismo e comunismo (socialismo). Após essa divisão o mundo era dominado por dois blocos econômicos, daí surgiu a expressão ordem mundial bipolar.
Era a divisão do poderio entre as 2 grandes superpotencias: Estados Unidos e União Soviética.