eu queria uma poesia sobre os negros?

preciso de uma poesia sobre os negros de como eles vivem de qual era o castigo deles e racismo

Comments

  • Novo Rumo

    Lino Guedes

    Negro preto cor da noite,

    Nunca te esqueças do açoite

    que cruciou tua raça.

    Em nome dela somente

    faze com que nossa gente

    um dia gente se faça!

    Negro preto, negro preto

    sê tu um homem direito

    como um cordel posto a prumo!

    É só do teu proceder

    que por certo há de nascer

    a estrela do novo rumo!

    E há o poema "Quem disse?", de Oliveira Silveira:

    Quem disse já não sermos

    aqui burros cargueiros?

    Em pastos brasileiros

    ser negro e proprietário

    é fardo na garupa.

    Ser negro e proletário

    é levar carga dupla.

    Desse mesmo poeta, há versos que associam valorização e questionamento:

    ALTAS FILOSOFIAS

    O negro pensa:

    por que o pensador de Rodin

    é branco em vez de preto?

    O negro pensa.

    O negro pensa

    por participações ou por conceitos?

    O negro pensa.

    O questionar associado à cobrança aparece, por exemplo, em "Viu", de Geni Mariano Guimarães:

    [...]

    Só porque você

    não me bate de chicote,

    não me fura de faca,

    não me espeta o ventre...

    não quer dizer que você não me deve nada:

    você me deve a chave da senzala,

    que está escondida nas gavetas dos balcões.

    A consciência da necessidade de afirmação está, entre outros, no texto de Cúti:

    FERRO

    Primeiro o ferro marca

    a violência nas costas

    depois o ferro alisa

    a vergonha nos cabelos

    Na verdade o que se precisa

    é jogar o ferro fora

    e quebrar todos os elos

    dessa corrente de desesperos.

    A revolta acentua-se em versos como os de José Carlos Limeira:

    Quilombos

    meus sonhos

    sofro de uma insônia eterna

    de viver vocês.

    E se um distinto senhor me disser

    para não pensar nessas coisas

    terei que matá-lo

    com certo prazer.

    A violência ameniza-se na direção do desejo de integração, no texto de Paulo Colina, "Pequena balada insurgente", de que transcrevo passagem significativa:

    Não há rancor nem ódio:

    há esse clamor surdo

    que rebenta em meu coração

    face a tantas bocas subterrâneas,

    face a tanto cuidar de telenovelas, samba e futebol.

    Até quando nossos filhos

    poderão continuar a soltar pipas,

    a rolar juntos,

    na terra, no cimento,

    na grama, na lama, brincando de serem irmãos?

    O orgulho de pertencer à etnia transparece vigoroso nas palavras de "Integridade", de Geni Mariano Guimarães:

    Ser negra.

    Na integridade

    calma e morna dos dias.

    Ser negra,

    De negras mãos,

    De negras mamas,

    de negra alma.

    Ser negra, negra.

    Puro Afro sangue negro,

    Saindo aos jorros por todos os poros.

    O grande inimigo é identificado por Éle Semog:

    Juntaremos tantos grilhões

    Quanto for possível

    E mais quatrocentas misérias

    Então trocaremos tudo por flores

    Para enfeitar o enterro

    Dessa coisa estranha: racismo.

  • vida de negro é difícil, é difícil com o quê......

  • Navio Negreiro

Sign In or Register to comment.