A transferência da sede do governo português para o Brasil, fato inédito na história das colonizações européias, em que os governos metropolitanos mantinham distância do território colonial, trouxe inúmeras transformações na cultura e nas estruturas econômicas e políticas do Brasil.
Para obter os recursos financeiros necessários à implantação de um centro administrativo, foi preciso tomar uma série de medidas que eliminaram as regras impostas pelo pacto colonial à produção e ao comércio de mercadorias. No arriar das malas, o regente Dom João (que só assumiria o reinado como D João VI em 1818, após a morte da rainha Dona Maria I) decretou a abertura dos portos às nações não aliadas da França fixando tarifas de importação em 24% para os produtos estrangeiros e em 16% para os portugueses. Esta alteração representava o rompimento do monopólio comercial entre a colônia e a metrópole. Dona Maria I revogou a proibição anterior de instalação de fábricas e manufaturas na região, o que abriu espaço para o florescimento das práticas industriais no território.
No intuito de recriar o modelo de organização administrativa da metrópole, inúmeros cargos foram criados, além de diversos órgãos, muitos dos quais prevalecem até os dias atuais. Criou-se o Banco do Brasil, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, etc. Inúmeras fábricas foram implantadas, o que, no entanto não garantiu o seu fortalecimento, pois faltavam incentivos financeiros.
Uma das principais conseqüências de todo este processo foi a exposição da economia brasileira ao domínio britânico. Acordos como o Tratado de Comércio e Navegação (1810), que estabelecia a cobrança de taxa de 15% na importação de mercadorias inglesas (taxa inferior à cobrada sobre os produtos portugueses), e medidas como a limitação ao tráfico de escravos favoreciam claramente a dominação inglesa.
A dinâmica da vida urbana e cultural da colônia foi radicalmente transformada. Foram implantadas escolas de medicina, a Impressão Régia, origem da imprensa oficial do Brasil, que veiculava as impressões do governo, a Biblioteca Real, O Jardim Botânico, além de museus, teatros e escolas, que promoveram o desenvolvimento de estudos científicos sobre a região. Para o desenvolvimento das artes, o governo português convidou um grupo de artistas, arquitetos e professores franceses, que viriam a influenciar o ambiente cultural brasileiro com a introdução do neoclassicismo nas artes plásticas em substituição ao Barroco.
Os treze anos que a Corte portuguesa permaneceu no Brasil implicaram profundas mudanças, pois ocorreu uma aceleração no câmbio dos elementos culturais da Europa para a colônia. A compreensão deste fenômeno é essencial ao entendimento da formação da identidade nacional, já que interferiu decisivamente na composição do nosso amálgama cultural junto com os elementos das culturas africanas e indígenas.
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Resumidamente:
A transferência da sede do governo português para o Brasil, fato inédito na história das colonizações européias, em que os governos metropolitanos mantinham distância do território colonial, trouxe inúmeras transformações na cultura e nas estruturas econômicas e políticas do Brasil.
Para obter os recursos financeiros necessários à implantação de um centro administrativo, foi preciso tomar uma série de medidas que eliminaram as regras impostas pelo pacto colonial à produção e ao comércio de mercadorias. No arriar das malas, o regente Dom João (que só assumiria o reinado como D João VI em 1818, após a morte da rainha Dona Maria I) decretou a abertura dos portos às nações não aliadas da França fixando tarifas de importação em 24% para os produtos estrangeiros e em 16% para os portugueses. Esta alteração representava o rompimento do monopólio comercial entre a colônia e a metrópole. Dona Maria I revogou a proibição anterior de instalação de fábricas e manufaturas na região, o que abriu espaço para o florescimento das práticas industriais no território.
No intuito de recriar o modelo de organização administrativa da metrópole, inúmeros cargos foram criados, além de diversos órgãos, muitos dos quais prevalecem até os dias atuais. Criou-se o Banco do Brasil, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, etc. Inúmeras fábricas foram implantadas, o que, no entanto não garantiu o seu fortalecimento, pois faltavam incentivos financeiros.
Uma das principais conseqüências de todo este processo foi a exposição da economia brasileira ao domínio britânico. Acordos como o Tratado de Comércio e Navegação (1810), que estabelecia a cobrança de taxa de 15% na importação de mercadorias inglesas (taxa inferior à cobrada sobre os produtos portugueses), e medidas como a limitação ao tráfico de escravos favoreciam claramente a dominação inglesa.
A dinâmica da vida urbana e cultural da colônia foi radicalmente transformada. Foram implantadas escolas de medicina, a Impressão Régia, origem da imprensa oficial do Brasil, que veiculava as impressões do governo, a Biblioteca Real, O Jardim Botânico, além de museus, teatros e escolas, que promoveram o desenvolvimento de estudos científicos sobre a região. Para o desenvolvimento das artes, o governo português convidou um grupo de artistas, arquitetos e professores franceses, que viriam a influenciar o ambiente cultural brasileiro com a introdução do neoclassicismo nas artes plásticas em substituição ao Barroco.
Os treze anos que a Corte portuguesa permaneceu no Brasil implicaram profundas mudanças, pois ocorreu uma aceleração no câmbio dos elementos culturais da Europa para a colônia. A compreensão deste fenômeno é essencial ao entendimento da formação da identidade nacional, já que interferiu decisivamente na composição do nosso amálgama cultural junto com os elementos das culturas africanas e indígenas.
Abraços.
Boa noite.
lolah!
Este assunto é muito extenso, dê uma lida neste link, bjus e BN
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transfer%C3%83%C2%AAn...
O Brasil viu-se subitamente sede do Reino Unido Portugal Brasil e Algarve e o primeiro decreto real foi o da abertura dos portos às nações amigas.
Isto logicamente colocou o Brasil em dia com o mundo da época, anteriormente ligado exclusivamente à Portugal, com dezenas e dezenas de novos empreendimentos estrangeiros e, consequentemente com desenvolvimento urbano e sócio-cultural.
Exemplos: construção de palácios, fábricas, estaleiros, lojas comerciais, entrepostos de atacado,.instituição do Banco do Brasil.
Desde a chegada da famÃlia real tudo sempre foi feito e continua sendo feito para privilegiar uma elite e massacrar cada vez mais o povo.