O primeiro fruto da associação de Marx e Engels foi o texto A Sagrada Família, e logo depois a Ideologia Alemã, sendo neste segundo texto que aparece a primeira formulação geral das bases do materialismo histórico ou científico. O próprio Marx afirma que foi a análise da filosofia do Estado de Hegel que o levou a tirar a conclusão de que “as relações legais, tal como as formas de Estado, têm de ser estudadas não por si próprias, ou em função de uma suposta evolução geral do espírito humano, mas antes como radicando em determinadas condições materiais da vida”.
A concepção do Materialismo Histórico, exposta em a Ideologia Alemã difere-se do Materialismo de Feuerbach. Para Marx, a história é um processo de criação, satisfação, e recriação contínuas das necessidades humanas e é isso o que distingue o homem dos animais, cujas necessidades são fixas e imutáveis. Quando pretendemos estudar a evolução da sociedade humana, temos de partir do exame empírico dos processos concretos da vida social da existência humana. Os seres humanos não devem ser considerados num isolamento, mas num processo de evolução real, a que estão submetidos em determinadas condições.
Desde o momento em que este processo passa a ser descrito, a história deixa de ser uma coleção de fatos mortos ou uma atividade inventada de sujeitos inventados. Quando se descreve uma realidade, a filosofia como ramo independente do conhecimento deixa de existir. Separadas da história, essas abstrações não têm qualquer valor. Servem apenas para facilitar o ordenamento histórico, não fornecendo, porém, um esquema de interpretação das épocas da história.
Cada um dos vários tipos de sociedade identificados por Marx caracteriza-se por uma dinâmica interna de evolução própria. Mas essas características só podem ser identificadas e definidas mediante uma análise Ex post facto. Atribuir finalidade à história não passa de uma distorção teleológica, que transforma a história recente na finalidade da historia mais antiga. A tipologia da sociedade estabelecida por Marx baseia-se no reconhecimento de uma diferenciação progressiva da divisão do trabalho.
Em outras palavras, o que Marx explicitou foi que, embora possamos tentar compreender e definir o ser humano pela consciência, pela linguagem e pela religião, o que realmente o caracteriza é a forma pela qual reproduz suas condições de existência. Fundamental, portanto, é análise das condições materiais da existência numa dada sociedade.
No século XIX, houve a efetivação da sociedade burguesa e a implantação do capitalismo industrial, que trouxe a implantação de um novo modelo de sociedade, que desde o seu surgimento já é criticada pelas suas contradições internas e principalmente pelas desigualdades sociais que traz consigo
Na linha destas críticas e do estudo da sociedade capitalista destacam-se dois pensadores: Karl Marx e Friedrich Engels. Ambos elaboram uma nova concepção filosófica do mundo, o “materialismo histórico e dialético”, e ao fazerem a crítica da sociedade em que vivem, apresentam propostas para sua transformação: o socialismo científico. Seu método de explicação da sociedade, aplicado à história é o “materialismo histórico e dialético”.O que afirma a Dialética?
A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A dialética não é só pensamento: é pensamento e realidade a um só tempo. Mas, a matéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: a realidade é contraditória com o pensamento dialético. A contradição dialética não é apenas contradição externa, mas unidade das contradições, identidade: "a dialética é ciência que mostra como as contradições podem ser concretamente idênticas, como passam uma na outra, mostrando também porque a razão não deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta." (Henri Lefebvre, Lógica formal/ Lógica dialética, trad. Carlos N. Coutinho, 1979, p. 192). Os momentos contraditórios são situados na história com sua parcela de verdade, mas também de erro; não se misturam, mas o conteúdo, considerado como unilateral é recaptado e elevado a nível superior. A dinâmica TESE+ANTITESE=SÍNTESE expressa a contundência deste ensinamento, afirmando que tudo é fruto da luta de idéias e forças, que na sua oposição geram a realidade concreta, que uma vez sendo síntese da disputa, torna-se novamente tese, que já carrega consigo o seu oposto a antítese, que numa nova luta de um ciclo infinito gerará o novo. A nova síntese.
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O primeiro fruto da associação de Marx e Engels foi o texto A Sagrada Família, e logo depois a Ideologia Alemã, sendo neste segundo texto que aparece a primeira formulação geral das bases do materialismo histórico ou científico. O próprio Marx afirma que foi a análise da filosofia do Estado de Hegel que o levou a tirar a conclusão de que “as relações legais, tal como as formas de Estado, têm de ser estudadas não por si próprias, ou em função de uma suposta evolução geral do espírito humano, mas antes como radicando em determinadas condições materiais da vida”.
A concepção do Materialismo Histórico, exposta em a Ideologia Alemã difere-se do Materialismo de Feuerbach. Para Marx, a história é um processo de criação, satisfação, e recriação contínuas das necessidades humanas e é isso o que distingue o homem dos animais, cujas necessidades são fixas e imutáveis. Quando pretendemos estudar a evolução da sociedade humana, temos de partir do exame empírico dos processos concretos da vida social da existência humana. Os seres humanos não devem ser considerados num isolamento, mas num processo de evolução real, a que estão submetidos em determinadas condições.
Desde o momento em que este processo passa a ser descrito, a história deixa de ser uma coleção de fatos mortos ou uma atividade inventada de sujeitos inventados. Quando se descreve uma realidade, a filosofia como ramo independente do conhecimento deixa de existir. Separadas da história, essas abstrações não têm qualquer valor. Servem apenas para facilitar o ordenamento histórico, não fornecendo, porém, um esquema de interpretação das épocas da história.
Cada um dos vários tipos de sociedade identificados por Marx caracteriza-se por uma dinâmica interna de evolução própria. Mas essas características só podem ser identificadas e definidas mediante uma análise Ex post facto. Atribuir finalidade à história não passa de uma distorção teleológica, que transforma a história recente na finalidade da historia mais antiga. A tipologia da sociedade estabelecida por Marx baseia-se no reconhecimento de uma diferenciação progressiva da divisão do trabalho.
Em outras palavras, o que Marx explicitou foi que, embora possamos tentar compreender e definir o ser humano pela consciência, pela linguagem e pela religião, o que realmente o caracteriza é a forma pela qual reproduz suas condições de existência. Fundamental, portanto, é análise das condições materiais da existência numa dada sociedade.
No século XIX, houve a efetivação da sociedade burguesa e a implantação do capitalismo industrial, que trouxe a implantação de um novo modelo de sociedade, que desde o seu surgimento já é criticada pelas suas contradições internas e principalmente pelas desigualdades sociais que traz consigo
Na linha destas críticas e do estudo da sociedade capitalista destacam-se dois pensadores: Karl Marx e Friedrich Engels. Ambos elaboram uma nova concepção filosófica do mundo, o “materialismo histórico e dialético”, e ao fazerem a crítica da sociedade em que vivem, apresentam propostas para sua transformação: o socialismo científico. Seu método de explicação da sociedade, aplicado à história é o “materialismo histórico e dialético”.O que afirma a Dialética?
A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A dialética não é só pensamento: é pensamento e realidade a um só tempo. Mas, a matéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: a realidade é contraditória com o pensamento dialético. A contradição dialética não é apenas contradição externa, mas unidade das contradições, identidade: "a dialética é ciência que mostra como as contradições podem ser concretamente idênticas, como passam uma na outra, mostrando também porque a razão não deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta." (Henri Lefebvre, Lógica formal/ Lógica dialética, trad. Carlos N. Coutinho, 1979, p. 192). Os momentos contraditórios são situados na história com sua parcela de verdade, mas também de erro; não se misturam, mas o conteúdo, considerado como unilateral é recaptado e elevado a nível superior. A dinâmica TESE+ANTITESE=SÍNTESE expressa a contundência deste ensinamento, afirmando que tudo é fruto da luta de idéias e forças, que na sua oposição geram a realidade concreta, que uma vez sendo síntese da disputa, torna-se novamente tese, que já carrega consigo o seu oposto a antítese, que numa nova luta de um ciclo infinito gerará o novo. A nova síntese.
Pena que não dão Thomas Maltus, Adam Smith ou Keynes como lição de casa, só essa porcaria socialista que só matou gente no curso da história.