O cordel é um tipo de literatura, geralmente, escrita em versos rimados que circula, principalmente no Nordeste brasileiro, desde o século XIX, apresentando duas formas de expressão artística: a poesia e a xilogravura, principal forma de ilustração das capas dos folhetos.
No caso do folheto de cordel, por exemplo, embora não pertença aos gêneros tradicionais onde se veiculam discursos políticos, verifica-se que esse tipo de “mídia” possui uma aceitação maior em Juazeiro do Norte pelos seus leitores potenciais, do que, por exemplo, panfletos ou outro gênero mais tradicionalmente “político”.
Houve uma eleição, que foi um marco na história de Juazeiro, pelos elementos sócio-históricos e do imaginário coletivo que mobilizou. Havia quatro coligações, no entanto, a disputa eleitoral foi polarizada entre duas de matizes ideológicas distintas: a frente encabeçada pelo PFL e a Frente de Esquerda PT/PSTU. O cordel foi a resposta do autor a uma fala da candidata do PT em que critica a administração do Centro de Cultura Mestre Noza, propondo transformá-lo numa cooperativa de artesãos.
É, pois, nessa perspectiva que, no intuito de desqualificar o discurso da candidata do PT, a imagem xilográfica constrói um anti-ethos, com base na ativação dos elementos presentes na memória do leitor, cujos mecanismos operam por meio de dois fios condutores de construção de subjetividade: o primeiro, por meio da ativação da memória discursiva do campo político da esquerda e o segundo através de um discurso sexista, pela construção de um anti-ethos concernente ao gênero da candidata, o que a desqualificaria para disputa político-eleitoral.
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O cordel é um tipo de literatura, geralmente, escrita em versos rimados que circula, principalmente no Nordeste brasileiro, desde o século XIX, apresentando duas formas de expressão artística: a poesia e a xilogravura, principal forma de ilustração das capas dos folhetos.
No caso do folheto de cordel, por exemplo, embora não pertença aos gêneros tradicionais onde se veiculam discursos políticos, verifica-se que esse tipo de “mídia” possui uma aceitação maior em Juazeiro do Norte pelos seus leitores potenciais, do que, por exemplo, panfletos ou outro gênero mais tradicionalmente “político”.
Houve uma eleição, que foi um marco na história de Juazeiro, pelos elementos sócio-históricos e do imaginário coletivo que mobilizou. Havia quatro coligações, no entanto, a disputa eleitoral foi polarizada entre duas de matizes ideológicas distintas: a frente encabeçada pelo PFL e a Frente de Esquerda PT/PSTU. O cordel foi a resposta do autor a uma fala da candidata do PT em que critica a administração do Centro de Cultura Mestre Noza, propondo transformá-lo numa cooperativa de artesãos.
É, pois, nessa perspectiva que, no intuito de desqualificar o discurso da candidata do PT, a imagem xilográfica constrói um anti-ethos, com base na ativação dos elementos presentes na memória do leitor, cujos mecanismos operam por meio de dois fios condutores de construção de subjetividade: o primeiro, por meio da ativação da memória discursiva do campo político da esquerda e o segundo através de um discurso sexista, pela construção de um anti-ethos concernente ao gênero da candidata, o que a desqualificaria para disputa político-eleitoral.