Pré - conceito...origens?

qual a origem dos preconceitos?

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  • PRECONCEITO

    (Fr.Francisco van der Poel ofm, 2005)

    Forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência. Estas atitudes vem acompanhadas por teorias justificativas. O racismo e o etnocentrismo defendem e praticam a superioridade de povos e raças.

    Alguns preconceitos étnicos: “Todo cigano é ladrão.” "O judeu é perverso": v. Anti-semitismo. "Os índios em geral são improdutivos e preguiçosos"; "Todo negro é adepto de feitiçaria". Outros preconceitos: a mulher no volante e o velho vagaroso são ridicularizados e acabam excluídos. Há patrões que defendem: "A todo operário falta a inteligência”. O pobre que "nada tem" (não contribui financeiramente, não compra, não paga imposto) e "nada sabe", é marginalizado na sociedade. Não vendo a sua participação valorizada, ausenta-se. Em seguida, os pobres são acusados de apatia, preguiça, ingenuidade e de fuga nas festas. Finalmente lembramos aqui os preconceitos moralistas contra o corpo nu, contra a dança, a umbigada. E o preconceito contra a magia.

    O preconceito pode ser motivado pelo medo. Falta a coragem de ir conhecer um terreiro do candomblé, de visitar um doente com aids. O medo da lepra tem uma história milenar.

    Há uma espécie de preconceito espontâneo em relação a tudo que é diferente ou desconhecido. É preciso "des-preconceituar", na igreja oficial, a maneira de ver a religião do povo, mesmo aquilo que pareça estranho ou esquisito ao "modus vivendi" oficial. Na igreja oficial, ainda encontramos cientistas, padres e outros que impõem seu modo de pensar e sentir como norma a todos. Riem dos “outros” ou ficam com dó. E isso atrapalha o processo da inculturação. É preciso entender a manifestação religiosa popular em sua gênese, em suas razões, em seus mecanismos de resistência. A religiosidade popular é a vida e a religião dos pobres e não pode ser reduzida à raridade, ao pitoresco, ao curioso, ao folclórico.

    Em 1953, num festival internacional de folclore, em Nice na França, o papa Pio XII advertiu os presentes quanto ao perturbado conceito do folclore considerado por muitos mera sobrevivência dos tempos passados, “digna sem dúvida de ser posta em evidência em ocasiões excepcionais, mas sem grande interesse para a vida de hoje. (...) O fato de esta idéia se encontrar bastante espalhada denuncia uma das mais lamentáveis conseqüências do século presente”.[1]

    A ciência teológica ainda não dispõe de uma linguagem conceitual capaz de abordar, com segurança e sem preconceito, assuntos como: os antepassados e as almas, as simpatias, o transe, a adivinhação, a tradição oral, a revelação divina nas matas ou nas águas, a folia, a dança ritual, as promessas e os ex-votos, a experiência religiosa do negro e do índio, a lavagem do Bonfim.

    Há os que entendem a religiosidade popular como "a religião dos que só entram na igreja carregados: no batismo, na primeira comunhão, no casamento e no enterro". Outros afirmam: "O povo tem religiosidade, mas não tem uma fé comprometida". Há quem diga: "A religiosidade popular é uma religião cega que não tem nada de bom para dar ao povo a não ser superstições". Outro preconceito seríssimo ouvido na semana santa: “O povo tem fé no Senhor Morto e não acredita na ressurreição”. Além disso, a religiosidade popular seria “milagreiro”, “pietista”, “conformista”, "individualista".

    É um erro achar que a religiosidade, o folclore e toda a cultura popular não devem mudar e que precisam ser protegidas e conservadas em seu estado original e puro. Pensando bem, a cultura do pobre é sua vida. A cultura e a religiosidade popular são dinâmicas e mudam constantemente. O protagonista da mudança é o próprio povo livre, consciente e resistente.

  • Preconceito é um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial e sexual.

    De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada estereótipo, exemplo: "todos os alemães são prepotentes", "todos os americanos são arrogantes", "todos os ingleses são frios", "todos os baianos são preguiçosos", "todos os paulistas são metidos", etc.

    Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro.

    Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio. Agora podemos perceber porque há tanta dificuldade de combatê-lo. Ou, nas palavras do filósofo italiano, "precisamente por não ser corrigível pelo raciocínio ou por ser menos facilmente corrigível, o preconceito é um erro mais tenaz e socialmente perigoso".[1] Importante ressaltar, porém, que, como, sua classificação, nos dias atuais, como um erro que não comporta ou comportaria justificativas acaba dando origem a um novo e verdadeiro preconceito, desta vez, dirigido a todo os que são acusados de preconceituosos, como uma forma de lhes não dar direito de defesa e perpetrar, então, pretexto de combatê-lo um verdadeiro e muito mais malicioso preconceito. Necessário também salientar, que há uma diferença substancial entre ter opinião ou formular um "conceito " (e não "pré-conceito") sobre qualquer assunto e o preconceito, em si. Eu posso, por exemplo, simplesmente "preferir" negros a brancos (embora não abjete os últimos) sem que com isso esteja sendo "preconceituoso". O conceito, também, pode ser formulado com base em experiência reais e não apenas em opiniões.

  • A origem é a ignorância das pessoas.

    Caso você esteja a referir-se a palavra em si "preconceito" significa "ideia pré-concebida sem razão para tal".

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