"A Menina e o Pássaro Encantado"...♥ !?

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...

Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.

Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.

"- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...".

E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.

"... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes."

E de novo começavam as estórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.

Mas chegava sempre uma hora de tristeza.

"- Tenho que ir", ele dizia.

"- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....".

"- Eu também terei saudades", dizia o pássaro.

- Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar."

Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite. Imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.

"- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".

Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.

Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu.

Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.

Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.

"- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias... Sem a saudade, o amor irá embora..."

A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.

Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.

E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...

Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola.

"- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".

"- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...".

E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.

"- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...".

E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...

"- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje..."

Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.

Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...

E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento:

"- Quem sabe ele voltará amanhã..."

E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro...

(desconheço a autoria)

Tenham uma LINDA tarde, meus Amores !!!

♥ஜ♥

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(¸.•* (¸.•* (¸.•*¨*>>>>>> Beijinhღs carinhღsღ s nღ cღraçãღ

ღ ¸.•*``ღ ¸.•*``ღ ¸.•*``♥ஜ♥♥ Cygana ♥♥ஜ♥¸.•*``ღ ¸.•*``ღ ¸.•*``ღ

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Update:

AUTOR : RUBEM ALVES

Comments

  • Não é só aquele pássaro que é encantado,você também!

    Que sempre trás algo de belo para nosso dia.

    Beijos minha cara Cygana Encantada

  • Olá Cyganinha querida!!!

    Essa é o tipo de história que a gente começa a ler e não querer para mais!!!

    Eu adoro pássaros, eles sempr me encantam, mais não consigo coloca-los em gaiola, dá muita pena aprisionar o bichinho que nasceu para ser livre!!!

    A meninina até tentou colocar ele na gaiola, mais viu que ele perdeu o encanto, assim deveria fazer os homens com os passaros, se quer ter pássaros plante árvores que eles vem habitar!!!

    Belissímo texto, emocionante!!!

    A menina e o pássaro é como vc querida, encantada!!!

    Uma linda noite para vc querida!!!

    Beijos!!!

  • há horas que rodeio,rodeio e nada de achar uma resposta que acrescentasse algo a mais do que postou.então só um comenta rio.Liberdade.beijinhos

  • Obrigado Cyganinha, sem comentários, não precisa.

    Um beijo, boa semana

    Paz e bem, sempre!

  • RAPOSA GON (GONGITSUNE)

    Era uma vez uma raposa que morava sozinha numa floresta. Ela chamava-se Gon, era simpática, mas travessa. Todas as manhãs e todas as noites, ia à vila e fazia algumas travessuras.

    Num Outono, depois de ter chovido durante alguns dias, ela foi ao rio. A água do rio tinha subido. Um homem que se chamava Heiju, estava a pescar enguias com uma rede. Isto era para a sua mãe que estava doente. A Gon não sabia isso e deixou fugir todos os peixes que ele tinha pescado.

    Passaram 10 dias, e a Gon ouviu o tocar do sino para um funeral na vila. Ela foi à vila e viu o funeral da mãe do Heiju e, quando viu o Heiju tristonho, ela lembrou-se da sua mãe que já tinha morrido.

    - Por causa de mim, o Heiju não pôde dar as enguias à mãe - arrependeu-se a Gon.

    Então a Gon roubou uma sardinha a um peixeiro, e pô-la em casa do Heiju. No dia seguinte, apanhou umas castanhas e pô-las lá em casa.

    O Heiju achava estranho que todos os dias aparecesse qualquer coisa lá em casa. Um amigo dele disse-lhe que era Deus que lhe dava prendas. A Gon continuou a dar-lhas.

    Um dia, quando a Gon entrou em casa, o Heiju encontrou-a. Como sabia que a raposa tinha deixado fugir os peixes, achou que ela tinha vindo para fazer travessuras.

    -É a Gon, a raposa má. Vens para fazer mal uma vez mais!?

    O Heiju não sabia que era a Gon que lhe tinha dado as prendas, e apontou a espingarda para ela.

    - BANG!!

    O som do tiro ecoou e o corpo da Gon voou.

    Então, as castanhas que ela tinha em seu poder, dispersaram-se.

    - Gon, então eras tu quem fazia isto!

    O Heiju ficou surpreendido e abraçou-a. A Gon fechou os olhos e assentiu devagar com a cabeça no braço do Heiju.

    O fumo azul ainda estava a fumegar da espingarda.....

    Autor: Nankichi Niimi

    Bjsssssssssss

  • Mensagem linda!!! Até me emocionei.

    Pensei em coisas muito bonitas enquanto lia...

    Muitíssimo obrigada pelo presente!

    Boa noite! Bjnhos.

  • O amor verdadeiro é o sair-se de si !

    Ama-se o belo , o bom o inebriante sem ser dono , pois a recompensa da alegria do amor é o êxtase do sentir e não do possuir .

    È como aquela velha história do Guerra Junqueira :

    O Sapateiro e o Rei .

    O Rei passeando um dia a beira de um rio ,ouviu um canto triste de um sapateiro , que falava de sua pobreza e miséria...

    Chegando ao Castelo, resolveu presentea-lo com um bolo recheado de ouro. Recebendo aquele lindo presente o pobre homem lembrou de seu vizinho que sempre o ajudava e nunca podia retribuí-lo...

    não pensou duas vezes e levou o bolo para o amigo , que depois disto nunca mais foi visto !

    O Rei , depois de uns dias voltou para observar alguma transformação !

    Qual não foi sua decepção e surprêza...! ... estava lá o sapateiro com aquela mesma agonia ...

    Chegando de novo ao castelo mandou buscar o sapateiro , que contou sua história e muito comoveu o velho Rei .

    Despediu o Sapateiro mas antes lhe deu um saco cheio de valores que o tornariam muito rico . Agradecido e muito contente saiu que não cabia em si...mas , mal deu uns passos caiu duro e sem vida !

    Todo mundo sem saber o que acontecia...!.. alguém mais curioso , viu sua mão fechada onde despontava uma tira de um bilhête :

    Leram em voz alta ..." Eu o pobre criei / tu rico o fazeres queres /dá-lhe a vida se puderes/ ..."

  • Ciganinha minha linda,eita saudade que rasga meu peito,quem sabe tb tenho um passarinho que estou a espera,tomara que ele volte.bjssssss,ótima semana pra vc.

  • ASSIM É O AMOR: NÃO SE PODE APRISIONAR... temos que sentir apenas e alimenta-lo. Mas se o prendermos, será um amor doente.

  • Que avatar lindo, CYG!

    O pássaro que vivia de saudade!

    A história é linda!

    "Quantas pessoas vivem assim,das saudades, dos tempos que já foram.

    Conheci uma senhora num asilo. Era contadora de histórias. Contava suas verdades sonhadas ou realizadas todas as tardes,aos amigos que a ouviam de olhos e ouvidos atentos, boquiabertos.

    Nunca se soube quem era na realidade aquela mulher 86 anos, modos estilosos, linguajar resbuscado, maneirismos educados.

    Havia sido deixada la com uma polpuda soma de dinheiro, dada por seu filho, que não a via por muitos anos.

    Sua postagem, lembrou-me essa senhora.

    Ela? Vivia de sonhos e de repassar suas fantasias ou não.

    Era feliz, à sua maneira.

    Um dia, um derrame e ela se calou. Foi logo embora, para seu *Mundo

    de Ilusão*. Deixou um grande vazio. Seu nome? Risoleta."

    LUZ!

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