Almir Sater, quem faria igual?

Eu achei a atitude dele estranha. Ir morar numa fazenda! Um cara que é músico. Poderia ter uma vida urbana cheia de facilidades e cercada das "coisas" que a vida urbana pode proporcionar.

Mas não! Ele foi para fazenda. Lá no fim do mundo. Com sua esposa, foi viver meio do mato.

Isso já faz muito tempo, porém hoje eu começo a entender a decisão dele.

Essa vida na "cidade" é fútil demais. Arriscada demais. A pior solidão é a solidão no meio da multidão.

No campo voce é especial. Único. Útil e verdadeiro.

Na cidade é só mais um. Banal e sem graça.

Voce é artista? Piloto de formula 1? Filho de quem?

Na cidade voce não tem tempo. Voce tem pressa. Voce tem meta. Voce tem que trabalhar, voce tem que estudar, voce tem vender, tem que comprar, tem convencer. Voce se despede da sua família, e vai trabalhar. Sua filha nem sabe o que é trabalhar. Voce troca o diálogo com sua esposa e filhos para assistir domingão do Faustão.

Voce assiste o Datena com cara de brabo e voz eloquente enquanto rumina a desgraça alheia.

Voce se perde na internet por horas com algo tanto útil quanto o fato de plutão não ser um planeta.

Voce fica 20 anos na escola, e depois dizem que é pouco! Tem que fazer pós, mestrado, doutorado.

Tem usar roupas finas. Tem que ter calma no transito. Tem que pagar as taxas, multas, honorários. Vai ser enganado pelo médico, pelo dentista, pelo mecânico, pelo vendedor, pelo guarda. Vai votar por que é obrigado. Depois vai ver na televisaõ que são todos corruptos mas ninguém prova nada.

Vai ver que na internet que a pagina do Senhor Madruga tem mais visitas que do Ayrton Senna.

Sei lá!

A vida no campo obedece às leis da natureza. O dia começa com a luz, e termina com o fim dela. As plantas crescem num só ritmo,querendo você ou não. Tem que plantar na lua certa. Tem que regar.

Se voce conversa com alguem, voce tem horas para conversar. Voce pode ser especial com simples gestos.

No sertão voce pode ter até internet!

Comments

  • Olá Zé!

    Entendo o seu questionamento. Perfeito, como sempre.

    Sou pelo equilíbrio: nem o campo com seus atrativos, nem a cidade com sua loucura.

    Vivo, felizmente, “dentro de mim mesmo”: “eu” sou a minha casa e dentro dela sou feliz. “Eu” sou o meu lugar e dentro dela, quando sinto que a felicidade está se distanciando, me esforço e tenho-a de volta.

    Esta foi a forma encontrada por mim, e você, encontrará a sua.

    De todas as coisas que você citou, de todas as obrigações que você disse que nós, os urbanos, precisamos cumprir, tu poderia livrar-se de, pelo menos, 50%, a um custo, diria, considerável.

    Estaria o meu amigo, disposto a pagar o preço?

    Aí que mora a questão: o quanto você estaria disposto a pagar por uma vida que mais se assemelhasse aos seus conceitos, tão bem expressos em sua pergunta?

    Tenho toda a liberdade do mundo de meu Deus. Segunda feira, hoje, posso acordar às 9:00, 10:00, meio dia ou sequer sair da cama, em virtude de ser o meu próprio patrão. Em compensação, meu irmão já está aposentado com a bagatela de R$ 8 mil! E eu, se quiser me aposentar, só o conseguirei por IDADE, isto se começar a, imediatamente, pagar um carne ao INSS!

    O que prefere?

    A vida é feita de escolhas! Escolhi viver assim, sem patrão, sem horário. Poderia ser rico – confesso que já o fui, por um período – com alguma sorte, mas na sociedade não podem haver somente ricos, impossível.

    “Trocar o diálogo com a família para assistir Faustão” são escolhas pessoais. “Assistir ao Datena” é outra escolha pessoal, independente de se morar aqui ou acolá.

    E a “inutilidade da internet” é proporcional ao quanto você estaria disposto a receber as pessoas como amigos de fato, não somente como quadradinhos em sua página.

    Infeliz no trabalho? Pegue um dinheiro, compre uma caixa de chocolates e inicie um império, inteligência você tem, resta a saber se estaria disposto a andar à pé, sem talão de cheque, e com o dinheiro contado para as despesas de sua sobrevivência e dos seus.

    Muito romântico a vida no campo! Muito mesmo! Principalmente para os latifundiários, donos de extensas terras, maquinas, etc. Viver no campo, numa cultura de subsistência não é tarefa para qualquer um. Não estou dizendo com isto, que meu amigo deva ser pobre, como eu sou.

    Um sujeito, prá ser feliz, tem que viver em constante questionamento consigo mesmo, tem que fazer escolhas, tem que fazer opções por isto ou por aquilo outro. Cá estou, acabando de tomar um café e vou acender um cigarro ... Escolhas, ainda que erradas, fumar é prejudicial à saúde, estou tentando parar ... mas vou acender um cigarro, pois me dará prazer neste instante! Escolhas!

    Fui um rebelde, sempre. Por uns tempos, totalmente seu causa. Hoje, ao menos tenho uma. A sociedade não me diz o que fazer: eu faço, do meu jeito, ainda que quebre a cara. É meu direito, é minha obrigação tentar ser feliz.

    Chateado? Faça uma coisa prazerosa, ouvir uma música do seu gosto, um filme legal. Às vezes pego meus cds, algumas centenas, todos originais, abro “o gás” do meu velho Quasar 2300, minhas caixas acústicas com falantes de 15 polegadas, todas se desmanchando de velhas, e curto um dia inteiro com meus ídolos, Pink Floyd, Creedence, Neil Diamond, enfim, músicas de velho! (rs)

    Sempre tem algo que nos dê um alento, uma paz de espírito e a coragem de tocar a vida, sentir-se orgulhoso das realizações, cuidar bem dos filhos e até mesmo da esposa, ainda que esta nem sempre esteja merecendo nossa consideração!

    Uma boa semana, tudo de bom!

  • tipo, tem pessoas que no momento gostam mais da vida urbana e tals...como a menina aaali de cima...

    maaaaaaaaaaaas

    com o tempo essa vida cheia de deverees e cobranças que existe na cidade grande, vai enxendo a paciencia :(

    qdo esse povo da cidade grande trabalhar e ter seus 50 anos eles vão pensar diferente ;)

    VIDA NO CAMPO È LINDO ;D

    abraco :D

  • O Almir Satter é um músico de verdade, que toca viola de verdade não fica fazendo força pra cantar como se tivesse Kgando como fazem os Brunos & Marrones da vida ou os sertanejos gordos e barbudos do Cesar Menotti e Fabiano, que música ridicula... Almir Satter é um cara que na natureza, na fazenda dele faz músicas verdadeiras, pois a música dele expressa o sentimento do campo, é o contrário desses cantorzinhos de cornomusic com voz de galinha esganiçada ou de gralha que vai pra cidade e usa a musica apenas como fonte de enriquecimento e de fama...fazer o que né, o Brasil não sabe valorizar sua verdadeira música e é ingrato com quem tem a verdade na música.

  • o tarzã já havia me dito isso.

  • Ah eu acho legal quem curte uma vida assim, tem sua rasão e sua logica sim MAS EU, na minha opinião pessoal jamais conseguiria!!!!!

    Eu nasci em cidade grande, eu gosto da vida urbana, da vida noturna, gosto de barulho e de pessoas, morro de medo de sapo, lagartixa e cobra, n suporto musquito me picando a noite td.... então sei q certamente odiaria uma vida assim!!! meu negócio é a cidade, isso vai de cada um, é mt pessoal

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