Qual a importância do Niilismo para o Budismo?

Relacione a importância da negação (negar os desejos; negar a matéria ou o corpo físico, etc) como forma de se alcançar o Nirvana no Budismo. Nesse sentido seria o Budismo uma doutrina ou religião essencialmente niilista, que acredita no nada (Nirvana) como essência suprema?

Update:

A diferença entre a concepção de NADA do ocidente e o oriental está no fato de que no budismo o NADA é idealizado como um estado especial chamado NIRVANA.

Como diz Nietzsche: "ainda é preferível uma vontade de nada do que nada de vontade". Ou seja, a extinção do desejo, como prática de auto-disciplina do praticante do Budismo (monje budista), nada mais é do que uma inversão dos desejos que impulsionam à vida; através da ascese ele anulará o próprio corpo, chegando assim ao estado mais próximo de nirvana (vontade de nada).

Comments

  • 1º vamos estabelecer o que é niilismo segundo nosso dicionário para evitar falhas na comunicação.

    “Doutrina segundo a qual não existe nada de absoluto (inexistência de realidade substancial) nem possibilidade de conhecimento do real e que, por isso, se caracteriza por um pessimismo metafísico e por um cepticismo relativamente aos valores tradicionais (morais, teológicos, estéticos).”

    Vamos lá. No budismo NÃO existe a negação de uma realidade absoluta como no niilismo. Pelo contrário, o Nirvana é justamente essa realidade absoluta. O objetivo da prática do budismo é experimentar essa realidade absoluta. No budismo não é importante negar a matéria ou os desejos, nem mesmo o corpo físico. O budismo considera importante “negar” (Se é que podemos usar essa expressão realmente) apenas o apego.

    Nas palavras do Buddha Shakyamuni – “Assim como o oceano tem um só sabor, o do sal, minha doutrina tem um só sabor, libertação”. E o apego é exatamente o cerne dessa questão, porque é o apego que gera sofrimento e é do sofrimento que o Dharma liberta.

    O Nada ao qual o budismo se refere não é um estado de 0 absoluto, de inexistência total, é um estado de potencialidade totalmente desimpedida. O Nada budista é o nada do impedimento. É a possibilidade de tudo. É o estado em que por não ser “nada” se é “tudo”.

    Não sei se consegui ser muito claro, mas é por ai que a coisa vai.

    ...........

    O nada budista não é um estado de nada ocidental idealizado. Os dois são diferentes realmente. Mas eu não espero que o vazio possa ser explicado aqui. Os budistas praticam anos para “experimentar” esse vazio. Não é algo que possa ser expresso. No zen dizemos que a palavra é como um dedo apontando para a lua, não a lua.

    Não é a anulação do corpo pela ascese que conduz ao nirvana. O próprio Buddha, antes de atingir a iluminação experimentou a prática da negação das forças que impulsionam a vida, como vc descreveu, mas chegou a conclusão de que não é a negação total nem a entrega total que conduzem a iluminação. Mas algo que esteja no ponto intermediário desses extremos. Buddha Shakyamuni ensinou que mortificar e fazer sofrer o corpo com privações não é produtivo, assim como não é produtivo deixar-se levar pelos desejos incessantes e pela mente inquieta.

    Volto a repetir, o objetivo da prática do Dharma, não é matar a vontade, é matar o apego egoísta. O desejo e a vontade são aceitos normalmente, mas não devem se tornar uma obsessão. Desejar sem apego é o objetivo.

    Não se inverte os desejos que impulsionam a vida, no máximo, muda-se o foco de que desejos irão impulsionar a vida.

  • O erro fundamental no diálogo entre as grandes religiões, ou na análise filosófica delas, é tentar encaixar umas em categorias de outras. No caso, o nihilismo ou a denominação nihilismo deve ser definida exatamente pois, em caso contrário, cai-se no risco da extrapolação. Seria como julgar os procedimentos de uma jornalista brasileira com os princípios e leis emitidas por um grupo semita de outro lugar bem distante.

    O budismo, venerável caminho de iluminação, que não se denomina religião, tem uma lógica própria, e mesmo quando diz "nada", até mesmo esse nada quer dizer plenitude, em categorias ocidentais.

    Ah, réguas intelectuais que tudo esquadrinham mas nada habitam. Usquequo, Catilina?

  • desejos mundanos levam à iluminação

    diferentemente da bíblia, o budismo se renova, essa frase acima foi dita por nitiren daishonin, fundador do budismo nitiren no japão

  • Com certeza não. O Budismo é uma doutrina não de negar os desejas, nem negar a matéria, mas sim de você se livrar de todo sofrimento. Você pratica o desapego, o desapego material, o desapego espiritual, o desapego de desejos. Isso não é negação, é um treinamento para que você se livrando dos desejos e apegos, consiga também se livrar de todo sofrimento. Esqueça a negação, e se concentre no desapego. Ou seja: budismo e niilismo não tem nada haver um com o outro.

  • Sou lega nesse assunto.

    abraço.

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