o que vc acha? acha que isso é verdade? (pontos)?

Primeiramente não Fiquem com preguisa de ler!

Por Regis Tadeu, colunista do Yahoo! Brasil

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Sim, é isso mesmo o que você acabou de ler aí no título deste artigo.

Antes de tudo, é preciso deixar claro: fã é todo aquele ser que chora por seu ídolo, que coleciona pastas e pastas com fotos de seu objeto de desejo, que tem seu quarto forrado de pôsteres do alvo de seu fanatismo (palavra que, não à toa, originou o termo "fan" ou "fã", dando uma 'abrasileirada'), que chora na porta de camarim, que passa dias e dias na fila, esperando o momento de entrar no local onde acontecerá o show de seu "amor não correspondido". Ou seja, é o retrato nu e cru, despido de qualquer racionalidade, de um idiota.

Se você é daquelas pessoas que adora o seu ídolo de uma maneira eqüilibrada, que aprecia o seu trabalho quando o cara manda bem, mas reconhece as pisadas na bola e os vacilos, então você não é um fã, mas sim um admirador. Você simplesmente gosta da banda ou de quem quer que seja. Você não o ama, não chora por ele, não grita, não se desespera quando um pedido de autógrafo é recusado, não pensa em cortar os pulsos quando recebe a notícia que seu "amor" vai se casar com uma outra pessoa que não é você. Você não é um fã. Você não é um imbecil.

E a verdade precisa ser dita, mesmo que ela seja muito dolorida para quem está lendo este artigo neste exato momento: o artista também acha que o seu fã é um idiota.

Ele sabe que esse amor desmedido é uma bobagem, um transtorno hormonal muito comum em adolescentes - embora sejam freqüentes os casos de pessoas mais velhas se portanto como bobalhões (em caso de dúvida, vá até a porta de um hotel de luxo que esteja hospedando um artista internacional e veja com seus próprios olhos).

O artista quer que você compre o disco dele e vá aos shows, que demonstre explicitamente a sua devoção comprando a camiseta da turnê, a edição especial do CD que está sendo "trabalhado" na turnê, o chaveirinho, o imã de geladeira. Todo artista no fundo, pensa "me ame, me idolatre, compre todas as bugigangas que eu soltar no mercado, mas fique longe de mim". Lamento, mas esta é a pura verdade.

O pior é que a maioria dos artistas lança discos com canções pensadas em agradar a essa massa bovina de seguidores, que salivam por qualquer coisa que seu ídolo faça. Mas há exceções.

Existem bandas, cantores e instrumentistas que, genuinamente, se engajam na tarefa de soltar discos que realmente trazem um panorama fiel do que pensam em termos de música. Os exemplos são muitos: no setor internacional, Frank Zappa, Miles Davis, Jimi Hendrix, Robert Fripp e Radiohead, entre muitos outros; aqui no Brasil, Caetano Veloso e Marisa Monte representam bem a autonomia artística que muita gente persegue, mas poucos conseguem alcançar. Você pode não gostar das canções que eles criam, mas tem que reconhecer a independência musical de cada um deles.

Surpreendentemente, o exemplo mais recente desse tipo de busca por uma personalidade musical distanciada da idolatria babaca veio de onde menos se esperava.

Confesso que sempre achei o Fall Out Boy uma banda simplesmente execrável. Suas músicas são fraquíssimas, os arranjos são absolutamente previsíveis e seus integrantes não têm o menor carisma - a condição de "sex simbol" do baixista Pete Wentz é algo que só pode ser explicado como uma epidemia coletiva de estupidez e cegueira entre adolescentes. Por isso, qual foi a minha surpresa ao ouvir o mais recente disco do quarteto, Folie à Deux.

Não, a banda não gravou um novo Pet Sounds, mas é nítido que os caras tinham em mente deixar para trás o rastro da baba elástica e bovina adolescente (obrigado, Nelson Rodrigues!) que sempre inundou seus discos anteriores. A maioria das canções traz arranjos enxutos e certeiros, com boas idéias melódicas e harmônicas tanto nos vocais quanto na instrumentação - como em "Headfirst Slkide Into Cooperstown on a Bad Bet", "20 Dollar Nose Bleed" e "Coffee's for Closers".

Claro que os caras ainda mandam porcarias - "She's My Wynona" e "27" são de matar de tão ruins em sua descartabilidade sônica -, mas há vários momentos que chegam a ostentar uma certa suntuosidade, misturada a riffs de guitarra bastante pesados e até mesmo a algumas minúsculas pitadas de rhythm n' blues e soul. Os caras chegaram até a tomar alguns acordes emprestados de "Baba O'Reilly", The Who, para fazer "Disloyal Order of Water Buffaloes" - vamos combinar que isso é um avanço para quem sempre usou o Less Than Jake como referência neste quesito -, enquanto que o vocalista Patrick Stump não esconde seu fascínio por Elvis Costello, seja na hora de cantar, seja na hora de convidá-lo para dividirem o microfone na linda "What a Catch, Donnie".

Quem realmente gostar de música, vai descobrir que, aos poucos, grupos como My Chemical Romance, Panic at the Disco e o próprio Fall Out Boy começam a levantar vôo para longe da gritaria histérica e da choradeira patética de seus fãs. Torço para estes

Comments

  • Li tudo sou apenas uma fã modesta, eu penso que essas pessoas que idolatram artistas em geral tem um pouco de doença porque não e possível ser dispressado de uma tal maneira que todo o esforço que faço e fiz seria em vão, eu iria chorar muito caso eles não me dessem a mínima fora que muitos nem saberiam que eu existo, ano passado no programa do Caco Barcelos em Profissão Repórter, eles mostrarão a peregrinação de uma fã para estar ver pessoalmente o sei ídolo e no momento era o show da Banda Calypso nossa eles acompanharam a menina de inicio ao fim e a menina não conseguiu nem chegar perto da Joelma e nem sabia que ela esta ali na função de como entrar no camarim, terminou com a menina em prantos por não ter conseguido alcançar o seu objetivo maior que era estar junto ao seu ídolo, fora que até doente ficam que exagero eu penso nossa tem outras coisas para se fazer do que manter toda essa idolatria...

    Beijocas...

  • Muito bom!!! Sabia o significado das palavras, mas não dessa maneira. Acabei se constatar que sou um pouco indecisa, sei muito bem o que quero mas acho que devia querer outra coisa!...rsrsrsrs Porque vive nas sombras, se transmite tanta luz? beijinhos?

  • isso não é ser fã isso é ser doente!!!!!

  • Depende muito do tipo de fã. Tem aqueles que são fãs porque gostam por exemplo das musicas ou dos trabalhos que eles fazem mas não pensam em se casar ou ter um caso com eles. Acho que muitos exageram, como enxer um quarto com posters, fazer declarações de amor ou deixar coisas importantes de lado porque o tal ídolo vai chegar de avião na cidade. Tudo bem que pode acontecer, mas muito dificilmente um artista vai se apaixonar por um fã. Agora os que são "moderados", que gostam mas sabem que essa pessoa não é tudo nessa vida não são idiotas. Concordo com o texto, mas para mim os "apreciadores" que falam ali são os fãs que tem a cabeça no lugar.

  • Concordo plenamente com a situaçao colocada ,pois nada mais justo do que conceituados os compositores e cantores façam organizaçoes sem comprometimento moral nem financeiro para que a situaçao seja removida sem grandes comprometinemtos para o leitor nem o ouvinte projetada na midia....... qual e a pergunta mesmo?

  • Olha nem tudo eu concordo não viu?

    Tem coisas que ele fala a mais pura verdade!!

    Uma coisa que eu gostei de saber foi que os menores cantores vão aprendendo aos poucos que nem a fama é tudo!

    Beijos e até mais!

  • Eu sou fã de Star Wars.Eu não tenho pôsteres de Star Wars no meu quarto.Eu não me desesperaria se Gerge Lucas não me desse um autógrafo.Eu não passaria dias inteiros em uma fila para ver o boneco do Mestre Yoda.Então, eu não sou fã?

  • é, o regis eh phoda... ele foi meio curto e grosso, mas eu concordo com a parte de saber reconhecer que o seu ídolo fez uma cagada... tem shows q eu assisto as vezes, das bandas q gosto, q são ruins pra kct, olho e falo, pqp, o cara devia ter fikado em casa nakele dia e nao ter ido lá e assassinado a musika desse jeito! hauhauha

    eu fui mto fã de red hot chili peppers, de saber tudo, até a cor preferida dos caras, sabe... depois passou sim, mas continuo imaginando a cena de entrar no backstage e trocar ideia com os caras como algo surreal, fantástico, rsrs...

    mas acho q ele foi muito severo ao criticar a preferência dos adolescentes, até parece q ele nunca foi um e nunca curtiu um "rbd" da epoka dele, kkkkkkk

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