Marcelo Gleiser investiga discurso ateísta: a Ciência não pode provar a inexistência de Deus?

sábado, 13 de março de 2010

Professor de filosofia natural e de física e astronomia, Marcelo Gleiser é conhecido no Brasil por apresentar temas complexos das ciências de maneira compreensível.

Em seu novo livro, "Criação Imperfeita", Gleiser examina e contesta mais de 2.000 anos de desenvolvimento científico, ao desmontar o maior mito criado pela ciência: a perfeição da Natureza.

Grandes nomes da ciência, como Galileu, Newton, Planck e Einstein, buscaram explicar o Universo em termos de simetria, harmonia e ordem.

O físico esclarece a importância da imperfeição no desenvolvimento do Universo e argumenta que a ciência não é capaz de provar a inexistência de Deus e que jamais poderá explicar a realidade por completo, posição que contradiz Richard Dawkins e outros ateístas radicais.

Para Roald Hoffman, ganhador do prêmio Nobel de química, "Marcelo Gleiser é nosso guia lúcido para onde a beleza é encontrada em um universo imperfeito, assimétrico e acidental."

Colunista da Folha de S.Paulo, Gleiser também é autor de "A Dança do Universo" e "O Fim da Terra e do Céu", ambos vencedores do prêmio Jabuti. Abaixo, leia um trecho do novo livro: http://marcelogleiser.blogspot.com/2010/03/marcelo...

Livro: "A Criação Imperfeita: Cosmos, Vida e o Código Oculto da Natureza"

Autor: Marcelo Gleiser

Editora: Record

Páginas: 368

Quanto: R$ 39,92

Palestra na USP, sobre este livro, nesta sexta-feira 19/03/2010

Inscrições para a palestra: www.iea.usp.br/inscricao/form4.html

Ao vivo pela Internet: www.iea.usp.br/aovivo

"...A noção de que a natureza pode ser decifrada pelo reducionismo precisa ser abolida..."

http://marcelogleiser.blogspot.com/2010/03/criacao...

Obs.: eu gostaria de conhecer a opinião dos frequentadores deste Y!R

Update:

Vicente, vc já é um camarada evoluido em ponderação e equilíbrio. Prova disso foi que vc não puxou sardinha prá nenhum lado em sua resposta! Vc está muito longe do fanatismo de alguns poucos por aqui, por isso, sua afirmação sobre o "Deus justo" é muito legítima!

Update 3:

Luz das Trevas, foi muito boa comparação, que lembrou da "alegoria do Mito da Caverna", de Platão. Talvez alguns ateus estejam "ofuscados", bem na saida da caverna, e teistas estejam "cegos", mergulhados numa treva de fanatismo, que em plena luz os deixa numa situação bem mais triste do que aqueles que 'jazem' no fundo da caverna. Ambos se equivocam em suas "missões" de "esclarecimento": pior cego é o que não quer ver.

Update 5:

Usuário100: "...e as religiões não podem provar qual é a verdadeira...". Respeito-lhe a opinião, mas devo lembrar-lhe que os religiosos não buscam a "verdade" como fazem os físicos, explanando-a objetivamente em "E=m.c²", demonstrando-a a seguir em testes e mais testes! Ao religioso é oferecido um ambiente para que ele experimente uma "epifania subjetiva", da qual ele poderá falar ou não! Não se demonstra "subjetividades"! O problema dos ateus é "crivarem" o subjetivo com métodos "racionalistas objetivos", baseado na observação da fisiologia neuronal, quantificada em laboratório e tornada pública e notória. São dois mundos distintos! O ateu não quer (e não pode!) compreender isso. Gleiser veio chamar a atenção para o fato de que a Ciência, após séculos de desenvolvimento e gastos bilionários, parece que, de repente, se distanciou ainda mais do encontro da "verdade absoluta", formulável objetivamente. Então, até a Ciência é limitada em provar algo como 'verdade':

Update 7:

Pensador: eu assisti e gravei a palestra (e acredito que a USP à disponibilizará aos interessados) e posso dizer que Gleiser não foi contra, nem a favor, muito pelo contrário...rsrsrsrs...; tipo "no livro há mais detalhes...rsrsrsrs. Ateus, agnósticos e teistas podem localizar argumentos que lhes sejam úteis, mas ao mesmo tempo podem "se irritar" com outros argumentos que lhes "prejudiquem" as 'verdades'. Não tenho como comentá-las, aqui! No entanto, Gleiser não foi ambiguo: a Ciência não trata de Deus. Isso foi o suficiente para "reduzir cientificamente" (rsrsrs) o ateismo a uma "ideologia" como outra qualquer. O Ateismo é responsável por um "monoteismo racionalista" (vou usar isso prá sempre aqui no Y!R...rsrsrs) na Ciência e é isso que Gleiser quer discutir em seu livro. Claro está que eu "olhei" para a palestra com "ideologia agnóstica deista" (rsrsrsrs)...mas...os detalhes estão no livro!...rsrsrsrs...eu só dei minha opinião de "leigo em Ciência", ok?

Comments

  • O homem criou Deus dogmaticamente e o ateu tenta mas não consegue provar a inexistência de Deus.

    Só rindo.

    Sney: Será que estou evoluindo? rsrsrs

    Você me conhece e sabe que sou contra o Deus bíblico, que é injusto, punitivo, vingativo e discriminador.

    Mas continuo acreditando no Deus justo.

  • Pretendendo apenas acompanhar as respostas, me atrevo a deixar a minha opinião:

    Existem tipos de reducionismos diferenciados nas pesquisas e teorias científicas. O reducionismo como método científico, busca fragmentar o objeto de estudo até a sua menor partícula, a fim de ser estudada. O reducionismo científico refere-se a ideias de que todos os fenômenos podem ser reduzidos a explicações científicas.

    Se a nossa capacidade de entender a Ciência (Existente na natureza e no universo como causa organizadora do universo e baseada em padrões ouro há pouco descoberto) está evoluindo, isto significa que ainda não estamos prontos para entender e nem fabricar instrumentos sensíveis o suficiente para explicar as coisas fenomenológicas.

    Há Biólogos e Neurocientistas entendendo que deve haver uma inteligência Maior para explicar a perfeição da mente humana, como um sistema semelhante ao universo e que guarda memórias (neurogênese - evolução celular inteligente), memória explícita (de fatos vivenciados) e memória implícita, isto é, usada nos processos motores que não necessitam de elaboração da memória de trabalho (é automática). Sem falar na inteligência nos processos proprioceptivos do nosso organismo (ocorre sem a nossa interferência e com causalidade e consequências inteligêntes).

    Bem, para resumir acredito que não estaremos prontos, pelo menos no que diz respeito a instrumentos mecânicos e não no instrumento mental, para explicar Deus e o Universo a não ser pelo uso da razão.

  • Cada droga que aparece que não é fácil. "Querer provar existência de Deus é mesmo querer ver o sol acendendo uma vela"

    Um abraço meu amigo.

  • Sney,

    Esse negócio de provar a inexistência de Deus é furada. Deus não pode ser definido, pois definir é o mesmo que limitar, e um ser limitado não pode ser infinito.

    Cada pessoa tem a sua concepção própria de Deus.

    Sinceramente eu não sei o que é Deus. Apenas tento refletir o que não faz sentido ele ser. A maioria dos argumentos para provar ou invalidar a existência de Deus, são sofismas

  • A Ciência não pode provar a inexistência de Deus, e as religiões não podem provar qual é a verdadeira.

  • Algumas pessoas dizem que ciência e religião não se mistura mas ecu digo que sim. Se você estudar todos os fenômenos físicos e químicos, gravitação e sistema orbital do universo, entre outros, você verá que existe um controle e ordem em tudo isso. As coisas não estão ocorrendo ao acaso. Há um poder por trás dessa ordem toda. Essa força, poder e majestade é o que nós, os crentes, chamamos de Deus. E acreditamos que o Nosso Deus fez tudo lindo e maravilhoso e depois entregou para que tivéssemos o controle, dando arbítrio livre para usarmos para o nosso bem. Nós os centes, nos sentimos muito importantes ois cremos que seremos trasladados para junto do Nosso Deus, quando assim Êle o determinar!

  • Opinião? ok...

    O título (“Criação Imperfeita”) e o tema deixam claro o público-alvo do livro - crentes leigos em ciência. Me parece evidente a intenção do Marcelo Gleiser de - tentando ao máximo não tirar a ilusão dos crentes e/ou não causar 'dissonância cognitiva' neles - explicar o real universo a quem acha (a quem foi doutrinado a achar) que a Terra é plana, que a Terra tem seis mil anos de idade, que o universo é antropocêntrico, etc., (se é que você me entende). Pois, para quem conhece um pouco de ciência (caso de grande parte dos ateus), a desarmonia do universo não é nenhuma novidade, assim como não tem nenhuma relação com a inexistência de coisas sobrenaturais; ao contrário do que pensam os que NÃO entendem de ciência (caso da maioria dos crentes), que, além terem uma errada noção do universo, acham que a noção que eles têm do universo demonstra a suposta existência de coisas sobrenaturais (p. ex., o fato da Terra ser plana, da Terra ser o centro do universo, da evolução das espécies não existir, etc., demonstra que o Papai Noel existe).

    Quanto a afirmação da ciência não provar a inexistência de deuses: demagogia. Já vi mais de duas declarações do Gleiser onde ele (com eufemismo e sutileza, é claro) desdenha dos deuses e das superstições.

    Quanto a afirmação da ciência ser incapaz de explicar a realidade por completo: ateu nem ninguém diz que a ciência é onipotente. Além do mais, isso não tem nada a ver com a inexistência de coisas sobrenaturais como deuses, por exemplo.

    Enfim... é isso. Eu (por falta de tempo) não li os textos dos links que você postou. Talvez eu leia depois, e, se for o caso, faço mais algum comentário. Marcelo Glaiser é sempre interessante; se eu conseguir o livro na net, eu vou ler.

    Valeu!

     

Sign In or Register to comment.