Você conhece o Sr. Eleanor Rigby?
Cássia Eller
Eleanor Rigby (tradução)
Estilo: MPB, Pop, Rock
Todas as letras de músicas de Cássia Eller
Músicas do álbum Cássia Eller
Compositor(es): Desconhecidos
Ohw, olhe pra todas as pessoas solitárias...
Ohw, olhe pra todas as pessoas solitárias...
Eleanor rigby recolhe arroz na igreja
Onde houve um casamento
Vive num sonho
Espera na janela
Ostentando um rosto que ela deixa numa jarra ao lado da porta
Para quem é isso?
Todas as pessoas solitárias...
De onde elas vem?
Todas as pessoas solitárias...
A onde elas pertencem?
Padre mckenzie escrevendo um sermão
Que ninguém vai ouvir
Ninguém se aproxima
Olhe pra ele trabalhando, costurando suas meias à noite
Quando ninguém está lá
Pro quê ele se importa?
Eleanor rigby morreu na igreja
E foi enterrada junto com seu nome
Ninguém veio
Padre mckenzie limpando a sujeira das mãos
Enquanto caminha da sepultura
Ninguém foi salvo
*Curiosidades:
A música Eleanor Rigby,fora cantado por vários cantores(as), entre eles:
*The Beatles
*Cassia Eller
*Ray Charles
A música incide em uma estória, contada por diferentes escritores do Mundo Inteiro,sendo esta mais original:
Eleanor Rigby
O telefone ainda é aqueles de disco que você tem de girar para discar os número. Acho que é dai que vem a expressão discar. O bocal do telefone esta encardido, da para ver a sujeira acumulada nos buraquinhos. No entanto, não sinto vontade de limpar.
Da minha carteira de couro marrom, uma hipocrisia para um vegetariano, que também serve de agenda, eu tiro um papel amassado com um telefone, assim como já fiz inúmeras vezes antes. Giro o disco do telefone e espero que ele volte a posição inicial para poder gira-lo novamente, e faço isso mais sete vezes. Deve ser o suficiente. Espero os toques necessários até que alguém atenda, mas minha paciência acaba e eu ponho o fone no gancho.
Na rádio toca Eleanor Rigby e enquanto os violinos tocam estridentemente eu me pergunto de onde vem tantos solitários, a aonde eles pertencem. Tiro o telefone do gancho e faço todo o ritual novamente. Parece algo eterno. Desta vez vou esperar dar cinco toques e esse é o máximo que eu me digno a esperar. Não mais do que isso. No terceiro atendem.
A voz é de um homem e eu logo penso em alguém barbudo, barba e cabelo já brancos. Deveria me sentir ameaçado ? Apesar de não conhece-lo sei quem é, sei que suas intenções são boas mas não para mim. Ele me odeia, eu sei disso. O telefone deveria unir o mundo mas agora, aquele homem é uma barreira que me impede de conversar com ela. Eu desligo.
É outono e lá fora faz frio. O sol ilumina pela janela e me aquece. Estou sentado no pé da cama com o telefone à minha frente, no corpo apenas calças e uma regata. Eu deveria sair, dar uma volta. O apartamento me cansa, fazem cinco dias que não saio. Os restos de maçã se acumulam na pia da cozinha junto com as cascas de banana. No entanto, não sinto vontade de limpar. Uma hora ou outra eu vou ter de sair. O estoque de frutas esta acabando e comer miojo é algo que jurei nunca mais fazer.
Minhas intenções também são boas, por que eu tenho de ter medo ? Pego o telefone mais uma vez e agora vou buscar no fundo da minha alma a coragem de ir até o final. Toca uma vez, na segundo ele atende. Ouço o bocal do telefone roçar em sua barba. Não sei como mas consegui juntar forças e pedir para falar com ela. Ele não deve ter percebido quem era pois disse "Só um instante" e se foi. Nada do que temer.
Enquanto esperava fiquei pensando em quando era criança. De passear na Rua XV com meus pais me balançando pelo braço, de como aquilo era a coisa mais esperada da semana. Agora não posso mais brincar disso. Nunca mais poderei. Talvez algum dia venha a balançar alguém. Uma pessoa a quem eu possa chamar de filho.
Nós nos conhecemos alguns anos atrás mas foi só nos últimos meses que a relação ficou mais intensa. Foi no Natal que trocamos o primeiro beijo e por um bom tempo não nos largamos. Acabou quando ela soube que estava grávida. Minha alegria não podia ser maior. Ela, no entanto, passou a me odiar como se eu tivesse destruído sua vida.
Sua vida se resumia a frequentar a faculdade, ir às aulas de Francês e sair com as amigas. De certa forma destruí sua vida sim. Com seus cinco meses de gravidez ela já abandonou a faculdade, suas amigas a abandonaram e ela agora vive trancada em casa, chorando e sem o consolo de ninguém. Seu pai, se fosse uma pessoa decente e generosa, talvez a consola-se, mas às vezes penso que ele a odeia tanto quanto a mim.
Algun tempo depois de passear pela Rua XV pela última vez, meus pais morreram. Foi algo muito de repente, um acidente na estrada. Eles íam para Porto Alegre de ônibus e um caminhão vinha de Porto Alegre entregar mercadoria. Meu tio me criou desde então. Quando soube que ela estava grávida dei um sorriso de canto de boca. Era o máximo que eu podia fazer com ela charando daquele jeito. T
Update:Parte II
Tentei consolá-la mas ela me rechassou e eu fui para casa sem poder conter minha alegria. No caminho pensei em meus pais e na falta que eles haviam feito até agora, agora que eu seria pai.
A alegria acabou quando ela disse que iria tirar o bebê. Seria mais um caminhão em minha vida. Seu pai a dissuadiu mas ela jurou que eu nunca iria ver a criança. Eu nunca iria ver a criança. Agora eu telefono para ela pela última vez. Cansei de lutar para ser pai. Cansei de tudo. A clausura dela também é a minha. Ligo agora para dizer que ela pode fazer o que quiser, eu já não me importo mais. Nas últimas noite me peguei pensando na alegria que teria se ela morresse no parto. A criança também. Me odiei por pensar dessa forma, mas é a única coisa que consigo dizer para ela quando atendeu o telefone. Não esperei para ouvir a reação dela. Desliguei com a mesma covardia com que liguei. Agora saio de casa sem saber para onde ir, pois não sei de onde vem tantos solitário nem a aonde nós pertence
Comments
Na verdade não é o Sr Rigby, mas a Sra Rigby, uma personagem fictícia criada por Paul McCartney (o compositor da música) para a sua banda (The Beatles). Ray Charle, Cássia Eller, entre outros, é que gravaram versões diferentes desta música dos Beatles.
Eu ouço essa música com os Beatles é uma das minhas preferidas mas não conhecia a tradução da letra.
Sim meu querido ! conheço sim e amo essa música tanto na versão da Cássia Eller como a primeira com os Beatles ! Linda !Eleanor Rigby,vivia nos padrões que ela tinha construído para sí mesma e julgava certo , mais era muito triste ao meu ver e muito solitária . Linda a sua lembrança e os comentários adicionais ! Essa canção tem uma coisa muito sensível e poética de falar sobre todas as pessoas que são solitárias as vezes por que elas mesmas criam um mundo só pra elas , aonde não se torna muito fácil se tornarem acessíveis a fazerem amigos ou serem queridas . Muito sensível essa postagem sua e linda !
Ohw, olhemos pra todas as pessoas solitárias...
Um grande abraço meu querido , da Cláudia Cristal
Conhecia a música, não a história.
Obrigado por partilhar. Bjis e bom fds
Início do suor noturno,
Luzes alimentam a cidade,
A solidão é um coturno,
Chuta a minha realidade.
Vidas se atropelam no passeio,
Diversidades de sons ocupam o espaço,
Eu; sem início, sem fim, sem meio,
De mim não sei o que faço.
Desfaço-me em agonia,
Sinto-me um girasol sem sol,
Um poeta sem a poesia.
Socorro....! É o que eu quero gritar,
Não grito; ao invés da voz,
A lágrima se põe a rolar.
Ninguém me ouve e não há ninguém,
Para minhas lágrimas enxugar.
Eu, só a me consolar,
As luzes da cidade alimentam minha solidão.
Deley/Beth
É Sra Eleanor Rigby, e a música original é dos Beatles.
Diz a história que John quando voltava para casa passava por um cemitério e um dos túmulos era de Eleanor Rigby e dizia algo que John gostou muito, se não me engano era: Adormecida...
Ótima música.
não sabia q a Cassia Eller tinha gravado, gosto da versão da Aretha Franklin
http://www.youtube.com/watch?v=quveWDT89mU