Liverpool: A Farsa do Funk Carioca?

Malcolm McLaren, cuja morte, aos 64 anos, lembrou o mundo de suas qualidades como inventor do punk rock. Será que foi mesmo assim? Lá nos anos 70, em se falando de música americana, estava tudo meio esparso, solto, confuso: o rock progressivo estava em decadência. Por outro lado, os então novos roqueiros Iggy Pop e Ramones destilavam sua energia juvenil em canções rápidas e barulhentas. Mas isso não era suficiente para se formar uma nova cena musical até que, em Londres, McLaren captou a energia americana. Juntou referências, se apossou do ritmo que nascia do outro lado do Atlântico, reuniu uns moleques sujinhos e embalou tudo isso para “o mercado”. Nascia o Sex Pistols e era forjado assim o punk rock.

Se alguém, em tempos atuais, tem o perfil de McLaren nos 70, esse sujeito é o DJ e produtor americano Diplo, guardadas as devidas proporções. Nascido Wesley Pentz, Diplo já gostava de tocar músicas funkeadas e com batidas fortes em festas de hip hop e de Miami Bass na Costa Leste americana. Foi quando conheceu o funk carioca — até então um ritmo quase que exclusivo das festas nos morros do Rio de Janeiro —, em 2004, por meio de uma fita que amigas argentinas não paravam de escutar. Enlouquecido, Diplo largou tudo, comprou uma passagem para o Rio e veio ver o que estava acontecendo. O DJ captou a energia dos bailes, se apossou do ritmo brasileiro, reuniu uns moleques desbocados, passou a namorar uma anglo-cingalesa (M.I.A.) que bombava reggae e punk na Europa e embalou tudo para “o mercado internacional”. Nessa, o “novo” funk carioca, recauchutado, maquiado e encerado pelo DJ branquelo e mauricinho, ganhou espaço, nome internacional e foi parar nas pistas e rádios do Japão, da Suécia, e dos Estados Unidos.

De mãos dadas com Diplo, o grupo brasileiro Bonde do Rolê, que fazia um “funk carioca” no Paraná (?!?), encarou uma turnê mundial de dois anos. Cantavam em português e ninguém entendia o que eles falavam (ainda bem!), mas do japonês cintura dura ao belga roqueiro, todo mundo ficava maluco com o batidão do grupo.

Para bagunçar ainda mais o coreto, sua namorada introduzia o “novo” funk carioca em seu nervoso reggae eletrônico nas pistas de dança e em seus polêmicos shows. E Diplo segue seu plano de dominação mundial com uma mãozinha do ritmo dos morros, que meio mundo acredita ter sido ele o descobridor. Um dos mais incensados nomes da música independente hoje é justamente um de seus novos projetos, o Major Lazer. Trata-se, de novo, de uma mistura de funk e eletrônica que ele criou ao lado do DJ inglês Switch. Mas de funk carioca, é bom frisar, essa música tem só um cheiro.

Se você já frequentou pistas de dança antenadas em qualquer outro lugar deste planeta e ouviu, mesmo no fundo, um batidão carioca, isso é coisa do Diplo. Ele forjou o ritmo, levou ao mundo e diz ser o pai. Diplo é o Malcolm McLaren do baile funk.

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Detalhe: Esse texto eu retirei duma revista Galileu, até achei o link desta mesma matéria, e eu o postaria em vez de transpor este texto para cá, mas como no site exige cadastro para lê-lo, eu resolvi poupá-los o tempo e a paciência.

E se este mesma já foi perguntada antes por alguém, perdoem-me o inconveniente.

Categoria sugerida: Esportes > Futebol > Futebol Brasileiro (descultura marcando presença huahuahua)

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Limbou: http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=Ap...

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