É mesmo aquele que tem fé que usa muletas?
Meus caros,
Vi algumas pessoas com a seguinte duvida: "Os religiosos usam a Fé como muleta?"
A resposta parece obvia, mas na verdade não é. Fato é que realmente alguns religiosos usam a fé como muletas, todavia, o propósito da fé não é trazer muleta e conforto, mas sim confronto e transformação.
Agora vamos analisar com mais calma a vida dos ateus ou mesmo daqueles que são críticos a fé em Deus.
Vejamos:
a) Com base no ateísmo a vida não tem sentido, valor ou propósito. Porém nenhum ateu realmente vive desta forma, pois eles comentem o "Alto Engano" vivendo todos os dias como se houvesse sentido, valor e propósito para a vida. Afirmam que seu trabalho, estudo, inteligencia, correr atrás dessas coisas tem sentido e propósito. Afirmam valores como bondade e justiça, como se a vida tivesse algum valor. Mas na verdade não tem. Penso que não faz o menor sentido nem mesmo a minima discussão de qualquer assunto que seja, pois afinal de contas, qual seria o propósito de contestar minhas palavras por exemplo? Nenhum!
b) Penso que a alegria daquele que nega a Deus se resume na verdade aos finais de semana ou aos dias de festa. Tire 1 mês de festas dessas pessoas e milhares delas se mostraram infelizes. As festas na verdade são "Muletas" para dar alguma razão de viver.
c) Tem gente que não é feliz nem mesmo nas festas, por isso, precisam beber excessivamente para obter alguma coragem ou alegria. Neste caso a bebida é a "Muleta".
d) Outros buscam prazer no sexo, como não conseguem satisfazer-se, fazem sexo com tudo e todos para serem felizes, mas na verdade, embora finjam ser felizes, são tristes e incompletos. Neste caso o sexo é a "Muleta" deles. Ficar sem sexo é o mesmo que ser infeliz, pois sua sobrevivência depende disso.
e) Outros buscam ser feliz e viver bem nas drogas, faltou a droga, faltou o prazer de viver. Penso que a droga é uma forma de "Muleta".
f) Para o ateu, qual o propósito da vida? Nenhum! Estou aqui para nada, indo para o lugar nenhum e quando morrer, minha memória será apagada. Ainda bem que nenhum ateu pensa efetivamente em seu ateísmo. Bom mesmo é não pensar, pois senão entrariam em depressão, por isso, fingem que a vida é boa. Penso que isso seja uma "Muleta".
g) Por fim, o homem sem Deus busca ser feliz no pecado, pois sem o pecadinho de estimação, não pode ser completo. Tem que buscar alguma forma de prazer, pois não existe verdadeiro prazer em suas vidas. Isso também é "Muleta".
Agora deixe-me dizer algo:
A vida pode ser boa, ter propósito e valor. O cristianismo é uma cosmovisão muito superior a ateísta, pois para nós é verdade que a vida tem sentido, propósito e valor. Não fingimos acreditar nestas coisas para dar razão a vida, apenas acreditamos que a vida tem razão por si só. Agora, penso que o ateu precise fingir, pois a vida não tem razão para eles.
Comments
Caro Alex, acho que você só conhece ateus deprimidos.
Na verdade, o "ateu" não é uma categoria específica, é difícil e um pouco artificial falar nas suas características. Ele será alguém que tem opções ideológicas, políticas, filosóficas, éticas/morais, até estéticas, que dispensam a existência de explicações ou causas sobrenaturais ou transcendentes. Ou simplesmente, ele pode ser alguém bem simples, que simplesmente não acredita em nenhuma forma de divindade.
Ou seja, esses espectro de opções e até crenças é tão amplo, que é difícil falar em caratcerísticas do "ateu". De certa forma, o ateu só existe enquanto tal para o crente religioso. Mas eu vou entrar no seu jogo (afinal estou a responder à sua pergunta).
Podemos inferir que, só porque o ateu é ateu, ele está condenado a viver uma vida sem sentido, reduzida a alegrias momentâneas e sensoriais? De forma alguma. Alguns ateus até correspondem a essa caracterízação, a maior parte dos ateus conscientes, eu creio que não.
A diferença é esta: o ateu não acredita que a vida tenha sentido A PRIORI. Ele nasceu por acaso, porque, num dado tempo e lugar, a mãe e o pai dele se encontraram e gostaram um do outro; se nunca se tivessem encontrado, ele nunca teria nascido. E isso não teria tido mal nenhum.
A vida pode e deve fazer sentido, mas é necessário construí-lo. Há várias formas saudáveis de dar sentido à vida, sem necessidade de religião. O ateu pode viver a sua vida com satisfação a longo prazo, sem necessitar de se refugiar nos prazeres imediatos para não ter de enfrentar a dura realidade da vida frágil.
Para isso, existe o trabalho, a família, a acção cívica e política, eventualmente a arte, tudo formas pelas quais cada um de nós (ateu ou crente) alicerça a sua vida presente e se pode projectar para o futuro. A obra, os filhos, isso fica aí para o futuro como testemunha de uma vida bem preenchida.
Mas a própria consciência e lucidez de estar vivo a prazo, pode bastar. O compromisso do ateu é com a verdade, ele prefere enfrentar a vida sem medo, procurando a cima de tudo a lucidez e recusando os paliativos existênciais.
Como escrevia o poeta António Ramos Rosa, "estou vivo e escrevo Sol". Ele morreu há poucos dias, após uma vida longa, produtiva e profícua. Acha que esse verso perdeu força e sentido, agora que o autor desapareceu?
Se calhar, para fazer contraponto à sua representação redutora do ateu, eu idealizei-o um pouco. Mas os traços gerais são estes, e é próprio do homem, crente ou não, viver em função de ideais.
Eu tenho fé em Deus e isso me basta, não me preocupo com ateus nem fanáticos por religião. beijos
Ateus como religiosos agem para o diabo.